Humanidades

A microscopia de raios-X revela o excelente artesanato dos tintureiros da Idade do Ferro da Sibanãria
O tapete, feito de la£ nova por volta de 400 aC, éum dos exemplos mais interessantes do artesanato da asia Central da Idade do Ferro.
Por Universidade de Erlangen-Nuremberg - 05/03/2021


Preparado para análise usando um microsca³pio de fluorescaªncia de raios-X: Fibras do tapete Pazyryk hista³rico embutidas em resina epa³xi (esquerda). A imagem a  direita mostra amostras padrãoque os pesquisadores fermentaram e tingiram por conta própria para comparação. Crédito: FAU / Dr. Andreas Spa¤th

O tapete Pazyryk éo exemplo mais antigo do mundo de tapete com pelos com nose émantido no Museu Hermitage em Sa£o Petersburgo, Raºssia. O tapete, feito de la£ nova por volta de 400 aC, éum dos exemplos mais interessantes do artesanato da asia Central da Idade do Ferro. Desde que o tapete foi descoberto em 1947 por arqueólogos russos em uma tumba kurgan nas montanhas Altai, especialistas em técnicas de tingimento tradicionais ficaram intrigados com as cores vivas de vermelho, amarelo e azul do tapete, que ficou enterrado em condições extremas por quase 2.500 anos.

Fibras vermelhas sob o microsca³pio

O Prof. Dr. Karl MeaŸlinger, do Instituto de Fisiologia e Fisiopatologia da FAU, e os especialistas em microscopia de raios-X, Dr. Andreas Spa¤th e o Prof. Dr. Rainer Fink, da cadeira de Fa­sico-Quí­mica II da FAU, agora esclarecem este segredo . Juntos, eles tiveram a ideia de obter imagens da distribuição de pigmentos na seção transversal de fibras individuais de la£ usando microscopia de fluorescaªncia de raios-X de alta resolução (μ-XRF). O Dr. Spa¤th e o Prof. Fink conduziram os experimentos usando o microsca³pio de raios-X PHOENIX no Instituto Paul Scherrer em Villigen, Sua­a§a. Com três a cinco micra´metros, o microsca³pio fornece resolução espacial suficiente combinada com alta sensibilidade para elementos químicos caractera­sticos.

O estudo se concentrou principalmente nas fibras de la£ vermelha, já que o pigmento vermelho turco éusado quase exclusivamente háséculos na asia Central e no Extremo Oriente para criar um tom caractera­stico de vermelho. O vermelho turco éum complexo de metal orga¢nico feito de alizarina, que éderivado das raa­zes da rose madder, e de aluma­nio.

"A imagem μ-XRF mostra a distribuição caracterí­stica do aluma­nio ao longo da seção transversal das fibras de la£ fermentada", explica o Dr. Andreas Spa¤th. "Encontramos o mesmo padrãonas fibras do tapete Pazyryk ." Este éde longe o exemplo mais antigo da técnica de fermentação e fornece uma visão sobre as técnicas já altamente desenvolvidas usadas por artesãos e mulheres taªxteis na Idade do Ferro. Os resultados também mostram o alto potencial da microscopia de raios X para a análise de amostras de tecidos de sa­tios arqueola³gicos. Atéagora, a pesquisa neste campo tem usado a microscopia eletra´nica de varredura (MEV).

Fermentar a la£ de ovelha antes de ser tingida aumenta o brilho e a longevidade da
cor. A la£ fermentada pode ser identificada pela posição elevada das camadas da cuta­cula
ao longo das fibras ou pela distribuição caracterí­stica dos pigmentos ao longo da seção
transversal das fibras. Este último émostrado nas imagens de fluorescaªncia de raios-X
(a  esquerda). A camada de cuta­cula caiu das amostras de fibra do tapete Pazyryk (direita).
A influaªncia do processo de fermentação ainda évisível comparando as imagens de
fluorescaªncia (parte inferior) com as de amostras tingidas recentemente.
Crédito: FAU / Dr. Andreas Spa¤th

La£ fermentada não desbota

O Prof. Dr. Karl MeaŸlinger recebeu uma amostra de alguns nosdo tapete Pazyryk 30 anos atrás em 1991 para análise com um microsca³pio eletra´nico de varredura. Junto com o Dr. Manfred Bieber, um especialista em técnicas de tingimento taªxtil oriental, ele descobriu anteriormente que a imagem SEM pode identificar fibras de la£ que foram tratadas com uma técnica de tingimento especial baseada na fermentação anterior da la£. O processo de fermentação aumenta a difusão dos pigmentos em direção ao centro das fibras da la£, resultando em cores significativamente mais brilhantes e permanentes.
 
A la£ fermentada pode ser identificada por imagem de MEV por meio da posição elevada caracterí­stica das camadas mais externas da cuta­cula. "Os artesãos taªxteis tradicionais da Anata³lia estãofamiliarizados com uma técnica menos dispendiosa, mas confia¡vel", diz MeaŸlinger. "Eles espalharam a la£ tingida no campo por várias semanas sob a luz direta do sol, depois a colocaram em um celeiro como cama para seus animais antes de enxagua¡-la em um riacho ou rio. Apenas a la£ fermentada retanãm sua cor sem qualquer branqueamento significativo."

O Prof. MeaŸlinger e o Dr. Bieber conseguiram rastrear as origens desta técnica de tingimento tradicional no século XVII. Poranãm, quanto mais o tecido tratado éusado ou quanto mais ele éexposto aos elementos, menos restos das camadas de cuta­cula. A maioria das camadas de cuta­culas do tapete Pazyryk mundialmente famoso também estava faltando. Os pesquisadores provaram o efeito da fermentação comparando as imagens fluorescentes com as de amostras de la£ que eles fermentaram e tingiram.

 

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