Campus

Unicamp inaugura sede do Servia§o de Atenção a  Violaªncia Sexual (SAVS)
Um espaço especialmente projetado para receber queixas de violência sexual e discriminação de gaªnero que acontecem dentro da Universidade.
Por Juliana Franco - 24/03/2021


Servia§o de Atenção a  Violaªncia Sexual (SAVS)

Um espaço especialmente projetado para receber queixas de violência sexual e discriminação de gaªnero que acontecem dentro da Universidade. O Servia§o de Atenção a  Violaªncia Sexual (SAVS), vinculado a  Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DEDH) da Unicamp, acaba de ganhar uma nova sede, localizada na Praça da Reitoria, no campus de Campinas. A cerima´nia virtual de inauguração aconteceu nesta quarta-feira (24), a partir das 14 horas, no canal da DEDH no YouTube.

“A inauguração desse espaço éum marco no processo de institucionalização da pola­tica de combate a  violência sexual e de gaªnero da Unicamp”, destaca a professora Ana Maria Fonseca de Almeida, que preside a Comissão Assessora criada juntamente com o SAVS em 2019, a partir das recomendações feitas por um grupo de trabalho institua­do dois anos antes para estudar a questão. Para ela, o novo espaço reforça o compromisso da Unicamp com o combate a esse problema, infelizmente ainda presente no cotidiano acadaªmico. “Um aspecto muito importante desse serviço éo de oferecer uma garantia de que os casos va£o ser tratados com homogeneidade, e de que as pessoas sera£o ouvidas e orientadas sempre respeitando suas escolhas, sua história e o direito ao contradita³rio”, ressalta.

Desde que foi criado, o SAVS vinha funcionando no mesmo espaço da agora vizinha Ouvidoria. Poder projetar um espaço pra³prio permitiu que a infraestrutura fosse adequada para atender com mais discrição e cuidado aqueles que buscam o servia§o: épor isso que o isolamento acaºstico, por exemplo, foi uma das prioridades do projeto arquiteta´nico. “Do ponto de vista do atendimento, émais um passo na direção das condições técnicas e anãticas adequadas, uma forma de dar credibilidade a esse trabalho e garantir uma relação de confiana§a”, explica Camila Ferreira, assistente social responsável pelo SAVS. Segundo ela, além de cumprir parametros e leis especa­ficas para casos de violência sexual, o novo espaço também amplia a segurança e o sigilo das informações e dados gerados pelos atendimentos.

Queixa X denaºncia

Todos os casos de violência sexual ou discriminação de gaªnero ocorridos na Universidade devem ser reportados ao SAVS, ainda que a pessoa tenha daºvida sobre a violência sofrida ou são tome consciência dela muito tempo depois, algo frequente nesse tipo de ocorraªncia. O mesmo vale para os casos de assanãdio sexual cibernanãtico ou discriminação de gaªnero atravanãs da Internet, previstos na pola­tica institucional antes mesmo da suspensão das atividades presenciais por conta da pandemia.

“O SAVS acolhe essa queixa osgarantindo o sigilo das informações, da identidade dessa pessoa, e do conteaºdo que ela relata ose mobiliza recursos da Universidade para garantir que a pessoa tenha condições de lidar com esse episãodio da melhor forma possí­vel, inclusive de dar continuidade a s suas atividades na Unicamp”, explica Camila. 

Ou seja, o SAVS éresponsável por acionar setores especializados da Unicamp de acordo com as especificidades de cada caso, oferecendo orientação e acolhendo as queixas, mas não tem poder para julgar ou punir envolvidos. Fica a critanãrio da pessoa que procura o serviço transformar a queixa em denaºncia, isto anã, levar o caso a insta¢ncias que permitam que sejam tomadas medidas administrativas ou legais, dentro ou fora da Universidade. “A gente trabalha tanto com essa rede interna de órgãos especializados e de grande excelaªncia, quanto com uma rede externa. a‰ importante lembrar que a Unicamp estãoarticulada com outras políticas, que as pessoas podem ainda acionar órgãos externos, e o SAVS também orienta nesse sentido”, esclarece a assistente social. 

“Todos os encaminhamentos respeitam o protagonismo da pessoa que procura o servia§o. A função do SAVS éacolher, orientar, apresentar as opções, fazer a mediação com os servia§os dispona­veis, e deixar que a pessoa decida sobre os encaminhamentos a serem tomados”, ressalta a professora Ana Almeida. 

Desde que foi criado, o SAVS também vem promovendo ações educativas e de conscientização, assim como estudos  osum dos planos érealizar, em breve, um levantamento junto a  comunidade acadaªmica sobre o tema. Segundo a diretora executiva de Direitos Humanos da Unicamp, professora Nanãri de Barros Almeida, iniciativas que ajudam a dar visibilidade tanto a  violência sexual que tem como grande alvo as mulheres, quanto a  discriminação sofrida pela comunidade LGBTQI+. “Isso significa que a gente estãotrabalhando não apenas por aquelas pessoas que sofreram violências, mas também por aquelas que sofrem cotidianamente formas de discriminação que os sujeitos tem dificuldade em identificar e denunciar como violência, que são os preconceitos embutidos nas prática s cotidianas e dia¡rias, que perpetuam as desigualdades fundamentadas em gaªnero e sexualidade na nossa sociedade. A Universidade não pode ser um lugar em que a violência sexual e de gaªnero épermitida e tolerada”, reforça.  

Como pedir ajuda

O SAVS acolhe queixas de docentes, estudantes, pesquisadores e funciona¡rios da Unicamp, e também de terceirizados, estagia¡rios, patrulheiros e usuários dos diversos servia§os que a Universidade oferece ao paºblico. Embora a sede esteja localizada em Campinas, o serviço também abrange os campi de Limeira e Piracicaba, bem como os Colanãgios Tanãcnicos. O atendimento funciona de segunda a sexta, das 11h30 a s 17h30, mediante agendamento por meio do e-mail savs@unicamp.br ou do telefone (19) 3521-7924 (WhatsApp). 

Importante: casos graves ou que envolvam violência física são orientados a buscar pronto-atendimento no Ambulata³rio do CAISM, no Hospital de Cla­nicas da Unicamp ou outro serviço médico de urgência especializado.

 

.
.

Leia mais a seguir