O diploma será concedido em uma cerimônia presidida pelo vice-reitor da universidade ainda este ano no Teatro Sheldonian de Oxford.

Retrato de estúdio de M?kereti Papakura, datado de c.1893 © Pitt Rivers Museum, Universidade de Oxford?
A pioneira estudiosa M?ori, M?kereti Papakura, receberá um diploma póstumo da Universidade de Oxford quase 100 anos após ter iniciado seus estudos.
Nascida em Aotearoa, Nova Zelândia, em 1873, acredita-se que M?kereti foi a primeira mulher indígena a ingressar na universidade, e a notícia de que ela receberia postumamente o título de MPhil foi anunciada pela Escola de Antropologia e Etnografia de Museus na quarta-feira, 30 de abril.
M?kereti matriculou-se formalmente em 1927 para cursar Antropologia no Museu Pitt Rivers, onde grande parte do ensino era ministrado na época, e na Sociedade de Estudantes Domésticos, hoje St. Anne's College. Em sua pesquisa inovadora para seus estudos em Oxford, ela explorou os costumes de seu povo, Te Arawa, sob uma perspectiva feminina. Sua erudição, aliada à sua visão de mundo indígena, lhe rendeu o respeito de muitos acadêmicos de Oxford na época, e passou a ser celebrada por membros das comunidades maoris e pesquisadores em todo o mundo.
Tragicamente, M?kereti faleceu em 1930, poucas semanas antes de apresentar sua tese. Com o consentimento da família, o grande amigo de M?kereti, o bolsista Rhodes e colega antropólogo de Oxford, TK Penniman, publicou postumamente seu trabalho em um livro intitulado " The Old-Time M?ori". Tornou-se o primeiro estudo etnográfico publicado por um autor maori e é reconhecido como tal pela Royal Society da Nova Zelândia.
A Escola de Antropologia e Etnografia de Museus solicitou ao Comitê de Educação da Universidade de Oxford que M?kereti recebesse postumamente o título de Mestre em Antropologia. O pedido foi apoiado pelo St. Anne's College e pelo Museu Pitt Rivers, aos quais M?kereti e sua família doaram inúmeros artefatos e documentos, tanto durante sua vida quanto após sua morte. A decisão do Comitê de Educação de atender ao pedido foi calorosamente acolhida tanto em Oxford quanto em Aotearoa, Nova Zelândia.
Comunidade Maori
O diploma será concedido em uma cerimônia presidida pelo vice-reitor da universidade ainda este ano, no Teatro Sheldonian, em Oxford. Membros da família de M?kereti e representantes da comunidade maori são esperados.
"É um testemunho do poder duradouro da educação, da cultura e da determinação de uma mulher para garantir que as histórias Maori não fossem esquecidas."
June Northcroft Grant, em nome da família e tribo de Makereti (Tuahourangi – Ngãti Wãhiao)
A Professora Clare Harris, Diretora da Escola de Antropologia e Etnografia de Museus, afirmou: "Estamos muito satisfeitos que as extraordinárias conquistas de Mâkereti, a primeira mulher indígena a estudar em Oxford, tenham sido reconhecidas pela Universidade de Oxford com a concessão de um título póstumo de mestrado. Mãkereti é uma figura inspiradora, não apenas para muitos em Aotearoa, Nova Zelândia, mas também para estudantes e acadêmicos de todo o mundo."
June Northcroft Grant, em nome da família e da tribo M?kereti (Tuhourangi – Ngãti Wãhiao), disse: "Somos gratos à Universidade de Oxford por esta homenagem à memória de Mãkereti e a todos aqueles que apoiaram sua história nos anos desde seu falecimento. É um testemunho do poder duradouro da educação, da cultura e da determinação de uma mulher para garantir que as histórias Maori não sejam esquecidas."
Sempre soubemos dos sacrifícios que ela fez para prosseguir seus estudos e da força que teve para continuar, muitas vezes diante de desafios consideráveis. Sentimo-nos especialmente honrados por suas práticas tribais tradicionais e pela erudição que possuía terem sido reconhecidas com tanta consideração cuidadosa e respeitosa pelo Comitê de Educação da Universidade.
'Este reconhecimento pertence a Mãkereti, aos nossos ancestrais e à comunidade Maori em todo o mundo.
'He toi whakairo, he mana tangata (Onde há excelência criativa, há dignidade humana).'