Humanidades

'Pior que o 11 de setembro': Coronava­rus ameaça o setor aanãreo global
A Ita¡lia mudou-se para assumir a Alitalia insolvente, enquanto a Suanãcia e a Dinamarca ofereceram 275 milhões de euros em garantias para ajudar a sustentar a transportadora escandinava SAS.
Por Luc Olinga Avec Corentin Dautreppe e Sonia Wolf À Paris - 17/03/2020


Muitas das companhias aanãreas do mundo enfrentam uma possí­vel falaªncia devido
ao desligamento do setor por coronava­rus

O medo de grandes falaªncias e pedidos de resgate de emergaªncia varreram as companhias aanãreas globais nesta tera§a-feira, quando um alto funciona¡rio dos EUA alertou que a crise do coronava­rus ameaça a indústria ainda mais do que os ataques de 11 de setembro, que viram o espaço aanãreo dos EUA fechar completamente. Eu

A Ita¡lia mudou-se para assumir a Alitalia insolvente, enquanto a Suanãcia e a Dinamarca ofereceram 275 milhões de euros em garantias para ajudar a sustentar a transportadora escandinava SAS.

Nos Estados Unidos, as companhias aanãreas buscaram US $ 50 bilhaµes em ajuda do governo, enquanto a Casa Branca preparava um plano de US $ 850 bilhaµes para apoiar toda a economia.

"Isso épior que o 11 de setembro para o setor aanãreo - eles estãoparados", disse o secreta¡rio do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin.

Funciona¡rios do setor disseram que a maioria das companhias aanãreas enfrenta queima de suas reservas de caixa em três meses ou menos.

E as companhias aanãreas alertaram que a carga aanãrea vital poderia ser afetada pela paralisação de 185.000 voos de passageiros em todo o mundo.

"A maioria das companhias aanãreas do mundo vai a  falaªncia" atéo final de maio, alertou a empresa de inteligaªncia de mercado CAPA.

"Se a crise continuar nessa intensidade, éclaro que veremos uma consolidação", disse Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da Associação Internacional de Transporte Aanãreo, em Genebra.

Alitalia nacionalizada

Mais companhias aanãreas cortaram voos na tera§a-feira, quando milhões de passageiros cancelaram viagens para quarentena epaíses bloquearam as chegadas para conter a propagação da infecção por COVID-19.

O governo italiano assumira¡ a Alitalia para evitar seu colapso durante a pandemia
de COVID-19

A Brussels Airlines, com sede na Banãlgica, subsidia¡ria da Lufthansa que opera 48 aeronaves, suspendeu todos os voos por pelo menos um maªs na tera§a-feira. A Lufthansa já reduziu os va´os em 90%.

Na Austra¡lia, a Qantas reduziu a capacidade internacional em 90% na tera§a-feira, pois o governo exigia que quem chegasse do exterior precisasse se isolar por 14 dias para ter certeza de que não estava portando o va­rus.

O governo da Ita¡lia disse que assumira¡ a Alitalia, a ex-transportadora de bandeira já atolada em negociações de falaªncia desde 2017.

"Em um momento como esse, um porta-bandeira da¡ mais liberdade ao governo", disse a vice-ministra da Economia, Laura Castelli. "Todos vimos as dificuldades que nossos compatriotas enfrentaram ao retornar a  Ita¡lia. Nossa decisão decorre disso."


 
Mesmo com a aquisição, o plano era conceder 4.000 dos 11.000 funciona¡rios da Alitalia.

Na Raºssia, Alexander Neradko, chefe da agaªncia federal Rosaviation, disse que suas companhias aanãreas chegaram a partir de fevereiro com o fechamento de voos para a China, o epicentro original do va­rus, também estavam com problemas.

"Existe um risco crescente de falaªncias por parte de companhias aanãreas que estãoem uma situação financeira difa­cil", disse Neradko.

"O governo estãodiscutindo ativamente como apoiar as companhias aanãreas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Aeroportos também desesperados

Brian Pearce, economista da IATA, disse que sua estimativa no ini­cio de mara§o de US $ 113 bilhaµes em perdas para a indústria global agora parece muito baixa.

A maioria das companhias aanãreas do mundo mal tem dinheiro suficiente para cobrir
os pra³ximos três meses, segundo analistas

"Setenta e cinco por cento das companhias aanãreas que vimos tem menos de três meses em dinheiro para pagar seus custos fixos", disse Pearce.

Tais números colocam a aviação talvez na posição mais alta das indaºstrias que necessitam de resgate, como os bancos na crise financeira de 2008.

"A conectividade écrucial", disse o de Juniac da IATA.

"O mundo vai passar por essa crise", disse ele. "E quando isso acontecer, seránecessa¡rio um setor de transporte aanãreo em funcionamento. Sem ala­vio financeiro, isso não égarantido".

Os aeroportos também disseram que estavam ameaa§ados. O Conselho Internacional de Aeroportos da Europa disse que estãose preparando para um "colapso quase total" do tra¡fego, acabando com os ganhos enquanto mantanãm altos custos fixos.

O presidente da ACI Europa, Jost Lammers, pediu uma carta a  Unia£o Europeia na tera§a-feira pedindo apoio financeiro urgente.

"Esse financiamento precisa estar dispona­vel em condições semelhantes a s que sera£o consideradas para as companhias aanãreas", escreveu Lammers.

Nos Estados Unidos, no entanto, alguns se irritaram novamente, como em 2008, usando fundos de contribuintes para resgatar indaºstrias e executivos bem remunerados que assumiam riscos excessivos com suas empresas.

Os cra­ticos disseram que as companhias aanãreas dos EUA, em vez de acumular reservas de caixa, usaram quase todos os seus lucros nos últimos anos para recomprar ações e aumentar os prea§os das ações.

Segundo a Bloomberg, na última década, as companhias aanãreas americanas usaram quase 96% de seu fluxo de caixa livre para recomprar ações, sendo a American Airlines a mais agressiva, pagando US $ 12,5 bilhaµes.

"Nãopodemos permitir que as companhias aanãreas americanas e outras companhias aanãreas usem assistaªncia federal, rotulada ou não, para enfrentar a crise do coronava­rus e depois voltar aos nega³cios como de costume", escreveu o professor da Escola de Direito de Columbia, Tim Wu, no The New York Times.

 

.
.

Leia mais a seguir