Jovens cientistas podem conhecer a vanguarda da pesquisa nas Escolas Interdisciplinares Fapesp
Serão realizados dois eventos voltados a pós-doutorandos na cidade de São Paulo: um em novembro, voltado às áreas de Ciências Exatas e Naturais, Engenharia e Medicina; e outro em dezembro, abrangendo Humanidades, Ciências Sociais e Artes

Escolas Interdisciplinares buscam conectar diferentes áreas do conhecimento – Foto: Divulgação/CNPEM Fapesp
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Série de encontros que busca oferecer a jovens cientistas a oportunidade de conhecer a pesquisa científica de vanguarda desenvolvida no Brasil e no exterior, além de interagir com pesquisadores considerados referências em suas áreas de atuação, as Escolas Interdisciplinares promovidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) têm inscrições abertas até o dia 30 de setembro para sua nova edição. Os encontros vão ocorrer nos meses de novembro e dezembro, na cidade de São Paulo, reunindo ao longo de cinco dias bolsistas de pós-doutorado de todo o País e pesquisadores renomados, do Brasil e do exterior, de várias áreas do conhecimento. Os participantes também poderão expor seus trabalhos em apresentações orais e na forma de pôsteres.
Entre 10 e 14 de novembro ocorrerá a Escola Interdisciplinar Fapesp 2025: Ciências Exatas e Naturais, Engenharia e Medicina. E de 1º a 5 de dezembro será realizada a Escola Interdisciplinar Fapesp 2025: Humanidades, Ciências Sociais e Artes. Ambas serão sediadas no Instituto Principia, próximo à Avenida Paulista. São oferecidas 120 vagas no total, 60 para cada evento. Para participar da escola na área de Exatas clique aqui. Para a área de Humanidades, as inscrições estão disponíveis neste link.
“Os palestrantes convidados são grandes lideranças em suas áreas e vão abordar temas atuais com os quais estão trabalhando. Também falarão sobre o desenvolvimento de suas carreiras, mostrando aos jovens cientistas – que em breve estarão buscando se inserir no mercado de trabalho – como chegaram ao ponto que estão hoje”, explica Oswaldo Baffa Filho, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP e coordenador da comissão organizadora dos eventos à Agência Fapesp.
Baffa também explica que, diferentemente das Escolas São Paulo de Ciência Avançada (ESPCAs), que são focadas em um único tema, tratado em profundidade, as Escolas Interdisciplinares buscam conectar diferentes áreas do conhecimento, mostrar suas características e seus métodos peculiares de investigação.
Processo seletivo
Podem concorrer a uma das 120 vagas pesquisadores em nível de pós-doutorado financiados por agências de fomento nacionais. Os inscritos que atenderem aos critérios de elegibilidade descritos nos editais serão selecionados por sorteio. Metade das vagas é reservada a bolsistas que atuam no Estado de São Paulo e metade aos demais Estados da federação. Como destaca Baffa, a diversidade étnica e de gênero também será levada em conta no processo seletivo. “Queremos ver refletida entre os participantes a diversidade da população brasileira”, afirma.
Os participantes terão as despesas com deslocamento, acomodação e alimentação totalmente custeadas pela Fapesp. “Os pós-doutorandos que recebem bolsa da Fapesp não precisarão usar recursos da Reserva Técnica. Será oferecido um valor extra para o evento”, diz Baffa.
Temas em destaque
Parte da programação será comum às duas Escolas Interdisciplinares de 2025. A abertura dos eventos contará com a presença do presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago, que falará sobre o papel da fundação no apoio à futura geração de cientistas. Em uma das tardes haverá uma visita guiada ao Museu do Ipiranga. Na ocasião, os participantes poderão conhecer em detalhes como a ciência contribuiu para o processo de restauração do edifício e das peças do acervo. E o professor da USP Emmanuel Burdmann, membro do comitê organizador dos eventos, ministrará um workshop sobre como elaborar um projeto de pesquisa com chances de ser aprovado por uma agência de fomento.
A Escola de Ciências Exatas e Naturais, Engenharia e Medicina terá como palestrantes Felicia Keesing, ecologista e professora do Bard College (Estados Unidos); Marcelo Viana, diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa); Anthony Watts, professor de Bioquímica na Universidade de Oxford (Reino Unido) e presidente da Sociedade Europeia de Biofísica; Alysson R. Muotri, professor da Universidade da Califórnia em San Diego (Estados Unidos), onde dirige o Programa de Células-Tronco; Margareth Dalcolmo, médica e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Andrew Smyth, engenheiro e professor da Universidade Columbia (Estados Unidos); Anderson Rocha, professor do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e Esper Cavalheiro, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Entre os temas previstos estão prevenção de zoonoses, questões éticas relacionadas ao uso de inteligência artificial, envelhecimento e longevidade e cidades inteligentes. Haverá ainda um workshop sobre como combater a desinformação e o negacionismo científico, que será ministrado pela professora da Unifesp Soraya Smaili, também membro da comissão organizadora.
Os palestrantes da Escola Interdisciplinar Fapesp 2025: Humanidades, Ciências Sociais e Artes serão Eduardo Góes Neves, diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP; Dorothy M. Fragaszy, primatologista e professora da Universidade da Georgia (Estados Unidos); Carolyn Parkinson, neurocientista e professora da Universidade da Califórnia em Los Angeles (Estados Unidos); Robert Frank, economista e professor da Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne; Márcia Thereza Couto, cientista social e professora da Faculdade de Medicina da USP; Gil Jardim, maestro honorário da Orquestra de Câmara (Ocam) da Escola de Comunicações e Artes da USP; Esper Cavalheiro (Unifesp), Emília Pietrafesa de Godoi, antropóloga e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e João Ricardo Sato, neurocientista e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC).
“Teremos a apresentação de trabalhos de diferentes áreas – como arqueologia e antropologia, história, psicologia, neurociências, música e ética –, tratando de temas que incluem o uso de ferramentas por primatas, herança cultural, o papel de redes sociais nas conexões interpessoais, relações internacionais, desafios da saúde pública contemporânea, a música de Villa-Lobos, relações entre arte, ciência e educação”, conta a professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Deisy das Graças de Souza, membro da comissão organizadora, que também conta com a participação de Gabriela Pellegrino Soares (USP), João Sette Whitaker Ferreira (USP) e Nancy Lopes Garcia (Unicamp).
Mais informações no site das Escolas Fapesp