Humanidades

Para a democracia funcionar, as desigualdades raciais devem ser abordadas, dizem os estudiosos de Stanford
O Stanford Center for Racial Justice estãoexaminando com atenção as políticas que perpetuam o racismo sistemico na Amanãrica hoje e perguntando como podemos imaginar uma sociedade mais justa.
Por Melissa de Witte - 17/02/2021

No vera£o passado, um profundo ca¡lculo racial varreu os Estados Unidos e, em certa medida, o mundo. As mortes de George Floyd, Breonna Taylor e outros negros americanos mortos pela pola­cia, juntamente com uma pandemia que aflige desproporcionalmente os negros americanos, tornaram inega¡vel a persistaªncia do racismo, diz o estudioso jura­dico de Stanford Ralph Richard Banks .


O Professor de Direito de Stanford, Ralph Richard Banks, e a Reitora Associada de Servia§o
Paºblico e Direito de Interesse Paºblico, Diane Chin, estabeleceram o Centro de Justia§a Racial
de Stanford para lidar com a desigualdade e divisão racial na Amanãrica.
(Crédito da imagem: Cortesia da Stanford Law School)

“Parece difa­cil argumentar contra a desigualdade racial na sociedade. Acho que isso motivou as pessoas a quererem fazer algo e a perguntar: 'a‰ esta a sociedade em que quero viver?' A questãoanã: por quanto tempo as pessoas continuara£o a ter esse senso de urgência para fazer algo? ” disse Banks, o professor Jackson Eli Reynolds de Direito da Stanford Law School (SLS).

a‰ aa­ que o Centro de Stanford para Justia§a Racial (SCRJ) se encaixa. Embora situado dentro da faculdade de direito, o objetivo do SCRJ éalavancar os recursos e capacidades da universidade mais ampla para promover a justia§a racial de maneiras que fortalea§am a democracia.

Banks e Diane Chin , reitora associada de serviço paºblico e direito de interesse paºblico, lançaram o SCRJ na esteira do movimento Black Lives Matter para ajudar a desmantelar as políticas e prática s que perpetuam o racismo sistemico e para identificar soluções que poderiam gerar uma mundo.

“Nosso objetivo écriar sistemas, políticas e estruturas que garantam que as barreiras raciais não persistam mais”, disse Chin, “e que cada um de nostenha uma maneira de buscar e se sentir apoiado em buscar o trabalho que queremos, vivendo onde queremos , as escolas que queremos para nossos filhos, acesso a  saúde que não seja racializado. ”

Desde o lana§amento do centro em junho de 2020, Banks e Chin tem trabalhado incansavelmente com professores, alunos e organizações externas. Para comea§ar, o SCRJ estãose concentrando em três áreas onde uma mudança sistemica éurgentemente necessa¡ria: justia§a criminal e policiamento, igualdade educacional e segurança econa´mica e oportunidade.

Alguns desses esforços já estãoem andamento.

Neste trimestre, o SCRJ estãotrabalhando com a Escola de Pa³s-Graduação em Educação (GSE) para examinar como desmantelar o racismo estrutural no sistema escolar paºblico dos EUA e colocar uma educação anti-racista em seu lugar. Em um laboratório de políticas, o Laborata³rio de Justia§a Juvenil: Imaginando um Sistema de Educação Paºblica Anti-Racista, alunos tanto do GSE quanto do SLS estãotrabalhando com dois grupos sem fins lucrativos para desenvolver políticas especa­ficas e intervenções de pesquisa que podem combater as disparidades raciais perpetuadas pelos programas escolares, como colocações acadaªmicas racialmente segregadas (por exemplo, educação especial ou colocação avana§ada) e políticas de disciplina escolar excludentes.

Banks e Diane Chin , reitora associada de serviço paºblico e direito de interesse paºblico e diretora interina do centro, lançaram o SCRJ na esteira do movimento Black Lives Matter para ajudar a fazer o trabalho a¡rduo de desmantelar as políticas e prática s que perpetuam o racismo sistemico e para identificar soluções que poderiam trazer um mundo mais justo.

Os laboratórios de políticas são uma forma de os alunos examinarem como essas estruturas e sistemas podem bloquear ou aumentar as oportunidades. Nos esta¡gios, os alunos e seus clientes visam elaborar novas políticas que os formuladores de políticas possam implementar e financiar de forma realista porque, como Chin observou: “a‰ aa­ que a borracha cai na estrada. Podemos redigir belas políticas baseadas em nossos valores e ideais - e isso éimportante - mas também devem ser muito prática s para serem implementadas ”.

Outro laboratório de políticas recente explorado na interseção entre a aplicação da lei e a raça, especificamente o papel do policiamento nas comunidades locais.

No outono passado, os alunos que participaram do Selective De-Policicing: Operationalizing Concrete Reforms (uma colaboração com o Stanford Center for Criminal Justice) examinaram as várias responsabilidades da pola­cia, incluindo seu envolvimento em lidar com questões não violentas, como saúde mental, disciplina escolar ou falta de moradia . Os alunos trabalharam com a African American Mayors Association , uma organização de Washington DC que representa prefeitos negros em todo opaís, para identificar como as cidades podem transferir parte de seu trabalho de oficiais armados e desinformados para outras agaªncias e organizações que estãomelhor preparadas para lidar com essas situações de maneiras não violentas. Um relatório com suas recomendações deve ser publicado ainda este ano.

Resolvendo problemas que transcendem a raça

Como a injustia§a racial atravessa uma mira­ade de problemas na sociedade, Banks disse que espera que o trabalho que o SCRJ faz também aborde questões que preocupam as pessoas de todas as origens e demografias.

“Estamos usando a raça para descobrir como resolver problemas que transcendem a raça. As injustia§as raciais são emblema¡ticas de muitos outros problemas que temos ”, disse ele.

Veja o policiamento por exemplo, que Banks disse não estar funcionando bem para os negros americanos nem para pessoas de todas as raças. “Isso levanta questões sobre como abordamos não apenas o crime, mas outros problemas como doenças mentais e falta de moradia, porque os policiais tem sido usados ​​como linha de frente para todos esses problemas diferentes.”

Banks reconhece que seránecessa¡rio mais do que apenas uma mudança na pola­tica para inspirarmudanças significativas; a cultura também desempenha um papel importante.

“Os problemas que enfrentamos não são problemas que sera£o resolvidos apenas pelo governo”, disse Banks. “A coisa mais difa­cil, eu acho, éreconhecer as maneiras pelas quais todos nosestamos envolvidos no quebrantamento de nossa sociedade.”

Ele acrescentou: “Nãoimporta o quanto bem intencionados sejamos, todos somos o tipo de problema. Os problemas não seriam tão grandes quanto são se não estivanãssemos todos contribuindo para eles ”.

A sociedade não pode funcionar sem abordar as disparidades raciais que prejudicam o funcionamento de suas instituições democra¡ticas e sociais, acrescentou. “O desafio da justia§a racial éna verdade o desafio da democracia porque não podemos fazer a sociedade funcionar a menos que possamos resolver a divisão racial, a desconfiana§a, a desigualdade e o racismo.”

O SCRJ estãopromovendo palestras peria³dicas no Zoom - intituladas “Tuesday Race Talks” - abertas ao paºblico. O pra³ximo evento serárealizado em 23 de fevereiro a s 12h45 e contara¡ com Steve Philips, um lider pola­tico nacional, advogado de direitos civis e apresentador de podcast, que falara¡ sobre o estado da pola­tica negra.

 

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