A UNICAMP tem respondido de imediato a crise de saúde sem precedentes que o Brasil tem passado neste momento. Nãosomente atravanãs da disponibilidade do maior hospital SUS da regia£o, mas também cientificamente.
Daniel Martins-de-Souza, Benilton de Sa¡ Carvalho e Munir S. Skaf
A UNICAMP tem respondido de imediato a crise de saúde sem precedentes que o Brasil tem passado neste momento. Nãosomente atravanãs da disponibilidade do maior hospital SUS da regia£o, mas também cientificamente.Â
A Universidade se pauta pelos três sustenta¡culos basilares: ensino - pesquisa - extensão. A excelaªncia da UNICAMP em cada um desses pilares éreconhecida nacional e internacionalmente, destacando-se particularmente na pós-graduação e na pesquisa, campos em que detanãm os melhores indicadores por docente dopaís.Â
Em momentos de grave crise como a que temos vivido com a pandemia do COVID-19, a ciência éo recurso natural da população. a‰ nestes momentos que são cobradas soluções urgentes dos cientistas para a contenção da doena§a, para o desenvolvimento de vacinas e outras medidas preventivas e terapaªuticas, bem como para a mitigação de danos. E a ciência sempre responde nestas horas.Â
Desde a deflagração do problema de forma exponencial no Brasil, a equipe liderada pelo Prof. JoséLuiz Ma³dena do Instituto de Biologia da UNICAMP elaborou um teste para detecção do COVID-19, como alternativa aos laboratórios de referaªncia, visando testar o maior número de pacientes no menor tempo possaveis. Em paralelo, diversos docentes da UNICAMP, liderados pelos Professores Ma³dena e Marcelo Mori, organizaram uma força-tarefa, dividida em sete diferentes frentes: Diagnóstico, Ensaios Clanicos, Modelagem e Epidemiologia, Pesquisa Cientafica Ba¡sica, Captação de Recursos, Divulgação Cientafica e Articulação Administrativa.Â
Com o apoio da Pra³-Reitoria de Pesquisa (PRP) e da Secretaria Executiva de Comunicação (SEC), a força tarefa se expandiu congregando dezenas de docentes e pesquisadores de diversas áreas que também vinham se articulando para enfrentar o desafio que a pandemia nos impa´s. Estão sendo incorporadas a força tarefa iniciativas importantes na área engenharia que vinham sendo conduzidas a todo vapor no Centro de Engenharia Biomédica (CEB), sob a coordenação do Prof. Leonardo Abdalla Elias. O CEB tem atuado junto ao HC de Unicamp e demais áreas da saúde em dar suporte, manutenção e recuperação de equipamentos hospitalares sofisticados e essenciais no contexto da COVID-19 como, por exemplo, respiradores artificiais, monitores multiparamanãtricos, bombas de infusão e cardioversores. O Laborata³rio de Biofabricação (Biofabris), coordenado pelo Prof. Rubens Maciel, vem contribuindo com o desenvolvimento e fabricação de ma¡scaras, aventais e outros equipamentos de proteção individual para uso médico-hospitalar. Um grupo de docentes do Instituto de Química, por sua vez, se dispa´s a integrar a força tarefa atuando em duas frentes principais: diagnóstico e acompanhamento, via técnicas analaticas, e na produção de materiais anti-sanãpticos.Â
A equipe da força tarefa também vem buscando parcerias com o setor industrial, que não tem economizado esforços em empreender juntamente aos cientistas de Universidade na busca de soluções prática s, que a situação de emergaªncia exige. Os empresa¡rios interessados em parcerias devem procurar nossos cientistas, que encaminhara£o as propostas a administração central da Universidade para futuro encaminhamento. Â
A PRP, atravanãs do Fundo de Apoio ao Ensino, a Pesquisa e a Extensão (FAEPEX), acaba de autorizar o uso emergencial de três milhões de reais (R$ 3.000.000,00) para o desenvolvimento de projetos de pesquisa diretamente associados a pandemia do COVID-19. Sera£o investidos recursos para o financiamento rápido e emergencial de projetos de pesquisa ba¡sica e, notadamente, de pesquisa aplicada, bem como de ensaios clínicos associados ao COVID-19 em todas as frentes já mencionadas e possivelmente outras. As propostas devera£o ser submetidas por equipes bem capacitadas e bem estruturadas internamente, sob a coordenação de um docente ou pesquisador responsável, e devera£o estar fortemente articuladas com a área da saúde da Unicamp. As propostas sera£o avaliadas em fast track com a participação de membros do GT COVID-19, instituado pela Portaria GR-022/2020, de 12/03/2020. Parte destes recursos serádestinada a bolsas de estudo emergenciais a pa³s-graduandos e pesquisadores de pa³s-doutorado, conforme regras a serem oportunamente divulgadas.
Desde que implementada, a força-tarefa da UNICAMP tem trabalhado 7 dias por semana, 24 horas por dia, literalmente. Sa£o milhares de mensagens via WhatsApp e dezenas de reuniaµes remotas por dia, visando contribuir de forma responsável e humanita¡ria com este problema nunca vivido pelas gerações que hoje trabalham na Universidade. O resultado disso não pode ser outro: entender como a epidemia progride e a previsão de seu desfecho; compreender os mecanismos biola³gicos envolvidos na infecção; ensaios diagnósticos e de monitoramento do tratamento; e, finalmente, teste de novos medicamentos. Ao final deste período desafiador, certamente teremos uma comunidade de cientistas treinados e melhor preparados para lidar com situações imprevisaveis como esta.
Como se espera de uma Universidade que éreferaªncia como a UNICAMP, a resposta a presença do COVID-19 tem sido rápida. Como se espera dos cientistas, a busca por soluções já começou. Como sabemos, a ciência éa solução.