Humanidades

Qual éo mal em publicar sobre nossos filhos nas ma­dias sociais?
Um estudo da empresa de segurança na Internet AVG descobriu que 92% das criana§as nos EUA tem presença on-line antes dos dois anos de idade e quase um quarto das criana§as fez sua estranãia on-line antes de entrar no mundo, graças a s fotos de ul
Por Mary Squillace - 22/11/2019


imagem Internet

Vocaª consegue imaginar uma criatura mais irresistivelmente fotogaªnica do que seu bebaª com covinhas erguendo triunfantemente um punho rechonchudo cheio de bolo de aniversa¡rio? Ou algum assunto mais pronto para o close-up do que seu bebaª insta¡vel dando os primeiros passos?

Portanto, com uma ca¢mera sempre a apenas alguns toques de distância, esse éo tipo de momento que muitos de noscapturam sem pensar. E, muitas vezes, sem pensar duas vezes, reservamos um minuto extra para compartilhar essas memórias online. Afinal, que pai poderia resistir?

Esse instinto énormal - e existia bem antes do ini­cio da internet. "Lembre-se dos livros de vova³ da ava³? Os pais e os ava³s sempre sentem a necessidade de compartilhar", diz Pamela B. Rutledge, PhD, diretora do Media Psychology Research Center.

Compartilhar nos da¡ uma maneira de apreciar ou saborear a experiência com o ba´nus de obter validação social, diz Rutledge. "Compartilhar também pode ser uma maneira de normalizar a experiência de alguém como pai - sentindo que vocêestãofazendo as coisas da maneira certa; reafirmando sua identidade como pai."

No entanto, embora não estejamos sozinhos em nosso desejo de correr para os telhados virtuais e gritar os aspectos mais adora¡veis ​​da vida de nossos filhos ( uma pesquisa constatou que 30% dos pais postam uma foto ou va­deo de seu filho pelo menos uma vez por ano). dia), esse desejo entra em conflito direto com os contos de advertaªncia que ouvimos sobre os cantos mais sombrios da Internet. Ainda émais difa­cil identificar quais riscos são reais e quais são os conhecimentos da Internet (lembra-se da farsa do desafio Momo ?).

Como pais, o mundo e, principalmente, a Internet, podem parecer um lugar assustador. Mas não podemos escrever a web como totalmente sinistra - nem podemos fingir que éuma panacanãia. Porque agora, simplesmente não sabemos.

Os pais da geração do milaªnio são essencialmente pioneiros nessa área cinzenta que éa criação de filhos on-line. Nãohároteiro. O melhor que podemos fazer éavaliar as informações que possua­mos e usa¡-las para fazer escolhas alinhadas ao nossonívelde conforto.


"a‰ complexo. Somos a primeira geração de pais a criar filhos online, e nossos filhos são a primeira geração a crescer sob os olhos atentos do feed de nota­cias de seus pais", diz Stacey Steinberg , professora de direito da Universidade da Fla³rida. e autor do pra³ximo livro Growing Up Shared . "Portanto, éessa geração realmente única que estamos tentando navegar, e não hámuitos dados para orientar nossa tomada de decisão".

Pudemos documentar nossas próprias vidas on-line nos últimos 15 anos. Para muitos pais hoje, isso representa apenas metade da nossa vida ou menos. Mas a presença na ma­dia social de nossos filhos pode ter sido anterior ao nascimento.

Um estudo da empresa de segurança na Internet AVG descobriu que 92% das criana§as nos EUA tem presença on-line antes dos dois anos de idade e quase um quarto das criana§as fez sua estranãia on-line antes de entrar no mundo, graças a s fotos de ultrassom postadas por seus pais. E éimportante observar que essa pesquisa foi publicada em 2010. Por um contexto, desde então, o Instagram cresceu em um milha£o estimado de usuários para um bilha£o. Isso épotencialmente muito mais fotos de ultra-som.

Qual éo mal em compartilhar?

