Florencia Torche, socia³loga de Stanford, revela evidaªncias emparicas para mostrar que os benefacios do casamento para o desenvolvimento infantil derivam não apenas das caracteristicas individuais dos ca´njuges e de suas circunsta¢ncias.
Algo grande estãoacontecendo com os bebaªs no Chile - e estãono centro de um estudo aºnico sobre o que significa nascer de pais casados ​​e não casados.

Um novo estudo coautor da socia³loga de Stanford Florencia Torche investiga uma questãofundamental sobre os efeitos do casamento no desenvolvimento infantil e o papel da sociedade em promovaª-los. (Crédito da imagem: Getty Images)
No Chile, a proporção de nascimentos entre mulheres com base em seu estado civil mudou drasticamente nos últimos 30 anos. Hoje em dia, mais mulheres solteiras da£o a luz em relação a mulheres casadas. Embora essa tendaªncia tenha ocorrido na maior parte do mundo ocidental, a queda foi especialmente acentuada no Chile.
Isso permitiu que Florencia Torche , professora de sociologia da Escola de Humanidades e Ciências da Universidade de Stanford, e Alejandra Abufhele da Universidade Cata³lica do Chile, investigassem uma questãofundamental sobre os efeitos do casamento no desenvolvimento infantil e o papel da sociedade em promovaª-los.
Os cientistas sociais hámuito sabem que a prole de casais casados ​​tem vantagens significativas para a vida toda sobre os filhos de ma£es solteiras, incluindo melhor saúde física e mental, naveis mais altos de educação e rendas mais altas. A pesquisa sobre esse “praªmio do casamento†identificou a multiplicidade de diferenças individuais - em raça, status socioecona´mico, personalidade, entre outras caracteristicas - para explicar as discrepa¢ncias entre filhos de pais casados ​​e solteiros.
Mas e quanto ao papel da sociedade? Quando se trata do praªmio do casamento e do desenvolvimento infantil, a influaªncia da sociedade sempre fez parte da conversa, mas as suposições sobre seu impacto não foram comprovadas.
“A questãoda instituição do casamento - quanto normativo ou aceito édentro da sociedade - e como isso pode afetar o praªmio do casamento tem sido curiosamente ausente como um foco de pesquisaâ€, disse Torche, cuja pesquisa enfoca a desigualdade e o bem-estar entre gerações, incluindo os efeitos da exposição na infa¢ncia a choques como desastres naturais , conflitos armados e repressão a imigração .
Torche e Abufhele viram no Chile uma “oportunidade única e excepcional†para enfrentar essa questãode frente. Em um artigo publicado em 14 de abril no American Journal of Sociology , a dupla detalha evidaªncias impressionantes de que as percepções sociais do matrima´nio também contribuem para o praªmio do casamento.
“Como o casamento perdeu seu status normativo no Chile, o praªmio de casamento para filhos também diminuiu a ponto de desaparecer totalmenteâ€, disse Torche. “Nossa análise desse declanio mostra que o status do casamento na sociedade éimportante.â€
Os pesquisadores dizem que suas descobertas não descartam o papel que os pais e suas circunsta¢ncias conjugais contribuem para o casamento - simplesmente não étudo. “Ambos os fatores são importantesâ€, disse Torche. “As caracteristicas individuais são importantes e atéque ponto o casamento éuma norma em uma sociedade também importa.â€
Uma visão nova e impressionante
No Chile, o casamento mudou de norma para exceção em uma geração - uma rápida reversão da sorte que também foi abrangente e mensura¡vel: a proporção de nascimentos entre mulheres casadas caiu de 66 por cento em 1990 para 27 por cento em 2016. Além do mais, no inicio Na década de 1990, bebaªs nascidos de ma£es casadas tinham uma vantagem considera¡vel sobre os recanãm-nascidos de fora do casamento, pois eram menos propensos a nascer com baixo peso, prematuros ou pequenos para a idade gestacional. Mas, em meados da década de 2010, essa vantagem era insignificante no caso de baixo peso ao nascer, havia desaparecido completamente no nascimento prematuro e diminuado em cerca de dois tera§os para o nascimento pequeno para a idade gestacional.
“Descobrimos que essa mudança não se deveu a diferenças demogra¡ficas ou socioecona´micas entre ma£es casadas e solteiras ou ao aumento da coabitaçãoâ€, disse Torche.
Essa conclusão foi apoiada pelos resultados de duas análises adicionais que os pesquisadores realizaram: Primeiro, eles analisaram os nascimentos por estado civil e saúde infantil em todas as regiaµes do Chile. No segundo, eles estudaram os resultados de saúde entre irmãos cuja ma£e era solteira ao dar a luz um filho e casada ao dar a luz outro.
As três análises foram projetadas para se complementar. “Sempre existe o risco de haver diferenças entre as mulheres que se casam antes de ter filhos e as que não o fazem, o que não podemos observar nos dadosâ€, disse Torche. Os dados da certida£o de nascimento em que Torche e Abufhele confiaram não continham informações sobre, por exemplo, diferenças de personalidade ou condições de saúde que pudessem explicar por que o praªmio de casamento desapareceu com o tempo. Ao analisar irmãos de uma mesma ma£e nascidos em diferentes estados maritais, os autores descartaram essas e outras caracteristicas não mensuradas.
Os pesquisadores descobriram que, em todas as três medidas, os resultados foram semelhantes: a medida que as opiniaµes sobre o casamento no Chile mudavam, os recanãm-nascidos de ma£es solteiras eram, em média, tão sauda¡veis ​​quanto os de mulheres casadas.
“Ao triangular evidaªncias de fertilidade conjugal e saúde infantil ao longo do tempo, entre lugares e entre irmãos, oferecemos evidaªncias consistentes de que a prevalaªncia do casamento na sociedade também influencia o valor do casamentoâ€, disse Torche.
De acordo com Torche, a conclusão geral - que a sociedade em geral pode reforçar o praªmio do casamento - éimportante para a formulação de políticas. Qualquer grupo considerado fora da norma, como pais solteiros ou não heterossexuais, pode enfrentar estigmatização ou mesmo discriminação por parte de familiares, colegas de trabalho, vizinhos e instituições. Para ma£es solteiras, pode levar a naveis mais elevados de estresse, que éconhecido por prejudicar o desenvolvimento fetal, ou a sentimentos de vergonha que as impedem de buscar apoio. Quando isso acontece, o praªmio do casamento éreforçado.
“Na hora de criar e implementar políticas sociais, precisamos estar atentos para que as caracteristicas não normativas ou status das pessoas que se destinam a ajudar não sejam retratadas como um problemaâ€, disse Torche. “Além de prejudicar os indivaduos, limita o que as políticas podem alcana§arâ€.