Humanidades

Pesquisa revela como o cérebro equilibra prazer e dor
Pesquisadores do Laborata³rio Cold Spring Harbor (CSHL) se concentraram em um centro de processamento de informaa§aµes no cérebro de ratos para descobrir como os neura´nios dividem o trabalho para lidar com essas motivaa§aµes comportamentais oposta
Por Kate Anderton, - 04/01/2020



Amedida que nossos cérebros absorvem informações sobre o mundo e as usam para orientar nossas ações, dois princa­pios-chave orientam nossas escolhas: buscar prazer e evitar a dor. Pesquisadores do Laborata³rio Cold Spring Harbor (CSHL) se concentraram em um centro de processamento de informações no cérebro de ratos para descobrir como os neura´nios dividem o trabalho para lidar com essas motivações comportamentais opostas.

Seu trabalho, publicado em 31 de dezembro de 2019 na revista Neuron , revela que diferentes classes de neura´nios controlam a motivação positiva e negativa, enviando sinais opostos ao longo de um circuito cerebral compartilhado de processamento de motivação. Por fim, o equila­brio de atividades entre esses dois grupos de células pode determinar se uma pessoa age em busca de experiências agrada¡veis ​​ou evita experiências negativas, diz Bo Li, professor da CSHL.

Li quer entender os circuitos de processamento da motivação do cérebro porque os comportamentos que eles controlam são frequentemente interrompidos em pessoas com doenças mentais. Pessoas que sofrem de depressão podem parar de fazer coisas que antes lhes davam prazer, por exemplo, enquanto as pessoas com transtornos de ansiedade podem se esforçar mais para evitar possa­veis ameaa§as.

A capacidade de reconhecer e responder a possa­veis recompensas ou punições depende em parte de uma parte do cérebro chamada pa¡lido ventral. Os pesquisadores observaram atividade nessa regia£o do cérebro quando os animais buscam recompensas, como um gole de a¡gua, ou evitam punições, como um sopro irritante de ar. O que Li queria entender era como os diferentes tipos de neura´nios que residem nessa parte do cérebro garantem que um animal responda adequadamente aos sinais associados aos dois tipos de motivação.

Para investigar, sua equipe aproveitou as ferramentas de pesquisa que lhes permitiam monitorar a atividade de células cerebrais individuais e confirmar a identidade dessas células com um flash de luz. Depois de treinar os ratos para associar certos sons com um gole de águaou um sopro de ar, Li e seus colegas usaram a técnica para monitorar a atividade neural no pa¡lido ventral. Eles descobriram que os neura´nios que usavam o neurotransmissor conhecido como GABA para diminuir a atividade no circuito influenciando a motivação eram importantes para motivar os ratos a buscar uma recompensa pela a¡gua. Os neura´nios que usavam o neurotransmissor conhecido como glutamato para excitar o circuito do cérebro, por outro lado, eram essenciais para evitar a punição do ar.

Em situações mais complexas, onde os animais foram apresentados com potencial para punição e recompensa, ambos os conjuntos de neura´nios responderam. Os ratos fizeram escolhas diferentes em resposta aos esta­mulos combinados: animais com sede, por exemplo, estavam mais dispostos a arriscar um sopro de ar para obter um gole de águado que os animais que haviam acabado de beber. Mas se a equipe mudasse artificialmente o equila­brio de atividades no pa¡lido ventral manipulando uma classe de neura´nios ou outra, elas poderiam alterar o comportamento dos animais.

Esse equila­brio entre os sinais que inibem ou estimulam os neura´nios no pa¡lido ventral parece crítico para controlar em qual motivação o animal atua, diz Li. Agora, ele estãoansioso para descobrir se isso éinterrompido em pessoas com distúrbios psiquia¡tricos.

"Alterações comportamentais em pessoas com depressão ou ansiedade induzida por estresse podem ser causadas por alterações nesse circuito ".

Bo Li, professor da CSHL

Com as novas descobertas, sua equipe tem pistas importantes sobre como investigar as causas e sintomas desses distúrbios mais profundamente.

 

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