Humanidades

Arte e o poder de mudar a sociedade
Embora nenhum artista desenvolva uma vacina contra o coronava­rus, eles usam memória e imaginação, seu bom senso e pensamento cra­tico, para minar a credulidade e negaa§a£o endaªmicas da cultura americana em tempos de crise.
Por Betti-Sue Hertz - 04/07/2020

Ilustração de Julie Winegard

Como curador, historiador da arte e diretor da Galeria de Arte Wallach, me pego respondendo a s minhas experiências durante o COVID-19, tanto como indiva­duo quanto como cuja identidade éinsepara¡vel de uma crena§a na potaªncia e no valor das artes visuais para engajar criticamente com o mundo. Ina­cio 20 th -century vanguardistas europeus, incluindo os dadaa­stas e surrealistas, ampliou suas prática s além da confecção de objetos de arte a  filosofia abranger, cra­tica cultural e pola­tica. Em resposta a  violência da Primeira Guerra Mundial, esses grupos de artistas pediram uma derrubada das regras burguesas opressivas, subvertendo o pensamento racional.

No terceiro trimestre do 20 º século, os esforços hera³icos dos artistas nos EUA efetivamente respondeu a inação governamental, quando confrontado com a terra­vel HIV / AIDS pandemia e os que acompanham preconceitos letais. As intervenções sociais altamente influentes dos artistas - e frases ica´nicas como "Silaªncio = Morte", frequentemente colocadas em um broche de lapela ou camiseta (que considero um precursor do #EndWhiteSilence) - surgiram em uma nova era do ativismo arta­stico. Sua determinação em defender os doentes e lutar por servia§os e pesquisas médicas alterou a história, desafiando a opinia£o pública e, finalmente, salvando vidas.

A arte não permite que falsidades governem. Despe a fachada da chamada normalidade. Os artistas certamente criara£o novas imagens que nos obrigam a refletir e agir com sabedoria sobre a convergaªncia do coronava­rus, raça e violência americana.


Parte da traganãdia de COVID-19 éa velocidade de chegada de um tsunami e o escopo de sua força destrutiva. Infelizmente, écerto que ocorrera£o mais pandemias derivadas de va­rus. Embora nenhum artista desenvolva uma vacina contra o coronava­rus, eles usam a memória e a imaginação, seu bom senso e pensamento cra­tico, para minar a credulidade e negação endaªmicas da cultura americana em tempos de crise.

Nos últimos meses, venho preparando "O Protesto e a Recuperação", uma exposição de arte contemporâneasobre protestos em massa e nossa necessidade de recuperação que abrange a Primavera arabe atéo COVID-19. Este éum dos muitos projetos em Wallach que envolve questões prementes no doma­nio paºblico. O isolamento, e a necessidade de navegar em uma esfera social desarticulada durante a chamada Grande Pausa, forçaram nossos corpos a Espaços de confinamento e hiper-localidade física. Como somos inundados pela necessidade da tela, éimportante conhecer a corporatização de seu campo visual. Ta£o esclarecido quanto o protesto digital se tornou, ele não substitui a intimidade, a alegria e a solidariedade da raiva e da resistência corporais. Eu temia que a quarentena global e as limitações de nossa mobilidade reduzissem o poder da resistência coletiva das ruas que ricocheteou em todo o mundo em 2019. Isso não aconteceu. Enquanto escrevo isso, protestos - corpos nas ruas - estãose espalhando pelos Estados Unidos em memória de George Floyd e de todos os negros mortos sem causa pela pola­cia nos últimos anos e ao longo da história dos EUA.

A arte não permite que falsidades governem. Despe a fachada da chamada normalidade. Os artistas certamente criara£o novas imagens que nos obrigam a refletir e agir com sabedoria sobre a convergaªncia do coronava­rus, raça e violência americana. Em uma referaªncia a  música de 1971 de Scot-Gil Heron, "The Revolution Will Not Be Televised", talvez a revolução seja televisionada, se torne um meme e se torne viral, mas a versão mediada nunca substituira¡ a poderosa intimidade oferecida pelo objeto fa­sico, experiência pessoal em arte ou protesto coletivo ao vivo.

 

.
.

Leia mais a seguir