Como transformar pesquisas em nega³cios? Novo núcleo da USP vai capacitar cientistas empreendedores
Nidus vai abrigar programa de residaªncia em inovaa§a£o; núcleo devera¡ atuar como hostel de projetos

Novo núcleo quer aliar formação técnica e visão empreendedora osFoto: Reprodução
Como a maior parte dos dilemas da vida acadaªmica, o Naºcleo de Formação de Empresas e Empreendedores da USP (Nidus) surgiu de uma questão: que fazer com doutores, mestres e atémesmo graduados, recanãm-titulados, que possuem uma pesquisa com potencial de inovação, mas se formaram em um grupo sem a cultura necessa¡ria para levar produtos e servia§os ao mercado?
Para estimular a inovação e criar pontes entre a academia e empresas, a Universidade dispaµe de uma sanãrie de ações e programas que estimulam o empreendedorismo no ambiente universita¡rio, como parques tecnola³gicos, aceleradoras e incubadoras. Atualmente, as incubadoras tem permitido acelerar o processo de aplicação de tecnologias, mas a seleção exige um certo grau de maturidade do produto ou servia§o. Uma característica que, muitas vezes, não permite o enquadramento do portador da ideia em sistemas estabelecidos de modelagem de um nega³cio. Falta uma etapa anterior.
Vendo nesta lacuna uma oportunidade de estimular a criação de servia§os, produtos e nega³cios inovadores, o InovaUSP oscentro de pesquisa e inovação da USP -, atravanãs do Nidus, quer atuar capacitando profissionais e abrigando suas ideias em um hostel de projetos. Aliando formação técnica e visão empreendedora, o núcleo deve iniciar suas atividades no pra³ximo maªs de abril, na construção de um programa de residaªncia em inovação com a Pra³-Reitoria de Cultura e Extensão da USP.
De acordo com o coordenador do núcleo, Norberto Peporine Lopes, a iniciativa permitira¡ o amadurecimento das ideias dos alunos em um sistema de avaliação e tutoria, com previsão de 12 meses de duração. O objetivo éreter talentos formados na Universidade e atrair potenciais inovadores de fora para conviverem no mesmo ambiente.
“A academia, no Brasil, ainda estãoem fase de preparação para a inovação. A descoberta, em si, não éuma inovação. Inovação équando comea§amos a ter valor comercial agregado. Durante um tempo, o objetivo de um pesquisador era fazer patente, mas nos laboratórios sempre surgem excelentes ideias que, com o devido direcionamento, podem chegar ao mercadoâ€, afirma Lopes.
Membro da Academia Brasileira de Ciências e professor da Faculdade de Ciências Farmacaªuticas da USP em Ribeira£o Preto, Lopes fala com orgulho de ter visto o nascimento de pelo menos seis empresas de seus ex-alunos, tendo ajudado a transformarem suas ideias em nega³cios. Dois exemplos são a Decoy Smart Control, startup brasileira de biotecnologia que cresceu 437% no ano passado e foi destaque da revista Forbes, e a Lychnoflora, que acaba de assinar o contrato com a USP e a Prefeitura de Municipal de Ribeira£o Preto para ser a primeira empresa a construir no parque tecnola³gico da cidade, o Supera Parque.
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Formação e visão
Formação técnica aliada a uma visão inovadora figuram como alternativa para alavancar o empreendedorismo e sustentar a demanda de desenvolvimento de projetos que ainda estãonuma fase anterior a incubação. Apoiando-se na formação individual, a atuação do Nidus devera¡ se pautar na criação de um programa de residaªncia em inovação e acolher iniciativas como o Programa de Pa³s-Doutoramento em Inovação, em desenvolvimento no Instituto de Estudos Avana§ados da USP.
Recentemente oficializado pela Reitoria, o núcleo pretende oferecer a residaªncia sob o modelo de atividade de extensão, em parceria com a Pra³-Reitoria de Cultura e Extensão Universita¡ria (PRCEU). O núcleo tera¡ sede no prédio do InovaUSP, no campus da capital, mas devera¡ articular ações em todos os campi da USP no interior do Estado.
“Estamos focados no indivaduo, neste momento. O interessado entra com o CPF, adquire um número USP e recebe uma formação mais ampla em inovação. Neste processo, podera¡ aproveitar o ambiente da Universidade para então surgir uma empresa nascente e constituir um novo CNPJ. Tambanãm existe a possibilidade do ingresso de empresas já fundadas diretamente no sistema de hostelâ€, explica Lopes.
Na Universidade, o Nidus pretende distribuir os alunos entre as diferentes disciplinas, laboratórios, organizações e programas que atuam com desenvolvimento e inovação no a¢mbito da USP. Além disso, a tutoria servira¡ como forma de avaliação do perfil do empreendedor, oferecendo suporte e consultoria ao aluno e direcionando-o para projetos de pesquisa inovativa em pequenas empresas ou para criação de empresas com DNA USP.