Documento apresenta registros sobre a trajeta³ria da Unifesp durante a ditadura militar; evento de lana§amento acontece no dia 30/4

A Comissão da Verdade Marcos Lindenberg (CVML) lana§ara¡ seu relatório final, concluindo quase oito anos de trabalho. Para solenizar o momento, serárealizada uma cerima´nia on-line, no dia 30 de abril, a s 17h, transmitida pelo canal da Unifesp no YouTube. O evento, organizado por Elson Mattos, tanãcnico-administrativo em educação, seráconduzido pela professora Ana Nemi, do Departamento de Hista³ria, e pelo professor Bruno Konder Comparato, do Departamento de Ciências Sociais, ambos da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH/Unifesp) - Campus Guarulhos. A transmissão também contara¡ com a participação de membros de cada categoria da CVML e com entidades que contribuaram na construção da pesquisa e do relatório.
O documento, disponibilizado em formato e-book (livro digital) para download gratuito, apresentara¡ dados relacionados a trajeta³ria da Unifesp durante a ditadura militar osentre 1964 a 1985. “Os trabalhos da Comissão nos permitiram conhecer uma realidade da Unifesp que revela solidariedades e formas de resistência diante dos abusos da ditadura. Ninguanãm quer relembrar aquele período; todos queremos pensar no presente e no futuro, virar a pa¡gina, mas a pa¡gina precisa ser lida antes de ser virada, ou os mesmos crimes sera£o reescritos. Essa éa questãoque estãono centro do que chamamos de ‘Justia§a de transição’: épreciso lembrar os fatos, para que não acontea§am mais, enquanto énecessa¡rio também esquecer os a³dios e emoções negativas despertadas, porque sem isso não serápossível a comunidade continuar convivendo de forma coletiva. O desafio éesse: lembrar os fatos e esquecer as emoçõesâ€, reflete Comparato.
“O material que levantamos estãodisponavel para consulta da comunidade, o que, esperamos, possa dar origem a outros trabalhos que completem as lacunas que não pudemos preencherâ€
Ana Nemi
A publicação do relatório representa o principal registro dos resultados e desdobramentos do trabalho da Comissão. Dividido em cinco seções, o documento divulga artigos sobre a Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) - Campus Sa£o Paulo, biografias de membros da comunidade acadaªmica osvitimas de violações de direitos –, transcrição de seus depoimentos, reflexões de comissionados e parceiros, sobre temas que orientaram ou se conectaram com os trabalhos da comissão, e recomendações para a universidade e sobre o tema da análise de ossadas da Vala Clandestina de Perus, realizada pelo Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF/Unifesp). “A pesquisa, audiaªncias públicas e parcerias permitiram organizar um relatório bastante complexo, com diferentes leituras sobre o períodoâ€, esclarece Ana Nemi, que coordenou o trabalho da CVML desde a sua fundação.
Sobre a CVML
Instituada formalmente pelo Conselho Universita¡rio (Consu), em 2013, a CVML teve como propa³sito a investigação e esclarecimento de violações de direitos humanos praticadas durante o período da ditadura militar no Brasil. Duas frentes de trabalho compuseram a comissão, envolvendo docentes, estudantes e funciona¡rios(as) da Unifesp. Uma se dedicou ao levantamento de informações em relação a comunidade acadaªmica da EPM/Unifesp, entre abril de 1964 e outubro de 1985, incluindo depoimentos para compreensão e contestação da documentação oficial produzida pelos órgãos de repressão. A outra frente se dedicou a dialogar com as demais comissaµes da verdade e familiares de vitimas de assassinato ou desaparecimento, em colaboração com o CAAF/Unifesp.
A comissão atuou em conjunto com segmentos da comunidade acadaªmica no desenvolvimento da pesquisa e escrita, e permitiu articulação entre organizações de diversos naveis, incluindo a Comissão Nacional da Verdade e a Comissão da Verdade Rubens Paiva (ALESP), além de instituições como o Arquivo do Estado de Sa£o Paulo e Arquivo Nacional. No mais, a realização de uma missão a Argentina realizada pela CVML foi de grande importa¢ncia para que se pudesse afunilar dia¡logos e dividir experiências com organizações dopaís sobre Mema³ria, Verdade e Justia§a.
“O material que levantamos estãodisponavel para consulta da comunidade, o que, esperamos, possa dar origem a outros trabalhos que completem as lacunas que não pudemos preencherâ€, completa Nemi.