Humanidades

Expectativa de vida caindo para adultos sem diploma de bacharel
A expectativa de vida nos Estados Unidos caiu em 2020 devido ao COVID-19, mas para adultos americanos sem diploma universita¡rio, um aumento na mortalidade ocorreu anos antes, de acordo com um novo estudo de Princeton.
Por B. Rose Huber - 14/03/2021


lustração deEgan Jimenez, Escola de Relações Paºblicas e Internacionais de Princeton

Desde 2010, pessoas sem diploma universita¡rio experimentaram um aumento absoluto na mortalidade, relatam os pesquisadores no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Enquanto isso, as pessoas com diploma universita¡rio diminua­ram.

Case e Deaton estudaram a mortalidade geral nos Estados Unidos calculando, anualmente, de 1990 a 2018, o número de anos que um jovem de 25 anos poderia esperar viver antes de seu 75º aniversa¡rio. Essas taxas de mortalidade assumidas em cada idade permaneceram constantes noníveldaquele ano individual.

A faixa eta¡ria de 25 a 75 anos coincide com o aumento da incidaªncia de “ mortes por desespero ” nos Estados Unidos por drogas, suica­dio e doença hepa¡tica alcoa³lica, bem como uma desaceleração no decla­nio da mortalidade por doenças cardiovasculares. De 1990 a 2010, os americanos com e sem diploma de bacharel mostraram um padrãode progresso quase conta­nuo nessa medida de expectativa de vida adulta, mas com uma lacuna cada vez maior, descobriram Case e Deaton. Depois, a partir de 2010, houve queda para quem não tinha diploma.

No entanto, embora a diferença nos Estados Unidos tenha aumentado com base no fato de as pessoas terem um diploma universita¡rio de quatro anos, ela diminuiu com base na raça. Em 2018, os negros americanos com diploma de bacharel estavam muito mais pra³ximos dos brancos com diploma em termos de expectativa de vida do que os negros americanos sem diploma, um na­tido contraste com o ini­cio dos anos 1990.

Os resultados ilustram a crescente influaªncia donívelde escolaridade na saúde e na segurança econa´mica de uma pessoa nos Estados Unidos, disse Case, o professor Alexander Stewart de 1886 de Economia e Relações Paºblicas, Emanãrito, na Escola de Assuntos Paºblicos e Internacionais de Princeton.

“A Amanãrica éo grandepaís mais rico do mundo, com tecnologia médica de ponta, mas ainda vemos grandes decla­nios para os americanos sem um diploma de quatro anos, mesmo antes da chegada do COVID-19”, disse Case. “Sem um diploma de faculdade de quatro anos, écada vez mais difa­cil construir uma vida significativa e bem-sucedida nos Estados Unidos. Dado que hoje, dois tera§os dos adultos na Amanãrica não tem um diploma universita¡rio de quatro anos, esta éuma descoberta significativa. ”

Primeiro, Case e Deaton construa­ram uma sanãrie temporal com um resumo das taxas de mortalidade de cada ano na idade adulta de 25 a 75 anos. Como a expectativa de vida ao nascer, isso éconhecido como uma "medida de período" ou um resumo das taxas de mortalidade entre as idades 25 e 75 em um determinado ano. Eles exclua­ram os americanos com mais de 75 anos, pois eles se saa­ram relativamente bem nas últimas três décadas.

Eles usaram os atestados de a³bito do Sistema Estata­stico Vital Nacional (NVSS), que inclui registros de 48,9 milhões de mortes de pessoas de 25 a 84 anos entre 1990 e 2018. Os dados indicam idade, sexo, raça, etnia, escolaridade e ano da morte. Para calcular as taxas de mortalidade, eles se basearam em dados populacionais do American Community Survey e do Current Population Surveys, fazendo ajustes em sua metodologia para dados ausentes ou incompletos.

Ao olhar para a raça, independentemente da educação, eles encontraram algumas nuances. Os hispa¢nicos aos 25 anos estavam mais pra³ximos de viver mais 50 anos do que os brancos. Por sua vez, os brancos estavam mais pra³ximos de viver mais 50 anos do que os negros. No geral, negros e hispa¢nicos ganharam mais anos em expectativa de vida do que brancos. Mas então, em 2010, o progresso parou para todas as corridas.

Ao trazer a educação para o rebanho, Case e Deaton descobriram que a queda nos anos esperados de vida era para aqueles sem um diploma de bacharel. Homens e mulheres negros com diploma de bacharel, que costumavam ter uma expectativa de vida adulta menor do que brancos sem diploma, agora tinham mais anos de vida esperados.

Além de mortes por desespero, os fatores contribuintes também incluem obesidade, tabagismo e doenças cardiovasculares, disseram os pesquisadores. Quedas salariais e escassez de empregos também podem ter um papel importante.

“Bons empregos estãose tornando cada vez mais raros para os trabalhadores sem diploma universita¡rio, muitos dos quais perderam seus empregos para a globalização e a automação, e para os quais o custo dos cuidados de saúde fornecidos pelo empregador os estãocada vez mais afastados do mercado de trabalho de alta qualidade, ”Disse Deaton, Praªmio Nobel e Professor Dwight D. Eisenhower de Assuntos Internacionais, Emanãrito, em Princeton. “Tudo isso contribuiu para o decla­nio na expectativa de vida adulta.”

Os resultados tem algumas limitações. As certidaµes de a³bito não continham informações sobre o local de nascimento, então Case e Deaton não conseguiram discernir o risco de mortalidade para os imigrantes em comparação com os americanos nativos.

Seus dados também terminam em 2018, bem antes de o COVID-19 chegar. Embora a compreensão da influaªncia da pandemia COVID-19 esteja a anos de distância, os pesquisadores prevaªem que a divisão educacional se amplie ainda mais, dado que aqueles sem diploma tem maior probabilidade de correr riscos por meio de seus empregos, enquanto aqueles com diploma podem trabalhar remotamente e com segurança.

O artigo, “A expectativa de vida na idade adulta estãocaindo para aqueles sem um diploma de bacharelado, mas, como as diferenças educacionais aumentaram, as diferenças raciais diminua­ram”, foi publicado no PNAS. O estudo foi financiado pelo National Institute on Aging por meio de uma bolsa do National Bureau of Economic Research (praªmio no. R01AG053396).

 

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