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Antonio Augusto Arantes Neto recebe tí­tulo de Professor Emanãrito da Unicamp
A solenidade ocorreu de forma virtual e contou com a participaa§a£o de membros do Conselho Universita¡rio da Unicamp e das professoras Eunice Ribeiro Durham (USP) e Artionka Ga³es Capiberibe (Unicamp), madrinhas do professor homenageado.
Por Felipe Mateus - 19/03/2021


Docente contribuiu para a criação do Departamento de Antropologia do IFCH da Unicamp (foto: Antonio Scarpinetti)

Nesta quarta-feira (17), a Unicamp concedeu o tí­tulo de Professor Emanãrito a Antonio Augusto Arantes Neto, docente do Departamento de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. A solenidade ocorreu de forma virtual e contou com a participação de membros do Conselho Universita¡rio da Unicamp e das professoras Eunice Ribeiro Durham (USP) e Artionka Ga³es Capiberibe (Unicamp), madrinhas do professor homenageado. 

Bacharel e Mestre em Ciências Sociais pela USP e Doutor em Antropologia Social pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, Antonio Augusto Arantes Neto tem uma carreira que se destaca pelas contribuições com o meio cienta­fico e também com as instituições públicas de defesa do patrima´nio cultural brasileiro. Na Unicamp, trabalhou na criação do Departamento de Antropologia do IFCH e, após sua aposentadoria, vem atuando como colaborador junto ao departamento e aos programas de pós-graduação do IFCH, além de contribuir ativamente para a inclusão de alunos na vida acadaªmica por meio das Bolsas de Auxa­lio Social (BAS).

De forma paralela ao trabalho universita¡rio, foi membro do Conselho de Defesa do Patrima´nio Cultural do Estado de Sa£o Paulo e conduziu o processo de criação do órgão na esfera municipal em Campinas. Tambanãm foi dirigente das Associações Brasileira e Latino-Americana de Antropologia e participou da elaboração de implementação da Convenção da Unesco para Salvaguarda do Patrima´nio Cultural Imaterial. Entre 2004 e 2005, foi presidente do Instituto do Patrima´nio Hista³rico e Arta­stico Nacional (Iphan). 

"Acho que sempre fui instigado pela busca daquilo que faa§o, pelo sentido social mais amplo do meu trabalho. Nãoéa  toa que esse sentido social mais amplo seja inerente a s ciências sociais. Acho difa­cil que um cientista social se contente em fazer reflexões frias e distantes a respeito da condição humana, da história e da sociedade. Na³s somos parte dela e, dificilmente, podemos nos afastar dessa realidade", compartilhou Antonio Augusto ao considerar sua atuação junto a  Unicamp e a outras instituições públicas um ponto alto de sua trajeta³ria. 

Professora de Antonio Augusto na USP nos anos 1960 e uma de suas referaªncias na atuação acadaªmica, Eunice Durham afirmou que ele foi um de seus alunos mais brilhantes e que formou uma geração de antropa³logos. Ela também reconheceu a importa¢ncia de seu trabalho na identificação de aspectos que constituem o patrima´nio cultural brasileiro e sua identidade. "A ausaªncia do sentido de pertencimento dopaís explica a ausaªncia do sentimento de responsabilidade pela sociedade. O que constitui a grande qualidade do trabalho do Antonio Augusto éo fato de ele sempre trabalhar pela ampliação do acesso ao nosso patrima´nio hista³rico e cultural. a‰ dentro do acesso a esse patrima´nio que nosconstrua­mos e somos sempre lembrados de nossa participação nopaís", ressaltou Durham. 

Autora da proposta de concessão do ta­tulo, Artionka Capiberibe compartilhou sua experiência, enquanto aluna de graduação, de ter sido monitora de uma disciplina ministrada por Antonio Augusto. Segundo ela, sua postura como docente serve hoje de referaªncia para ela: "Tenho uma lembrana§a daquela experiência que me acompanha e me serve de modelo atéhoje, que éa da seriedade com que ele conduzia as aulas e sua interlocução comigo, que na anãpoca não passava de uma jovem de 22 anos. Ficava admirada que ele levasse em consideração minhas observações sobre suas aulas e sobre a avaliação das e dos estudantes. Esse modelo de ouvir e aprender com os mais jovens ficou entranhado em mim e tento reproduzir em meu exerca­cio de docaªncia". 

Para o reitor Marcelo Knobel, a homenagem feita ao docente e a concessão do tí­tulo de Professor Emanãrito cumpre também um reconhecimento importante do papel da ciência e das instituições públicas para a sociedade brasileira. "Esse momento que estamos vivendo écrucial em nossa vida, em nossopaís, éum momento importante para mostrar, cada vez mais, a importa¢ncia da ciaªncia, da educação e, em particular, da educação pública. Temos que lutar pelo fortalecimento das instituições públicas que são fundamentais para a soberania e para o futuro sustenta¡vel dopaís, menos desigual e que tenha como meta que todas as pessoas tenham uma qualidade de vida melhor", pontuou Knobel. 

 

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