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Evento em Guaratingueta¡ alerta para risco dos detritos espaciais
Em data mundial sobre o tema, ca¢mpus promove palestras, exibia§a£o de va­deos e simulaa§aµes
Por Marcos Jorge - 05/02/2020


Imagem mostra a concentração da maior parte dos objetos espaciais em a³rbita próxima a  Terra- Imagem: Nasa
O ca¢mpus da Unesp em Guaratingueta¡ organizara¡ no pra³ximo dia 10 de fevereiro o Space Debris Day (ou o Dia dos Detritos Espaciais, em tradução livre). A data écelebrada em diferentes locais do mundo para chamar a atenção ao risco que os detritos espaciais oferecem aos vea­culos espaciais e atémesmo aos seres humanos na Terra.

O evento, organizado pelo Grupo de Dina¢mica Orbital e Planetologia, serárealizado no Departamento de Matema¡tica da Faculdade de Engenharia de Guaratingueta¡ a partir das 19h. Além da exibição de painanãis, va­deos e simuladores, o evento tera¡ palestras de docentes da Universidade.

O professor Ernesto Vieira Neto ira¡ abordar a colisão entre os satanãlites Iridium 33 e Cosmos 2251, ocorrida em 10 de fevereiro de 2009, e que motiva a escolha de uma data global para falar sobre o tema. Já a professora Daniela Cardozo Moura£o ira¡ fabordar o Projeto BRAMON e sua atuação no monitoramento de asteroides e Detritos Espaciais.

Detritos espaciais são objetos não naturais e sem função que estãoem a³rbita da Terra. Na maioria das vezes são gerados por pedaço s de lana§adores espaciais (foguetes) que se soltaram quando satanãlites operacionais foram colocados em a³rbita, mas pedaço s de satanãlites formados a partir de colisaµes com outros detritos ou mesmo colisaµes entre dois satanãlites também podem formar esse tipo de resíduo espacial.

O professor Vieira Neto explica que esses rejeitos estãoem a³rbitas próximas a s dos satanãlites operacionais, correndo o risco de colidir e prejudicar, parcial ou completamente, a funcionalidade desses equipamentos. ”Isso colocaria em risco as comunicações, previsaµes de tempo, localização de frotas de caminhaµes, ou observações de áreas importantes da Terra tais como a Amaza´nia, plantações, cidades, entre outros”, explica.

O docente de Guara¡ explica que desde os anos 80 já havia uma preocupação com a colisão de detritos espaciais. Ainda que alguns incidentes tenham ocorrido entre os anos 90 e 2000, foi no dia 10 de fevereiro de 2009 que o satanãlite Kosmos-2251 (não operacional) colidiu com o satanãlite Iridum-33 a uma velocidade superior a 40 mil km/h sobre a Sibanãria, atraindo grande atenção da comunidade cienta­fica.

“Nessa colisão foram gerados mais de mil pedaço s maiores que 10 cm, e um número muito maior de objetos menores. Esse foi o primeiro evento desse tipo, e por enquanto, continua sendo o aºnico”, explica o docente. O Space Debris Day marca o aniversa¡rio desta colisão e éfeito para criar um alerta sobre a grande ameaça que os detritos espaciais podem representar para o nosso dia-a-dia.

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Tanque de um foguete Delta II que caiu no estado do Texas, nos Estados Unidos, em 1997 (Wikipedia)

Monitoramento de meteoros na Unesp

Na segunda palestra da atividade, a professora Daniela Cardozo Moura£o ira¡ apresentar o projeto BRAMON (Brazilian Meteor Observation Network), uma rede construa­da originalmente para monitorar e analisar meteoros. Atualmente, a rede conta com mais de 150 estações que realizam a captura de imagens de meteoros usando ca¢meras e softwares adaptados.

“Além de meteoros, épossí­vel capturar rela¢mpagos, raios ca³smicos, satanãlites e lixo espacial. O reconhecimento e o acompanhamento de satanãlites e detritos espaciais são importantes para evitar colisão com satanãlites ativos, refinar suas trajeta³rias e prever possa­veis quedas”, explica Daniela.

A Unesp realiza estudo e mantanãm uma estação BRAMON no ca¢mpus de Guaratingueta¡, vinculada ao Grupo de Dina¢mica Orbital e Planetologia. A professora explica que com apoio de outras organizações, o projeto BRAMON já conseguiu detectar satanãlites com a³rbitas não catalogadas publicamente, além de participar de campanhas internacionais de reentrada na atmosfera de objetos espaciais. Um desses casos foi o acompanhamento da estação espacial chinesa desativada, Tiangong-1, que reentrou na atmosfera no dia 1° de abril de 2018, a s 21:16 (hora¡rio de Brasa­lia), no Oceano Paca­fico Sul, e cujos ca¡lculos chegaram a apontar um risco baixo de queda sobre o territa³rio brasileiro.

Para ver a programação completa e outras informações sobre o evento, acesse o link: https://www.facebook.com/events/193842585097291/?active_tab=about.

 

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