Um espaço especialmente projetado para receber queixas de violência sexual e discriminação de gaªnero que acontecem dentro da Universidade.

Servia§o de Atenção a Violaªncia Sexual (SAVS)
Um espaço especialmente projetado para receber queixas de violência sexual e discriminação de gaªnero que acontecem dentro da Universidade. O Servia§o de Atenção a Violaªncia Sexual (SAVS), vinculado a Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DEDH) da Unicamp, acaba de ganhar uma nova sede, localizada na Praça da Reitoria, no campus de Campinas. A cerima´nia virtual de inauguração aconteceu nesta quarta-feira (24), a partir das 14 horas, no canal da DEDH no YouTube.
“A inauguração desse espaço éum marco no processo de institucionalização da polatica de combate a violência sexual e de gaªnero da Unicampâ€, destaca a professora Ana Maria Fonseca de Almeida, que preside a Comissão Assessora criada juntamente com o SAVS em 2019, a partir das recomendações feitas por um grupo de trabalho instituado dois anos antes para estudar a questão. Para ela, o novo espaço reforça o compromisso da Unicamp com o combate a esse problema, infelizmente ainda presente no cotidiano acadaªmico. “Um aspecto muito importante desse serviço éo de oferecer uma garantia de que os casos va£o ser tratados com homogeneidade, e de que as pessoas sera£o ouvidas e orientadas sempre respeitando suas escolhas, sua história e o direito ao contradita³rioâ€, ressalta.
Desde que foi criado, o SAVS vinha funcionando no mesmo espaço da agora vizinha Ouvidoria. Poder projetar um espaço pra³prio permitiu que a infraestrutura fosse adequada para atender com mais discrição e cuidado aqueles que buscam o servia§o: épor isso que o isolamento acaºstico, por exemplo, foi uma das prioridades do projeto arquiteta´nico. “Do ponto de vista do atendimento, émais um passo na direção das condições técnicas e anãticas adequadas, uma forma de dar credibilidade a esse trabalho e garantir uma relação de confiana§aâ€, explica Camila Ferreira, assistente social responsável pelo SAVS. Segundo ela, além de cumprir parametros e leis especaficas para casos de violência sexual, o novo espaço também amplia a segurança e o sigilo das informações e dados gerados pelos atendimentos.
Queixa X denaºncia
Todos os casos de violência sexual ou discriminação de gaªnero ocorridos na Universidade devem ser reportados ao SAVS, ainda que a pessoa tenha daºvida sobre a violência sofrida ou são tome consciência dela muito tempo depois, algo frequente nesse tipo de ocorraªncia. O mesmo vale para os casos de assanãdio sexual cibernanãtico ou discriminação de gaªnero atravanãs da Internet, previstos na polatica institucional antes mesmo da suspensão das atividades presenciais por conta da pandemia.
“O SAVS acolhe essa queixa osgarantindo o sigilo das informações, da identidade dessa pessoa, e do conteaºdo que ela relata ose mobiliza recursos da Universidade para garantir que a pessoa tenha condições de lidar com esse episãodio da melhor forma possível, inclusive de dar continuidade a s suas atividades na Unicampâ€, explica Camila.Â
Ou seja, o SAVS éresponsável por acionar setores especializados da Unicamp de acordo com as especificidades de cada caso, oferecendo orientação e acolhendo as queixas, mas não tem poder para julgar ou punir envolvidos. Fica a critanãrio da pessoa que procura o serviço transformar a queixa em denaºncia, isto anã, levar o caso a insta¢ncias que permitam que sejam tomadas medidas administrativas ou legais, dentro ou fora da Universidade. “A gente trabalha tanto com essa rede interna de órgãos especializados e de grande excelaªncia, quanto com uma rede externa. a‰ importante lembrar que a Unicamp estãoarticulada com outras políticas, que as pessoas podem ainda acionar órgãos externos, e o SAVS também orienta nesse sentidoâ€, esclarece a assistente social.Â
“Todos os encaminhamentos respeitam o protagonismo da pessoa que procura o servia§o. A função do SAVS éacolher, orientar, apresentar as opções, fazer a mediação com os servia§os disponaveis, e deixar que a pessoa decida sobre os encaminhamentos a serem tomadosâ€, ressalta a professora Ana Almeida.Â
Desde que foi criado, o SAVS também vem promovendo ações educativas e de conscientização, assim como estudos osum dos planos érealizar, em breve, um levantamento junto a comunidade acadaªmica sobre o tema. Segundo a diretora executiva de Direitos Humanos da Unicamp, professora Nanãri de Barros Almeida, iniciativas que ajudam a dar visibilidade tanto a violência sexual que tem como grande alvo as mulheres, quanto a discriminação sofrida pela comunidade LGBTQI+. “Isso significa que a gente estãotrabalhando não apenas por aquelas pessoas que sofreram violências, mas também por aquelas que sofrem cotidianamente formas de discriminação que os sujeitos tem dificuldade em identificar e denunciar como violência, que são os preconceitos embutidos nas prática s cotidianas e dia¡rias, que perpetuam as desigualdades fundamentadas em gaªnero e sexualidade na nossa sociedade. A Universidade não pode ser um lugar em que a violência sexual e de gaªnero épermitida e toleradaâ€, reforça. Â
Como pedir ajuda
O SAVS acolhe queixas de docentes, estudantes, pesquisadores e funciona¡rios da Unicamp, e também de terceirizados, estagia¡rios, patrulheiros e usuários dos diversos servia§os que a Universidade oferece ao paºblico. Embora a sede esteja localizada em Campinas, o serviço também abrange os campi de Limeira e Piracicaba, bem como os Colanãgios Tanãcnicos. O atendimento funciona de segunda a sexta, das 11h30 a s 17h30, mediante agendamento por meio do e-mail savs@unicamp.br ou do telefone (19) 3521-7924 (WhatsApp).Â
Importante: casos graves ou que envolvam violência física são orientados a buscar pronto-atendimento no Ambulata³rio do CAISM, no Hospital de Clanicas da Unicamp ou outro serviço médico de urgência especializado.