Joa£o Penteado (esq.) e alunos da Escola Moderna de SP em mara§o de 1913 - Imagem: Reprodução
Joa£o Penteado (1876 os1965) foi um pedagogo de tendaªncia anarquista que liderou a implantação das Escolas Modernas em Sa£o Paulo. A experiência da educação liberta¡ria na capital paulista durou de 1912 a 1918, quando o governo determinou o fechamento das escolas após a greve opera¡ria de 1918.
A ideia da Escola Moderna era promover a emancipação moral e intelectual com base no ensino racionalista, que buscava uma metodologia de aprendizado pela qual o sujeito em formação fosse guiado por processos de experimentação e observação do mundo, como forma de promover autonomia sobre suas relações e sobre o meio que os cerca.
Em artigo intitulado “As escolas e sua influaªncia social oso ensino oficial e o ensino racionalista,†publicado na edição n. 2 do jornal anarquista A Vida, que circulou em 31 de dezembro de 1914, Penteado expa´s seu pensamento sobre a educação oficial e as razões pelas quais lutava por uma formação humana livre de dogmas. Â
Inicialmente Penteado assinalou: “[...] As escolas, fontes alimentadoras dos caudais de ideias que tão poderosamente influem nos destinos das sociedades humanas osdevem, por certo, merecer a mais acurada, a mais cariciosa, a mais desveladora dedicação por parte dos reformadores sociais, dos que sonham um destino diferente para a humanidade osporque énelas, justamente nelas, nos seus bancos e nos seus livros, que se preparam as novas gerações [...]â€.
Ele dizia que “[...] énas escolas onde reside o segredo da força mantenedora dos preconceitos patria³ticos, das convenções sociais, das superstições e dos dogmas religiosos [...]â€. Penteado enfatizava “[...] Daa pois, a razãoporque o Estado e a igreja disputam entre si a primazia no mister da instrução popular e tem as suas vistas constantemente voltadas para a questãodo ensino procurando sempre aumentar, e de maneira considera¡vel, as instituições destinadas a formação de mentalidades que melhor se adaptem a vida de degeneração e perversidade das sacristias e dos quartanãis que a atmosfera sadia da liberdade e da felicidade resultantes da emancipação da consciência e do pensamento [...]â€.
Quando Penteado escreveu seu documento, ocorria na Europa a primeira Guerra Mundial (1914 os1918), envolvendo grandes potaªncias. O pedagogo citou a batalha como resultado de uma educação dogma¡tica. “[...] Essa luta monstruosa em que se lana§am os povos da velha e mais culta parte do mundo civilizado, tiveram começo, primeiramente nas escolas oficiais, por meio da infiltração do nefasto patriotismo, que inocula no esparito da juventude de uma nação ou de uma raça o sentimento de repulsa, de despeito e de a³dio pelos indivíduos de outra raça. As escolas preparam e as casernas, por seu turno, completam a obra terravel, auxiliada pela imprensa vendida ao serviço dos promotores das guerras internacionais, que são os chefes de Estado e os banqueiros [...]â€.  Â
Passados cem anos do movimento da Escola Moderna, por uma educação não doutrina¡ria, observa-se na pa¡gina do Ministanãrio da Educação o projeto ideola³gico do governo de implementar, até2023, 216 escolas cavico-militares no a¢mbito do Programa Nacional das Escolas Cavico Militares (Pecim), da qual também participa o Ministanãrio da Defesa.
Documentos sobre as Escolas Modernas podem ser pesquisador no Centro de Documentação e Mema³ria (CEDEM), da Unesp.
Onde pesquisar:
CEDEM
On-line: www.cedem.unesp.br
Presencial: Sede do Centro de Documentação e Mema³ria (CEDEM), da Unesp
Praça da Sanã, 108, 1 andar osSa£o Paulo (SP)
E-mail: pesquisa@cedem.unesp.br
Tel.: 11-31161701