Como a Internet estãosempre mudando de forma e ainda temos que ver os efeitos de longo prazo de nosso compartilhamento no momento, a linha entre compartilhar e oversharing éum alvo em movimento. Navegar nesse abismo comea§a com a compreensão dos riscos tanga­veis envolvidos no compartilhamento on-line, então vamos dividi-los. Os riscos tendem a se dividir em duas categorias:

1. Roubo virtual

Quando vocêcompartilha algo sobre seu filho on-line, não tem controle total sobre quem tem acesso a essas informações ou como elas sera£o usadas. Qualquer coisa que vocêcompartilhe on-line tem o potencial de ser visualizada por qualquer pessoa do mundo, alerta Rebecca Herold , consultora de segurança da informação, privacidade e conformidade e CEO do The Privacy Professor. "Desde que uma outra pessoa online tenha acesso a  foto ou ao va­deo de seu filho, vocêconfia que ele não vai tirar essa foto e compartilha¡-la da maneira que vocênão gostaria que ela fizesse", diz ela.

Provavelmente, a manifestação menos ameaa§adora disso éque as empresas estãoconstantemente coletando informações sobre todos nos- incluindo nossos filhos - para que possam nos direcionar melhor com anaºncios. No extremo mais nefasto do espectro, a s vezes fotos inocentes de criana§as são roubadas para serem usadas para fins ila­citos.

Então, éclaro, hároubo de identidade, que estãose tornando uma ameaça real, graças ao grande volume de informações disponí­veis online. Em 2018, o banco Barclay previu que os pais que compartilham informações pessoais sobre seus filhos on-line representariam dois tera§os da fraude de identidade até2030.

"Os bebaªs são alvos comuns porque suas identidades podem ser usadas criminalmente por muitos anos antes que seu filho atinja uma idade em que solicitara£o um empréstimo, cartão de cranãdito, etc., e posteriormente descobrira£o que foram vitimas de roubo de identidade", diz Herold. .

De acordo com Barclay, as informações que tornam seu filho mais vulnera¡vel a  fraude de identidade são: nome completo, enderea§o residencial e data de nascimento. As chances são de que vocênão esteja disposto a twittar seu número de previdência social, mas pode estar revelando mais do que pensa com um anaºncio de nascimento on-line que detalha o nome completo e a data de nascimento do seu filho ou uma foto com identificação geogra¡fica que mostra seu enderea§o residencial.

2. Legado digital do seu filho

Outra consideração importante para os pais éa pegada digital de seus filhos, diz Steinberg. Os pais podem estar postando hános, moldando a reputação digital de seus filhos, antes que eles compreendam totalmente o conceito de compartilhamento on-line e como construir publicamente suas próprias identidades.

Quando as criana§as tem idade suficiente, elas podem se sentir expostas, já que essas imagens foram publicadas sem consentimento e querem retomar o controle de suas imagens, diz Rutledge. "Uma questãodifa­cil éa fronteira entre pai e filho. Os pais compartilham o que seus filhos fazem como reflexo de seu papel como pai. Em muitos casos, trata-se mais dos pais do que dos filhos", explica ela. "Ao mesmo tempo, essas são as imagens da criana§a que estãosendo postadas e compartilhadas." Ela acrescenta que, ao postar imagens, os pais não apenas os tornam pesquisa¡veis, mas também podem, sem querer, dar permissão a outra parte para reutiliza¡-los.

Compartilhe de forma mais inteligente

"Embora haja preocupações, não estou sugerindo que os pais parem de compartilhar completamente", diz Steinberg. "Estou sugerindo que eles fazm escolhas bem informadas com relação ao que compartilham".

Veja as políticas de privacidade nas plataformas de ma­dia social que vocêusa. "Revise os termos e condições do site, a s vezes ocultos na pola­tica / aviso de privacidade do site, para entender os tipos específicos de dados coletados quando vocêpublica", diz Herold.

