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Como transformar pesquisas em nega³cios? Novo núcleo da USP vai capacitar cientistas empreendedores
Nidus vai abrigar programa de residaªncia em inovaa§a£o; núcleo devera¡ atuar como hostel de projetos
Por USP - 16/03/2021


Novo núcleo quer aliar formação técnica e visão empreendedora osFoto: Reprodução

Como a maior parte dos dilemas da vida acadaªmica, o Naºcleo de Formação de Empresas e Empreendedores da USP (Nidus) surgiu de uma questão: que fazer com doutores, mestres e atémesmo graduados, recanãm-titulados, que possuem uma pesquisa com potencial de inovação, mas se formaram em um grupo sem a cultura necessa¡ria para levar produtos e servia§os ao mercado?

Para estimular a inovação e criar pontes entre a academia e empresas, a Universidade dispaµe de uma sanãrie de ações e programas que estimulam o empreendedorismo no ambiente universita¡rio, como parques tecnola³gicos, aceleradoras e incubadoras. Atualmente, as incubadoras tem permitido acelerar o processo de aplicação de tecnologias, mas a seleção exige um certo grau de maturidade do produto ou servia§o. Uma caracterí­stica que, muitas vezes, não permite o enquadramento do portador da ideia em sistemas estabelecidos de modelagem de um nega³cio. Falta uma etapa anterior.

Vendo nesta lacuna uma oportunidade de estimular a criação de servia§os, produtos e nega³cios inovadores, o InovaUSP oscentro de pesquisa e inovação da USP -, atravanãs do Nidus, quer atuar capacitando profissionais e abrigando suas ideias em um hostel de projetos. Aliando formação técnica e visão empreendedora, o núcleo deve iniciar suas atividades no pra³ximo maªs de abril, na construção de um programa de residaªncia em inovação com a Pra³-Reitoria de Cultura e Extensão da USP.

De acordo com o coordenador do núcleo, Norberto Peporine Lopes, a iniciativa permitira¡ o amadurecimento das ideias dos alunos em um sistema de avaliação e tutoria, com previsão de 12 meses de duração. O objetivo éreter talentos formados na Universidade e atrair potenciais inovadores de fora para conviverem no mesmo ambiente.

“A academia, no Brasil, ainda estãoem fase de preparação para a inovação. A descoberta, em si, não éuma inovação. Inovação équando comea§amos a ter valor comercial agregado. Durante um tempo, o objetivo de um pesquisador era fazer patente, mas nos laboratórios sempre surgem excelentes ideias que, com o devido direcionamento, podem chegar ao mercado”, afirma Lopes.

Membro da Academia Brasileira de Ciências e professor da Faculdade de Ciências Farmacaªuticas da USP em Ribeira£o Preto, Lopes fala com orgulho de ter visto o nascimento de pelo menos seis empresas de seus ex-alunos, tendo ajudado a transformarem suas ideias em nega³cios. Dois exemplos são a Decoy Smart Control, startup brasileira de biotecnologia que cresceu 437% no ano passado e foi destaque da revista Forbes, e a Lychnoflora, que acaba de assinar o contrato com a USP e a Prefeitura de Municipal de Ribeira£o Preto para ser a primeira empresa a construir no parque tecnola³gico da cidade, o Supera Parque.
 
Formação e visão

Formação técnica aliada a uma visão inovadora figuram como alternativa para alavancar o empreendedorismo e sustentar a demanda de desenvolvimento de projetos que ainda estãonuma fase anterior a  incubação. Apoiando-se na formação individual, a atuação do Nidus devera¡ se pautar na criação de um programa de residaªncia em inovação e acolher iniciativas como o Programa de Pa³s-Doutoramento em Inovação, em desenvolvimento no Instituto de Estudos Avana§ados da USP.

Recentemente oficializado pela Reitoria, o núcleo pretende oferecer a residaªncia sob o modelo de atividade de extensão, em parceria com a Pra³-Reitoria de Cultura e Extensão Universita¡ria (PRCEU). O núcleo tera¡ sede no prédio do InovaUSP, no campus da capital, mas devera¡ articular ações em todos os campi da USP no interior do Estado.

“Estamos focados no indiva­duo, neste momento. O interessado entra com o CPF, adquire um número USP e recebe uma formação mais ampla em inovação. Neste processo, podera¡ aproveitar o ambiente da Universidade para então surgir uma empresa nascente e constituir um novo CNPJ. Tambanãm existe a possibilidade do ingresso de empresas já fundadas diretamente no sistema de hostel”, explica Lopes.

Na Universidade, o Nidus pretende distribuir os alunos entre as diferentes disciplinas, laboratórios, organizações e programas que atuam com desenvolvimento e inovação no a¢mbito da USP. Além disso, a tutoria servira¡ como forma de avaliação do perfil do empreendedor, oferecendo suporte e consultoria ao aluno e direcionando-o para projetos de pesquisa inovativa em pequenas empresas ou para criação de empresas com DNA USP.

 

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