Humanidades

Como as ma­dias sociais tornam as separações muito piores
Mesmo aqueles que usam recursos do Facebook, como hostil, despreza­vel, bloqueador e Take a Break, ainda enfrentam encontros preocupantes com ex-parceiros on-line, mostra um novo estudo.
Por Universidade do Colorado em Boulder - 15/02/2020

Imagine folhear seu Feed de Nota­cias do Facebook logo pela manha£ e avisar que seu ex estãoagora "em um relacionamento".

Ou talvez o recurso Mema³rias mostre uma foto das fanãrias na praia que vocêtirou no ano passado. Ou a ma£e do novo amante do seu ex-namorado aparece na seção Pessoas que vocêtalvez conhea§a.


Cena¡rios como esses são reais e não incomuns, de acordo com um novo estudo da Universidade do Colorado Boulder que explora como a separação éainda mais difa­cil na era digital.

"Antes das ma­dias sociais, as separações ainda eram ruins, mas era muito mais fa¡cil se distanciar da pessoa", disse Anthony Pinter, estudante de doutorado no departamento de ciência da informação e principal autor do estudo publicado na revista Proceedings of the ACM (Association for Computing Machinery). "Pode tornar quase impossí­vel seguir em frente se vocêfor constantemente bombardeado com lembretes em diferentes lugares online".

A equipe de pesquisa recrutou participantes que tiveram um encontro on-line perturbador envolvendo um rompimento nos últimos 18 meses e os entrevistou por mais de uma hora.

Entre os 19 que foram submetidos a entrevistas detalhadas, surgiu uma tendaªncia preocupante: mesmo quando as pessoas tomavam todas as medidas que viam para remover seus ex-ex-namorados da vida on-line, a ma­dia social os devolvia - muitas vezes várias vezes ao dia.

"Muitas pessoas assumem que podem simplesmente não fazer amizade com seu ex ou deixar de segui-lo e não tera£o mais que lidar com isso", disse Pinter. "Nosso trabalho mostra que esse não éo caso".

O News Feed, a interface principal que se abre quando o Facebook élana§ado, era uma das principais fontes de angaºstia, fornecendo nota­cias de ex-amantes anunciando que estavam em um novo relacionamento. Em um caso, um participante percebeu que seu colega de quarto já havia "gostado" da postagem de seu ex. Ele foi o último de seus amigos a saber.

Mema³rias, que revive postagens de anos anteriores, foram igualmente emocionantes, com um participante lembrando como uma doce mensagem de anos de sua ex-esposa surgiu do nada, entregando um "golpe emocional".

Muitas histórias compartilhadas de encontrar ex-namorados por meio de comenta¡rios em Espaços compartilhados, como grupos ou fotos de amigos em comum.

"Na vida real, vocêdecide quem fica com o gato e quem fica com o sofa¡, mas online émuito mais difa­cil determinar quem fica com essa foto ou quem fica com esse grupo", disse Pinter.

O Take A Break funciona - para alguns

Em 2015, o Facebook lançou o recurso Take A Break, que detecta quando um usua¡rio muda de "em um relacionamento" para "solteiro" e pergunta se deseja que a plataforma oculte as atividades dessa pessoa. Mas pessoas como Pinter, que não usam a ferramenta Status do relacionamento, nunca recebem essa oferta.

"O Facebook não sabe que terminamos porque nunca soube que esta¡vamos em um relacionamento", disse ele.

Mesmo quando alguém não faz amizade com seu ex, se um amigo em comum postar uma foto sem marca¡-la, essa foto ainda pode fluir pelo feed.

E mesmo quando eles bloquearam seus ex-namorados, alguns relataram que os amigos e a familia do ex ainda apareceriam no Facebook como sugestaµes em Pessoas que vocêtalvez conhea§a.

"Eu nunca vou me livrar de toda essa porcaria online?" perguntou um participante exasperado.

A pesquisa deriva de um grande praªmio da National Science Foundation chamado Humanizing Algorithms, destinado a identificar e oferecer soluções para "insensibilidade algora­tmica".

"Os algoritmos são realmente bons em ver padraµes em cliques, curtidas e quando as coisas são postadas, mas hámuitas nuances na maneira como interagimos socialmente com as pessoas que elas não foram projetadas para captar", disse Brubaker.

Os autores sugerem que esses encontros poderiam ser minimizados se os projetistas de plataformas prestassem mais atenção a  "periferia social" - todas aquelas pessoas, grupos, fotos e eventos que surgem em torno de uma conexão entre dois usuários.

Para aqueles que desejam livrar suas vidas on-line de lembretes de amor perdido, eles recomendam a não amizade, a identificação de marcas, o uso de Faa§a uma pausa e bloqueie enquanto entende que eles podem não ser infala­veis.

Sua melhor aposta, disse Pinter: "Faa§a uma pausa nas ma­dias sociais por um tempo atéestar em um lugar melhor".

 

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