Humanidades

Insegurança no trabalho afeta negativamente sua personalidade, aponta estudo
O estudo, publicado no Journal of Applied Psychology , descobriu que aqueles expostos a  insegurança no emprego por mais de quatro anos se tornaram menos esta¡veis ​​emocionalmente, menos agrada¡veis ​​e menos conscienciosos.
Por RMIT University - 26/02/2020



Novas pesquisas mostram que experimentar insegurança crônica no trabalho pode mudar sua personalidade para pior.

O estudo, publicado no Journal of Applied Psychology , descobriu que aqueles expostos a  insegurança no emprego por mais de quatro anos se tornaram menos esta¡veis ​​emocionalmente, menos agrada¡veis ​​e menos conscienciosos.

A coautora do relatório, Dra. Lena Wang, da Escola de Administração da RMIT University, disse que o estudo se baseia em uma base crescente de evidaªncias sobre as consequaªncias negativas da insegurança no emprego.

"Tradicionalmente, pensamos nas conseqa¼aªncias de curto prazo da insegurança no trabalho - que isso prejudica seu bem-estar, saúde física e senso de auto-estima", disse Wang.

"Mas agora estamos vendo como isso realmente muda quem vocêécomo pessoa ao longo do tempo, uma consequaªncia a longo prazo da qual vocênem pode estar ciente."

O estudo utilizou dados nacionalmente representativos da Pesquisa sobre Fama­lias, Renda e Dina¢mica do Trabalho na Austra¡lia (HILDA) em relação a s respostas sobre segurança e personalidade no emprego de 1.046 funciona¡rios em um período de nove anos.

Ele aplicou uma estrutura de personalidade bem estabelecida, conhecida como os Cinco Grandes, que categoriza a personalidade humana em cinco grandes traa§os: estabilidade emocional, prazer, consciência, extroversão e abertura.

Os resultados do estudo mostraram que a insegurança no trabalho a longo prazo afetou negativamente as três primeiras caracterí­sticas, que se relacionam a  tendaªncia de uma pessoa de alcana§ar objetivos de forma confia¡vel, se dar bem com os outros e lidar com o estresse.

Wang disse que os resultados foram contra¡rios a algumas suposições sobre insegurança no emprego.

"Alguns podem acreditar que o trabalho inseguro aumenta a produtividade porque os trabalhadores se esforçam mais para manter seus empregos, mas nossa pesquisa sugere que esse pode não ser o caso se a insegurança persistir", disse Wang.

"Descobrimos que aqueles que são cronicamente expostos a  insegurança no emprego tem maior probabilidade de retirar seu esfora§o e evitar a construção de relações de trabalho fortes e positivas, o que pode prejudicar sua produtividade a longo prazo".

Pesquisas anteriores mostraram que o trabalho inseguro - incluindo prática s de contratação de ma£o-de-obra, trabalho contratual e informal e subemprego - estãoem ascensão na Austra¡lia e no mundo.

Os dados da HILDA basearam-se nas respostas dos funciona¡rios de uma ampla seção de profissaµes e empregos, que foram questionados sobre a segurança que eles consideravam seus empregos.

O autor principal do estudo, Professor Chia-Huei Wu, da Leeds University Business School, disse que os tipos de insegurança no emprego podem incluir contratos de curto prazo ou trabalho casual, empregos ameaa§ados pela automação e posições que podem estar em risco de redunda¢ncia.

a‰ importante ressaltar, disse Wu, que existem maneiras pelas quais os empregadores podem apoiar os trabalhadores que estãopreocupados com seus empregos.

"Trata-se tanto de insegurança percebida no emprego quanto de contratos inseguros reais", disse Wu.

"Algumas pessoas simplesmente se sentem assustadas com a natureza muta¡vel de seus papanãis ou temem que sejam substitua­das pela automação.

"Mas enquanto alguns trabalhos existentes podem ser substitua­dos pela automação, novos trabalhos sera£o criados.

"Portanto, os empregadores tem a capacidade de reduzir essa percepção, por exemplo, investindo em desenvolvimento profissional, habilidades e treinamento, ou dando orientação profissional".

O artigo, 'Efeitos da insegurança crônica no emprego na mudança das cinco grandes personalidades', foi escrito por pesquisadores da Universidade de Leeds (Reino Unido), da RMIT University e da Curtin University.

 

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