Humanidades

Primeiro DNA antigo da áfrica Ocidental / Central ilumina passado humano profundo
Uma equipe internacional liderada por cientistas da Harvard Medical School produziu as primeiras sequaªncias antigas de DNA humano em todo o genoma da áfrica ocidental e central.
Por Harvard Medical School - 22/01/2020


Vista geral da escavação do abrigo de pedras de Shum Laka (regia£o de Grassfields, Camaraµes). Este site era o lar de uma população humana que vivia na regia£o hápelo menos cinco milaªnios e tinha pouca relação genanãtica com as pessoas que vivem na regia£o hoje. A análise de dados de DNA antigo do genoma inteiro das pessoas que moravam neste local forneceu informações sobre a existaªncia de várias linhagens humanas africanas nunca antes apreciadas e ramificadas (foto por Pierre de Maret, janeiro de 1994).

Uma equipe internacional liderada por cientistas da Harvard Medical School produziu as primeiras sequaªncias antigas de DNA humano em todo o genoma da áfrica ocidental e central.

Os dados, recuperados de quatro indivíduos enterrados em um sa­tio arqueola³gico ica´nico nos Camaraµes entre 3.000 e 8.000 anos atrás, aprimoram nossa compreensão das profundas relações ancestrais entre as populações da áfrica Subsaariana, que continua sendo a regia£o de maior diversidade humana atualmente.

As descobertas, publicadas em 22 de janeiro na Nature , fornecem novas pistas na busca para identificar as populações que primeiro falaram e espalharam os idiomas bantus. O trabalho também ilumina populações "fantasmas" desconhecidas que contribua­ram com pequenas porções de DNA para os grupos africanos atuais.

Destaques da Pesquisa:

  • O DNA veio dos restos mortais de dois pares de criana§as que viveram cerca de 3.000 anos atrás e 8.000 anos atrás, respectivamente, durante a transição da Idade da Pedra para a Idade do Ferro.

  • As criana§as foram enterradas em Shum Laka, um abrigo de rochas na regia£o de Grassfields, no noroeste dos Camaraµes, onde os povos antigos viveram por dezenas de milhares de anos. O site produziu artefatos prola­ficos junto com 18 esqueletos humanos e fica na regia£o onde os pesquisadores suspeitam que as la­nguas e culturas bantus tenham se originado. Pensa-se que a disseminação das la­nguas bantus - e dos grupos que as falaram - nos últimos 4.000 anos explique por que a maioria das pessoas da áfrica Central, Oriental e Austral estãointimamente relacionada entre si e com os africanos Ocidentais / Centrais.

  • Surpreendentemente, todos os quatro indivíduos estãomais intimamente relacionados aos atuais caçadores-coletores da áfrica Central, que tem ascendaªncia muito diferente da maioria dos falantes de Bantu. Isso sugere que os atuais falantes de Bantu no oeste dos Camaraµes e em toda a áfrica não descendem da população infantil sequenciada .

  • O genoma de um indiva­duo inclui o tipo de cromossomo Y mais divergente, encontrado hoje quase em nenhum lugar fora do oeste dos Camaraµes. Os resultados mostram que essa linhagem mais antiga de machos humanos modernos estãopresente nessa regia£o hámais de 8.000 anos, e talvez por muito mais tempo.

  • As análises genanãticas indicam que havia pelo menos quatro linhagens principais profundas na história da humanidade, entre 200.000 e 300.000 anos atrás. Essa radiação não havia sido identificada anteriormente a partir de dados genanãticos .

  • Contrariamente aos modelos comuns, os dados sugerem que os caçadores-coletores da áfrica Central divergiram de outras populações africanas na mesma anãpoca que os caçadores-coletores do sul da áfrica.

  • As análises revelam outro conjunto de quatro linhagens humanas ramificadas entre 60.000 e 80.000 anos atrás, incluindo a linhagem que deu origem a todos os não-africanos atuais.

  • Os pra³prios indivíduos Shum Laka abrigam ascendaªncia de várias linhagens profundas, incluindo uma fonte de ascendaªncia anteriormente desconhecida e divergente na áfrica Ocidental.

 

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