Todos os dias, enfrentamos uma série de oportunidades para fazer a coisa certa. Às vezes, aproveitamos esses momentos; outras vezes, não. Então, por que fazemos essas escolhas e o que leva algumas pessoas a adotar uma posição moral superior?

Jessie Sun, professora assistente de psicologia e ciências do cérebro em Artes e Ciências na Universidade de Washington em St. Louis, explorou as motivações para o comportamento moral em um estudo publicado no Journal of Personality .

Para o estudo, 952 pessoas responderam a questionários sobre as mudanças que gostariam de fazer em suas vidas para se tornarem mais boas moralmente.

Aqui, Sun discute suas descobertas e as surpreendentes razões pelas quais algumas pessoas se esforçam para ser boas.

Moralidade significa coisas diferentes para pessoas diferentes, mas existem alguns conceitos com os quais geralmente podemos concordar. Em nosso estudo, o objetivo moral mais comum era ser mais compassivo. Como disse um entrevistado, eles gostariam de "praticar mais bondade para com os outros na vida diária". Os participantes também valorizaram os conceitos de consciência (incluindo responsabilidade e autocontrole), honestidade, mente aberta, justiça e lealdade.

Quando pensamos em moralidade , muitas vezes pensamos em fazer sacrifícios pessoais pelo bem maior. Mas neste estudo, descobrimos que quase metade dos entrevistados disseram que estavam mais motivados a se tornarem mais morais para seu próprio bem. Dezesseis por cento disseram que estavam mais motivados a se tornarem mais morais pelo bem de sua família imediata, e menos participantes disseram que queriam mais beneficiar amigos, conhecidos e pessoas em geral.

Além disso, muitas pessoas acreditam que agir de forma mais moral – por exemplo, ser mais compassivo, mais atencioso, mais mente aberta – aumentaria seu próprio bem-estar. Quanto mais eles acreditavam que a mudança moral desejada teria consequências positivas para eles, mais eles relataram estar motivados para fazer essa mudança. Resumindo, muitas pessoas são motivadas a se tornarem mais morais por motivos egoístas. Essa foi a descoberta mais surpreendente em nosso estudo.

Mas as pessoas também veem algumas desvantagens na moralidade. Curiosamente, os entrevistados geralmente esperavam menos benefícios para si mesmos e para os outros se fossem honestos. Você pode imaginar que algumas pessoas regularmente contam mentiras inocentes para salvar os sentimentos de outras pessoas , e elas acreditavam que seria doloroso se fossem honestas.

Se a moralidade é egoísta, por que mais pessoas não estão fazendo mais escolhas morais?

Se há uma coisa que sabemos da psicologia é que a mudança é difícil — mesmo que pensemos que ela será boa para nós a longo prazo. E mesmo que seja benéfico ser mais moral em um sentido absoluto, pode haver compensações relativas ao considerar outras mudanças que você pode fazer.

Nosso estudo descobriu que as pessoas estão especialmente interessadas em melhorar os traços positivos. Eles veem valor potencial em serem mais justos e compassivos, por exemplo. Em menor grau, eles também estão dispostos a considerar a redução de suas tendências negativas, como não serem tão críticos ou argumentativos.

A maioria das pessoas acredita que é basicamente boa e decente, mas também tende a se dar muito crédito. Em estudos anteriores, meus colegas e eu perguntamos às pessoas o que gostariam de melhorar em si mesmas. As pessoas costumam dizer que gostariam de ser menos ansiosas, mais produtivas ou mais ativas, mas é menos provável que digam que gostariam de ser mais atenciosas, honestas ou compassivas.

Normalmente, se as pessoas sabem que têm um problema com alguma coisa, querem resolvê-lo. Se forem extremamente introvertidos, geralmente querem se sentir mais à vontade em situações sociais. Mas se alguém diz que não é especialmente honesto, humilde ou compassivo, tende a não ser especialmente compelido a melhorar esses aspectos de suas vidas. A moralidade simplesmente não é uma alta prioridade para a maioria das pessoas.