Humanidades

Livro traz relatos de vivaªncias entre Universidade e periferia
Obra registra impressaµes de pesquisadores, artistas e moradores das periferias em torno de projeto da USP
Por Luiz Prado - 18/03/2021


Comunidade do Jaguaranã, na zona oeste da capital paulista osFoto: Reprodução de Imagens
 
Nesta sexta-feira, dia 19, a s 15 horas, acontece o lana§amento do livro Narrativas Perifanãricas: Entre Pontes, Conexaµes e Saberes Plurais, organizado por a‰rica Pea§anha. A obra reaºne textos de participantes do projeto Democracia, Artes e Saberes Plurais (Dasp), realizado pelo Instituto de Estudos Avana§ados (IEA) da USP. O evento de lana§amento do livro serátransmitido ao vivo pelo site do IEA, onde a versão on-line da obra ficara¡ dispona­vel gratuitamente.

O Dasp surgiu em mara§o de 2018, com a chegada da ativista social Eliana Sousa Silva a  Ca¡tedra Olavo Setubal de Artes, Cultura e Ciência da USP como titular. Diretora fundadora da organização Redes de Desenvolvimento da Maranã, do Rio de Janeiro, e ex-diretora da Divisão de Integração Universidade-Comunidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eliana encabea§ou um projeto voltado para o fomento de dia¡logos e pesquisas que aproximassem a Universidade e periferias.

Para o Dasp, foram selecionados pesquisadores de graduação e pós-graduação da USP a partir do desempenho acadaªmico, relação com as periferias, interesse por questões sociais e critanãrios socioecona´micos. A equipe resultante contou com estudantes, em sua maior parte, de origem popular, negra e perifanãrica.

As atividades se concentraram em três frentes. Uma delas, Centralidades Perifanãricas, promoveu dia¡logos entre as pessoas da academia e artistas, intelectuais e ativistas das periferias. Outra, Conexaµes-USP-Periferia, procurou trazer para as plataformas digitais ações e produções da USP com o tema das favelas e periferias.

A terceira, Pontes e Vivaªncias de Saberes ou Censo no Jardim Sa£o Remo, Sem-Terra (Vila Cla´), Jardim Keralux e na Vila Guaraciaba, traa§ou um perfil sociocultural e econa´mico dessas comunidades. Os estudantes foram a campo nessas localidades, vizinhas a  Cidade Universita¡ria, na zona oeste paulistana, e a  Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, instalada na zona leste. No trabalho, os pesquisadores tiveram o auxa­lio dos moradores das comunidades, que assumiram o papel de articuladores locais, agendando entrevistas e intermediando o dia¡logo entre estudantes e pessoas e entidades locais.

Um dos frutos desses trabalhos éexatamente o volume Narrativas Perifanãricas: Entre Pontes, Conexaµes e Saberes Plurais. Escritos entre abril e setembro de 2020, os textos congregam ensaios, depoimentos, relatos de experiências e textos litera¡rios falando sobre a pesquisa, relações pessoais, reflexões e aprendizados. Pesquisadores de graduação e pós-graduação, articuladores locais e artistas contribuem para a obra.

O lana§amento do livro, no dia 19, incluira¡ o debate Narrativas Perifanãricas na Universidade Paºblica: Questaµes do Nosso Tempo. Estara£o presentes Eliana Sousa Silva, atualmente professora visitante do IEA, a supervisora geral do Dasp e organizadora do livro a‰rica Pea§anha, o diretor do IEA Ary Plonski, a estudante de graduação e pesquisadora do Dasp Isadora Nunes, o artista Rafael Pompeu, a professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Rosangela Malachias, o pra³-reitor de Graduação da USP Edmund Baracat e o gerente do Observatório Itaaº Cultural (parceiro do IEA na manutenção da ca¡tedra), Jader Rosa.

“a‰ difa­cil dimensionar o quanto fomos nos transformando como seres humanos, nos aproximando nas trocas de cunho acadêmico e, ainda, de campos relacionados a subjetividades que se juntaram a partir do fomento e da construção de outra relação da Universidade com o seu entorno”, escreve Eliana no pra³logo do livro.

“As narrativas em torno do projeto são maºltiplas e muito positivas, e minha certeza éde que eu precisava fazer parte disso”, escreve a‰rica Pea§anha. “De uma equipe formada por pesquisadores que querem alcana§ar mais do que ta­tulos e prestígio pessoal em suas carreiras. De uma gestãoinclusiva e horizontal. De um evento como o Centralidades Perifanãricas, que colocou lado a lado artistas, ativistas e estudiosos para falar sobre um mesmo tema. Da construção de um banco de dados quantitativos e qualitativos sobre as ações da USP com foco nas periferias. Da introdução de uma tecnologia social de recenseamento em favelas no contexto acadaªmico. Da valorização do paradigma da potaªncia das periferias. De uma maréde gente que não dissocia anãtica, pola­tica, saber e afeto.”

Capa do livro Narrativas Perifanãricas osFoto: Reprodução

Para o professor Martin Grossmann, coordenador acadêmico da Ca¡tedra Olavo Setubal, Eliana realizou um trabalho “inimagina¡vel” com o Dasp. “Congregou um grupo extremamente inusitado de jovens perifanãricos, não são talentosos, como capacitados a contribuir de forma significativa para a necessa¡ria metamorfose que ainda precisamos realizar coletivamente não são na Universidade, como na sociedade brasileira. Algumas das vivaªncias desses jovens pesquisadores estãoreunidas nesta obra. Muitas outras estãoalém do que este livro da¡ conta de narrar”, comenta o professor no texto que encerra a publicação.

Narrativas Perifanãricas: Entre Pontes, Conexaµes e Saberes Plurais, de a‰rica Pea§anha (organização), Editora Amavisse, 260 pa¡ginas.

O lana§amento do livro acontece nesta sexta-feira, dia 19, a s 15 horas, no site do Instituto de Estudos Avana§ados (IEA) da USP. 

 

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