Humanidades

A aula examina a saúde pública atravanãs das lentes dos estudos africanos
Alexandre White e Robbie Shilliam desafiam os alunos a sondar os efeitos conta­nuos do colonialismo, da escravida£o e da opressão racial nas pra¡ticas de saúde pública
Por DeRachel Wallach - 15/04/2021


Niola Etienne formou-se em estudos e história da áfrica e planeja uma carreira em saúde pública depois de se formar na Johns Hopkins em maio. Ela estava procurando um curso que combinasse esses interesses e, em seu último semestre, encontrou-o em uma oferta inanãdita intitulada Estudos Africana e Saúde Paºblica.

“Meu trabalho dos sonhos étrabalhar em comunidades negras, especialmente com mulheres negras, criando programas de saúde pública para ajuda¡-las”, disse Etienne, que chegou aos EUA do Haiti ainda criana§a. “Essa aula abriu meus olhos para ser um pouco mais canãtico. Eu vim aqui como imigrante, e sempre me disseram que vocêtem que ouvir um médico, tudo que eles falam, e essa aula me deu o conhecimento para questionar o que são eles estãofazendo: 'Isso érealmente para as pessoas ou para eles mesmos?' Acho que essa perspectiva vai me ajudar no futuro. "

O questionamento das normas e a mudança de perspectivas foram os principais objetivos na criação do curso, dizem os instrutores Robbie Shilliam , professor do Departamento de Ciência Pola­tica, e Alexandre White , professor assistente do Departamento de Sociologia. No ano passado, influenciados pela pandemia, os professores discutiram a ideia de transformar uma lente dos estudos africanos na saúde pública para fornecer um ponto focal para explorar os impactos conta­nuos do colonialismo, escravida£o e outras histórias de opressão racial.

Imagem composta de (da esquerda) Alexandre White e Robbie Shilliam
IMAGEM CRa‰DITO: WILL KIRK / JOHNS HOPKINS UNIVERSITY

Embora bem intencionadas, as intervenções de saúde pública a s vezes perdem as perspectivas daqueles que visam ajudar - especialmente quando a população-alvo énegra, dizem os instrutores.

"Hopkins éconhecido por ser o progenitor intelectual da saúde pública, mas o que queremos acrescentar éuma experiência distinta de estudar saúde pública em Hopkins, que se baseia nas histórias da cidade em que se encontra, e essas histórias são muito a­ntimas de Estudos Africana ", diz Shilliam.

“Eu fiz essa aula porque pensei que me ajudaria a desenvolver uma perspectiva melhor sobre a saúde pública atravanãs dos olhos de uma comunidade que tem sido historicamente ignorada ou impactada negativamente pela saúde pública”, diz ela. "Isso me fez entender as armadilhas e áreas ausentes na saúde pública e como a saúde pública pode ser uma arma contra as populações marginalizadas. Espero levar esse conhecimento comigo quando for para o exterior e manter minha atitude de analisar criticamente a saúde pública no futuro."


Cada semana, uma sessão consiste em uma conversa entre dois palestrantes convidados - exemplos incluem um historiador da medicina, um professor de pediatria, um organizador da comunidade de Baltimore, um cientista pola­tico especializado em violência estatal e um bioeticista. "O que érealmente empolgante sobre esta aula éque estamos construindo conexões intelectuais para os alunos entre campos de estudo aparentemente da­spares, mas também estamos criando conversas intelectuais e relacionamentos em toda a universidade que sentimos não ter existido antes, que estãoocorrendo em um momento em que acho que érealmente vital fazer isso ", diz White.

Os alunos criam dia¡rios em va­deo em resposta, e a segunda sessão éuma discussão das ideias levantadas. O objetivo não éanalisar as disparidades de saúde como os alunos podem fazer em um curso de saúde pública, mas usar o enfoque dos estudos Africana sobre racismo e colonialismo para desenvolver novas formas de pensar sobre questões de saúde pública que poderiam levar a novas abordagens e evitar os erros de o passado.

"Se conseguirmos fazer com que os alunos fazm perguntas e desconstruam as perspectivas da saúde pública a partir das quais as perguntas estãosendo feitas, entendam essas perspectivas e, em seguida, tentem desafia¡-los, talvez possamos desenvolver mais cuidados, mais compaixa£o, mais empatia e, em última análise, mais eficazes estratanãgias de saúde pública ", diz White. "Nãofornecemos respostas na aula, mas potencialmente novas formas de pensar que deixam os alunos abertos a novas formas de se envolver no trabalho de saúde pública."

Micki Paugh, estudante de graduação em estudos internacionais, planeja trabalhar em esforços humanita¡rios globais, nos quais a saúde pública desempenha um papel importante.

“Eu fiz essa aula porque pensei que me ajudaria a desenvolver uma perspectiva melhor sobre a saúde pública atravanãs dos olhos de uma comunidade que tem sido historicamente ignorada ou impactada negativamente pela saúde pública”, diz ela. "Isso me fez entender as armadilhas e áreas ausentes na saúde pública e como a saúde pública pode ser uma arma contra as populações marginalizadas. Espero levar esse conhecimento comigo quando for para o exterior e manter minha atitude de analisar criticamente a saúde pública no futuro."

 

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