Índices de desocupação caem entre homens e mulheres negras, mas cenário ainda é desigual
Estudo da Fundação Seade mostra redução gradual na discrepância de ocupação, desocupação e remuneração entre grupos sociais

O termo ocupação diz respeito a todos os indivíduos que exercem uma atividade remunerada, seja ela regularizada (com carteira assinada) ou informal – Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Segundo pesquisa realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o número de indivíduos ocupados cresceu em 2024 em relação aos anos anteriores. O estudo revela uma diminuição das desigualdades raciais e de gênero no mercado de trabalho, mas alerta para uma realidade ainda desequilibrada no Estado.
Defasagem diminuindo
De acordo com a fundação, que se apoia na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, 290 mil mulheres negras e 227 mil homens negros conseguiram uma ocupação entre 2023 e 2024. Esses dados representam um crescimento de 6,5% e 3,9% – respectivamente, os maiores índices desde 2017. Vale ressaltar que o termo ocupação diz respeito a todos os indivíduos que exercem uma atividade remunerada, seja ela regularizada (com carteira assinada) ou informal.
Nesse mesmo período, o porcentual entre pessoas não negras não foi tão significativo. Entre os homens, houve um crescimento de 0,7%, enquanto entre as mulheres houve uma redução de 2,2% nos níveis de ocupação no Estado de São Paulo.
Desocupação e remuneração
A respeito dos índices de desocupação, houve uma queda considerável entre todos os grupos. Homens no geral e mulheres negras tiveram um decréscimo de 20%, ao passo que mulheres não negras representaram uma queda de apenas 3% nesse aspecto. Já a respeito da remuneração, o rendimento efetivamente recebido por hora trabalhada aumentou cerca de 10% para homens e mulheres negros, mas diminuiu 2,2% para o restante das mulheres e 0,3% para os homens.
O cenário socioeconômico no Estado de São Paulo ainda persiste desigual, com as mulheres negras representando o grupo mais mal remunerado, enquanto homens não negros permanecem sendo os mais favorecidos. Por mais que a discrepância ainda seja nítida, a pesquisa mostra que há uma evolução gradual no cenário da ocupação e remuneração estadual.