Humanidades

Confie em humanos e robôs: economicamente semelhantes, mas emocionalmente diferentes
Os resultados mostram que as pessoas estendem a confianção de maneira semelhante a humanos e robôs, mas as reaa§aµes emocionais das pessoas em interaçaµes baseadas em confianção variam de acordo com o tipo de parceiro.
Por Chapman University - 16/04/2020



Em pesquisa publicada no Journal of Economic Psychology , os cientistas exploram se as pessoas confiam nos robôs, assim como confiam nos humanos. Essas interações são importantes para entender porque interações baseadas em confianção com robôs são cada vez mais comuns no mercado, local de trabalho, na estrada e em casa. Os resultados mostram que as pessoas estendem a confianção de maneira semelhante a humanos e robôs, mas as reações emocionais das pessoas em interações baseadas em confianção variam de acordo com o tipo de parceiro.

O estudo foi liderado por Eric Schniter, da Universidade Chapman, Ph.D. e Timothy Shields, Ph.D. juntamente com Daniel Sznycer, da Universidade de Montreal, Ph.D.

Os pesquisadores usaram um experimento de jogo de confianção ana´nimo, durante o qual um credor humano decidiu quanto da doação de US $ 10 a um administrador - um humano, um roba´ ou um roba´ cujas recompensas va£o para outro humano. O credor humano sabe que houve ganhos em potencial com a transferaªncia e o administrador determinaria se deveria retribuir transferindo uma quantia. Os robôs foram programados para imitar a reciprocidade observada anteriormente por curadores humanos.

Esta¡ bem estabelecido que, em jogos de confianção como esse, a maioria das pessoas toma decisaµes que levam a benefa­cios de confianção e confiana§a. Apa³s a interação, os participantes avaliaram várias emoções positivas e negativas .

O projeto experimental permitiu que os pesquisadores explicassem dois aspectos importantes da confianção em robôs explica¡veis: o quanto os humanos confiam em robôs em comparação com outros seres humanos e os padraµes de como os humanos reagem emocionalmente após interações com robôs versus outros humanos.

O experimento mostra que as pessoas estendem na­veis semelhantes de confianção para humanos e robôs. Nãoéisso que encontrara­amos se os humanos confiassem cegamente ou se recusassem a confiar nos robôs. Esse também não seria o resultado se acreditarmos que as pessoas ampliam a confianção com a única intenção de melhorar o bem-estar de outros humanos, uma vez que confiar em um roba´ não melhora o bem-estar de outra pessoa.

O resultado éconsistente com a visão de que as pessoas estendem a confianção tanto para ganhos moneta¡rios quanto para descobrir informações sobre propensaµes comportamentais humanas. Atravanãs de suas interações de confianção com os robôs, os participantes aprenderam sobre a cooperação de outros seres humanos.

As emoções sociais são mais do que sentimentos - elas regulam o comportamento social . Mais especificamente, emoções sociais como culpa, gratida£o, raiva e orgulho afetam a forma como tratamos os outros e influenciam como os outros nos tratam em interações baseadas na confiana§a.

Os participantes desse experimento experimentaram emoções sociais de maneira diferente, dependendo de seu parceiro ser um roba´ ou ser humano. Uma falha em retribuir o investimento do deposita¡rio no administrador gerou mais raiva quando o administrador era humano do que quando o administrador era um roba´. Da mesma forma, a reciprocidade provocou mais gratida£o quando o administrador era humano do que quando o administrador era um roba´.

Além disso, as emoções dos participantes discriminaram minuciosamente os tipos de robôs. Eles relataram sentir orgulho e culpa mais intensos quando a recompensa do administrador do roba´ foi para um humano do que quando o roba´ agiu sozinho.

Dado que a confianção inicial não diferiu entre os tipos de parceiro, mas as emoções sociais diferiram, uma possibilidade distinta éque a extensão da confianção em interações repetidas diferira¡ quando o parceiro for humano, roba´ ou roba´ vinculado a um beneficia¡rio humano.

No futuro, a direção apresentara¡ oportunidades de interação onde importa se as decisaµes estãosendo tomadas por humanos ou robôs e se servem ou não a humanos. Alguns carros usados ​​para entrega ou pick-up podem dirigir sem ocupantes humanos, outros carros com ocupantes humanos passivos e outros carros sera£o conduzidos por motoristas humanos. Interações ana¡logas ocorrem com agentes de check-in automatizados ou robóticos, caixas banca¡rios, cirurgiaµes, etc.

Parcerias com reciprocadores consistentes podem se consolidar em parcerias mais fortes e produtivas quando os reciprocadores são seres humanos, porque os seres humanos atraem mais gratida£o do que os robôs. Por outro lado, parcerias com reciprocadores inconsistentes podem ser mais esta¡veis ​​quando os reciprocadores são robôs, porque os robôs provocam menos raiva do que os humanos. Além disso, os seres humanos experimentaram orgulho e culpa mais intensamente nas interações em que os robôs atendiam a um beneficia¡rio, o que sugere que as pessoas tera£o mais chances de aumentar a confianção em parceiros semelhantes.

A arquitetura cognitiva humana evoluiu para ter estrutura e conteaºdo suficientes para promover a sobrevivaªncia e a reprodução de nossos ancestrais, além de ter a flexibilidade de navegar por novos desafios e oportunidades. Esses recursos permitem que os humanos projetem e interajam racionalmente com inteligaªncia artificial e robôs. Ainda assim, as interações com os auta´matos e a capacidade da ciência de explicar essas interações são imperfeitas, porque os auta´matos não possuem as pistas psicofa­sicas que esperamos em uma interação e geralmente são guiados por lógicas de decisão inexplica¡veis ​​ou não intuitivas.

 

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