Pesquisadores do Imperial College e da Universidade de São Paulo se reuniram para um workshop colaborativo explorando os temas de transição energética e bioeconomia.

Pesquisadores do Imperial College London e da Universidade de São Paulo (USP) se reuniram em São Paulo, Brasil, de 23 a 25 de abril de 2025 para um workshop colaborativo focado na transição energética e na bioeconomia, duas áreas de crescente importância global.
O evento ocorreu após a renovação de um acordo de parceria entre as duas instituições, assinado em maio de 2024 na Embaixada do Brasil no Reino Unido, que reafirmou o compromisso de aprofundar a colaboração em pesquisa e educação.
Realizado no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da USP , o workshop reuniu acadêmicos renomados, pesquisadores emergentes e especialistas em políticas públicas de diversas disciplinas para lançar as bases para projetos conjuntos ambiciosos. O grupo incluiu 10 pesquisadores do Imperial College, 27 da USP e cinco participantes da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP) , cuja presença trouxe valiosas perspectivas das ciências sociais e políticas públicas.
Com as metas climáticas se aproximando e a demanda por soluções sustentáveis ??se tornando cada vez mais urgente, o evento marcou um momento crucial na cooperação científica entre o Reino Unido e o Brasil, particularmente oportuno enquanto o Brasil se prepara para sediar a COP30 em 2025.

O Prof. Julio R. Meneghini, Diretor Científico do RCGI – USP, afirmou: "Este workshop foi um marco para a USP e o Imperial, reforçando nosso compromisso mútuo com a excelência científica e o impacto social. Também representou um momento estratégico na relação entre o Brasil e o Reino Unido, fortalecendo laços bilaterais por meio de pesquisas colaborativas em transição energética e bioeconomia. O evento lançou uma base sólida para projetos transformadores que abordarão desafios globais com soluções inovadoras e interdisciplinares."
Ao longo de dois dias intensivos de apresentações, sessões interativas e trabalho em grupo, orientados por dois facilitadores profissionais do Instituto de Pesquisadores em Início de Carreira do Imperial, os participantes desenvolveram em conjunto ideias de projetos em estágio inicial com o objetivo de garantir financiamento inicial por meio de uma oportunidade de financiamento conjunto recém-lançada pelo Imperial e pela USP . O objetivo final é incentivar pesquisadores a buscarem bolsas estratégicas de larga escala de grandes financiadores.
O workshop culminou em apresentações dinâmicas de pitch, nas quais os participantes apresentaram propostas de pesquisa interdisciplinares com potencial para moldar o futuro da energia limpa, do desenvolvimento sustentável e da inovação global. Oito grupos colaborativos recém-formados apresentaram suas ideias iniciais a um painel simulado de financiamento que incluiu representantes da Rede de Ciência e Tecnologia do Brasil e do British Council.
Os projetos propostos variaram desde a avaliação de políticas de conservação florestal e aumento da participação indígena na governança florestal até o uso de tecnologias de biossensores para combater doenças fúngicas em plantações e alavancar recursos minerais essenciais para melhorar os resultados de saúde em comunidades de mineração.
A perspectiva do pesquisador
O participante do Imperial, Dr. José MR Flauzino , Pesquisador Associado do Departamento de Bioengenharia, compartilha suas experiências de participação neste workshop colaborativo e seus conselhos para outros pesquisadores que buscam iniciar ou expandir suas colaborações internacionais.
O que motivou você a se inscrever neste workshop?
Como pesquisador brasileiro radicado em Londres, fui motivado pela oportunidade de me reconectar com a comunidade de pesquisa brasileira e explorar colaborações significativas que unam os dois países. Os temas do workshop, transição energética e bioeconomia, estão profundamente alinhados com meu trabalho em tecnologias sustentáveis para agricultura e diagnóstico.
Como o formato interdisciplinar influenciou seu pensamento ou abordagem de pesquisa?
Foi revigorante estar em um espaço onde engenheiros, biólogos, economistas e especialistas em políticas públicas se reuniram para cocriar ideias. Esse tipo de intercâmbio interdisciplinar me impulsionou a pensar além da inovação técnica e a considerar o impacto em nível de sistemas, a escalabilidade e a integração de políticas desde o início.
Houve algum momento ou conversa que despertou uma nova ideia ou uma conexão inesperada?
Não houve um único momento de "aha", pois eu já havia pesquisado os antecedentes dos participantes e já tinha algumas ideias em mente. O que realmente se destacou foi a naturalidade com que a colaboração se desenvolveu. Quando conversei com os colegas brasileiros, eles já pensavam de forma semelhante, o que facilitou o alinhamento de nossos interesses e o desenvolvimento conjunto da proposta inicial desde o início. Foi um ótimo exemplo de preparação e o ambiente ideal.
Por que você acha que a colaboração internacional é importante para enfrentar os desafios da transição energética e da bioeconomia?
Porque estes são problemas globais que exigem soluções globais. Colaborações como esta nos permitem combinar insights locais com ciência de ponta, garantindo que as inovações sejam relevantes e impactantes. Também promovem a equidade e a reciprocidade na pesquisa, essenciais para enfrentar desafios complexos e interdependentes, como a segurança alimentar ou as mudanças climáticas.
Há algo que você aprendeu no workshop que irá integrar à sua abordagem de colaborações no futuro?
Sim, a importância de cocriar ideias pessoalmente. O tempo que tivemos para desenvolver ideias em colaboração foi inestimável e algo que priorizarei mais em projetos futuros. Também me lembrou do poder do trabalho de campo compartilhado e do contexto local na construção de parcerias de pesquisa sólidas e fundamentadas.
Você recomendaria esse formato a um colega e o que diria a ele?
Com certeza. Eu diria: vá com a mente aberta, esteja pronto para colaborar em diferentes disciplinas e aproveite a oportunidade para construir relacionamentos além da sua área de atuação. Este formato incentiva o pensamento global, o respeito mútuo e um impulso real em direção a um impacto de longo prazo.
Inscreva-se agora no Fundo Semente USP-Imperial
Pesquisadores do nível de pesquisador principal do Imperial são incentivados a se candidatar agora a financiamento para iniciar colaborações com seus colegas da Universidade de São Paulo.
O Fundo Semente Imperial da Universidade de São Paulo (USPS) está com uma chamada aberta para colaborações em pesquisa em qualquer disciplina, em todos os departamentos e grupos de pesquisa de cada instituição. Incentivamos fortemente a participação de projetos que demonstrem forte relevância para os temas prioritários de bioeconomia e transição energética e que adotem uma abordagem sistêmica, pois se alinham com os pontos fortes da instituição, as colaborações existentes e as áreas prioritárias para parcerias científicas e tecnológicas entre o Reino Unido e o Brasil.
O fundo visa fomentar atividades para apoiar o engajamento com a FAPESP e o Acordo de Agência Líder do Programa de Pesquisa e Inovação do Reino Unido (UKRI) e outros órgãos/programas nacionais e supranacionais relacionados, além de facilitar o desenvolvimento de uma proposta de financiamento estratégico em larga escala para as principais agências de financiamento.
O fundo está aberto a todos os docentes e pesquisadores do Imperial e da USP com privilégios de pesquisador principal (pesquisadores principais e pesquisadores seniores). Se tiver dúvidas sobre seu status de pesquisador principal, consulte seu departamento. As propostas devem ser submetidas em conjunto com colegas de ambas as instituições.
Inscreva-se até o prazo final de 25 de junho de 2025 Universidade de São Paulo - Imperial Seed Fund | Administração e serviços de apoio | Imperial College London