Esse resultado surpreendente sugere que os macacos tem dois naveis de processamento exatamente como os humanos, um dos quais deve ser consciente.

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Quando os humanos olham para uma paisagem visual como um pa´r do sol ou um belo mirante, experimentamos algo - temos uma percepção consciente de como éa cena. Essa consciência do mundo visual ao nosso redor écentral para nossa existaªncia cotidiana, mas os humanos são a única espanãcie que experimenta o mundo conscientemente? Ou outros animais não humanos tem o mesmo tipo de experiência consciente que nós?
Cientistas e fila³sofos tem feito versaµes dessa pergunta hámilaªnios, mas encontrar respostas - ou mesmo maneiras apropriadas de fazer a pergunta - se mostrou difacil. Mas uma equipe de pesquisadores de Yale desenvolveu recentemente uma maneira engenhosa de tentar resolver esse enigma.
Escrevendo em 29 de mara§o no Proceedings of the National Academy of Sciences , eles argumentam que uma espanãcie não humana - o macaco rhesus - também tem uma percepção consciente do mundo ao seu redor.
"As pessoas se perguntam hámuito tempo se os animais vivenciam o mundo da maneira que nós, mas tem sido difacil descobrir uma boa maneira de testar essa questãoempiricamente", disse Moshe Shay Ben-Haim, pa³s-doutorado em Yale e primeiro autor do papel.
Os pesquisadores sabem hámuito tempo que as pessoas podem ser influenciadas por pistas subliminares inconscientes - estamulos visuais apresentados fora de nosso limite para a percepção consciente, disse Laurie Santos, professora de psicologia em Yale que écoautora saªnior do estudo junto com seu colega Steve Chang, professor associado de psicologia e neurociaªncia, e Ran Hassin da Universidade Hebraica.
"Temos a tendaªncia de mostrar padraµes diferentes de aprendizagem quando apresentados a estamulos subliminares do que quando experimentados conscientemente, ou estamulos supraliminais", disse ela.
Se os macacos mostrassem o mesmo padrãode "dupla dissociação" que os humanos, isso significaria que os macacos provavelmente vivenciam os estamulos apresentados supraliminalmente da mesma forma que as pessoas - como uma experiência visual consciente.
Ben-Haim, Santos e sua equipe pensaram em uma nova maneira de explorar se os macacos também exibem uma diferença no aprendizado quando os estamulos são experimentados de forma consciente ou não.
Em uma sanãrie de experimentos, eles fizeram macacos e humanos adivinharem se uma imagem-alvo apareceria no lado esquerdo ou direito de uma tela. Antes de o alvo aparecer, os participantes receberam uma dica visual - uma pequena estrela - no lado oposto de onde o alvo apareceria posteriormente. Os pesquisadores variaram se a sugestãofoi apresentada supraliminarmente ou subliminarmente. Quando a sugestãofoi apresentada por alguns segundos, os participantes humanos aprenderam com sucesso que o alvo apareceria no local oposto ao da sugestão. Mas quando a deixa foi apresentada subliminarmente - rápido o suficiente para escapar da percepção consciente das pessoas - os participantes mostraram um padrãodiferente de desempenho; eles continuaram a escolher o lado que foi subliminarmente indicado, falhando em aprender a regra de que a deixa previa o lado oposto.
Surpreendentemente, os pesquisadores descobriram que os macacos mostraram exatamente os mesmos padraµes de resposta que as pessoas: como os humanos, os macacos foram capazes de olhar com sucesso para o local alvo quando as pistas eram apresentadas conscientemente, mas mostraram o padrãoreverso para pistas subliminares. Esse resultado surpreendente sugere que os macacos tem dois naveis de processamento exatamente como os humanos, um dos quais deve ser consciente.
"Esses resultados mostram que pelo menos um animal não humano exibe tanto a percepção inconsciente quanto a percepção visual consciente do tipo humano", disse Ben-Haim. "Agora temos um novo manãtodo não verbal para avaliar se outras criaturas não humanas experimentam a percepção visual da mesma maneira que os humanos."