Enquanto vocêestiver nisso, verifique as configurações nos seus dispositivos. "Descubra quantas informações estãosendo salvas nesse dispositivo e quanto estãosendo compartilhadas", diz Denise Lisi DeRosa, especialista em segurança on-line e fundadora da Cyber ​​Sensible . "Vocaª quer ter certeza de que nem sempre estãocompartilhando sua localização exata, que pode ser o seu enderea§o residencial."

E existem algumas coisas que os especialistas aconselham a não publicar:

Fotos do seu filho em qualquer estado de nudez. Imagens como essa podem tornar seu filho alvo de predadores. "Talvez seu filho esteja envolto em uma toalha ou a toalha esteja meio fora. Essa éuma foto fofa para compartilhar com a vova³ - não com o Facebook", diz DeRosa.

Identificação de detalhes. Isso inclui informações de localização que podem revelar onde vocêmora ou onde seu filho frequenta a escola.

Algo que pode ser embaraa§oso mais tarde. Este étotalmente subjetivo, mas considere como seu filho se sentira¡ no futuro. "Mesmo que seja fofo agora, pode não ser fofo em cinco ou dez anos quando os amigos o veem", diz DeRosa. Queixas no ar também podem não envelhecer bem. Pense se isso éalgo que vocêcompartilharia publicamente off- line. "Eu não entrava no cinema e me levantava e gritava: 'Estou tentando treinar o penico, alguém tem sugestaµes?'"


Daª aos seus filhos uma chance de compartilhar

Assim que seus filhos tiverem idade suficiente - em torno de 5 ou 6 - conversem sobre o que vocêcompartilha e, a  medida que envelhecem, daª a eles poder de veto sobre as informações compartilhadas, diz Steinberg.

Ter uma conversa ésempre uma boa ideia, mas precisa ser apropriada para a idade, acrescenta Rutledge. "Uma criana§a de 4 anos não entende o que significa ter imagens públicas", diz ela. "Eles podem entender a intenção de colocar uma foto em que a ava³ possa vaª-la, mas não entendera£o que, em cinco anos, alguém podera¡ encontrar uma foto e provoca¡-la. A conversa deve continuar periodicamente.

Um lugar para comea§ar pode ser logo após vocêtirar uma foto. Ao olhar para a foto, converse com seu filho sobre para onde ela pode estar indo. Se vocêpublica¡-lo e alguém deixar um comenta¡rio, deixe-o ler e daª a chance de responder, diz Steinberg. Convidar seu filho a olhar para as ma­dias sociais com vocêoferece a eles rodinhas antes de andar sozinho com suas próprias contas. a‰ uma oportunidade para vocêmodelar o comportamento online responsável e de cortesia.

E ao compartilhar algumas das consequaªncias do compartilhamento on-line, vocêtambém pode compartilhar os pontos positivos com seus filhos. "a‰ realmente importante que os pais falem sobre os muitos benefa­cios do compartilhamento. Isso nos ajuda a conectar-nos com familiares e amigos que moram longe. Isso nos ajuda a construir nossas comunidades e relacionamentos e redes online, diz Steinberg." poder em nossa narrativa quando compartilhamos nossas vulnerabilidades. Tantas coisas boas vão do compartilhamento on-line, e eu nunca quero silenciar a voz dos pais ".

Por fim, vocêdeve avaliar os riscos e os benefa­cios e tomar a decisão certa para vocêe sua fama­lia, se isso significa ficar anala³gico com o compartilhamento de fotos e preencher as pa¡ginas revestidas de pla¡stico de um livro da velha escola ou documentar o seu a vida dia¡ria da criana§a - ou caindo em algum lugar - depende de vocaª.

"Assim como mantemos conversas regulares sobre como alimentamos nossos filhos e disciplinamos nossos filhos, precisamos ter conversas mais regulares sobre como compartilhamos sobre nossos filhos", diz ela. "Ha¡ mais perguntas do que respostas, então não se trata de julgar, mas de tentar levar a conversa adiante".

Esta história apareceu originalmente em Aparentemente .

 

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