Humanidades

O legado do Terceiro Reich ligado a  atual xenofobia e intolera¢ncia pola­tica
Um novo estudo da Rice University e da Washington University em St. Louis mostra que um fator importante éa proximidade das pessoas aos antigos campos de concentraz£o nazistas.
Por Amy McCaig - 28/01/2020


Prisioneiros de guerra em Auschwitz - Wikimedia Commons

Quem - ou o que - éo culpado pela xenofobia, intolera¢ncia pola­tica e partidos pola­ticos radicais que se espalharam pela Alemanha e pelo resto da Europa? Um novo estudo da Rice University e da Washington University em St. Louis mostra que um fator importante éa proximidade das pessoas aos antigos campos de concentração nazistas.

"Acreditamos que indivíduos que viviam perto de campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial eram mais propensos a se conformar ao sistema de crena§as do regime", disse Homola. "E achamos que isso foi por causa da dissona¢ncia cognitiva ".


"Legados do Terceiro Reich: campos de concentração e intolera¢ncia a grupos externos" aparecera£o em uma próxima edição da revista American Political Science Review . O autor principal Jonathan Homola, professor assistente de Rice, e os colegas autores Miguel Pereira e Margit Tavits, da Universidade de Washington, estavam interessados ​​em entender por que alguns europeus são mais xena³fobos, menos aceitam "grupos externos" e mais favorecem os partidos pola­ticos de direita radicais.

Os pesquisadores se concentraram na Alemanha, mas também examinaram outras partes da Europa. Eles analisaram as respostas da pesquisa do European Values ​​Study e da General Social Survey alema£, bem como os recentes resultados eleitorais. Eles estavam especialmente interessados ​​em explicar a intolera¢ncia a judeus, mua§ulmanos e estrangeiros e apoiar partidos de direita radicais. Os pesquisadores também usaram dados do censo , informações sobre a localização dos campos de concentração do Terceiro Reich e resultados hista³ricos das eleições.

Os pesquisadores descobriram evidaªncias consistentes de que os alema£es atuais que vivem mais pra³ximos dos campos de concentração são mais xena³fobos; menos tolerante com judeus, mua§ulmanos e imigrantes; e mais propensos a apoiar partidos pola­ticos de extrema direita. Eles também encontraram evidaªncias preliminares desse comportamento em outras partes da Europa.

"Acreditamos que indivíduos que viviam perto de campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial eram mais propensos a se conformar ao sistema de crena§as do regime", disse Homola. "E achamos que isso foi por causa da dissona¢ncia cognitiva ".

A dissona¢ncia cognitiva éo processo de pessoas que justificam novas informações e crena§as que não necessariamente alinham seus valores para eliminar sentimentos de culpa ou desconforto psicola³gico. No caso do Holocausto, essas crena§as foram passadas de geração em geração, disseram Homola e seus colegas autores.

"Embora as causas do Holocausto tenham atraa­do ampla atenção acadaªmica, suas consequaªncias sociopolíticas a longo prazo são menos compreendidas", disse Homola. "Nossas evidaªncias provam que, quando se trata de atitudes políticas, essas consequaªncias são reais e mensura¡veis ​​atéhoje. a‰ difa­cil apagar o preconceito que essa instituição racista e desumana instilada na população local, mesmo depois que a própria instituição se foi hámuito tempo".

Homola disse que pesquisas anteriores nos EUA estabeleceram um va­nculo semelhante entre crena§as políticas extremas ou racismo e proximidade de áreas que antes eram lar de um grande número de escravos. Essas explicações hista³ricas para o preconceito atual são especialmente oportunas, disse ele, uma vez que os desenvolvimentos pola­ticos nos EUA e na Europa trouxeram a intolera¢ncia para com os grupos marginalizados de volta aos holofotes.

"a‰ importante entender os fatores contempora¢neos e os legados hista³ricos que tornam atraentes os apelos pola­ticos de exclusão", afirmou.

 

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