Humanidades

Mais de mil cientistas brasileiras lana§am rede que visa a apoiar mulheres durante a pandemia
As cientistas querem ajudar a construir políticas públicas para produzir garantias integrais para a vida das mulheres, em meio a  pandemia
Por Beatriz Azevedo - 22/04/2021


Cientistas osFoto: Divulgação
 
Um grupo com mais de 1.000 mulheres cientistas se uniu para lana§ar a Rede Brasileira de Mulheres Cientistas, nesta segunda-feira (19). O grupo tem o objetivo de ajudar a construir políticas públicas capazes de produzir garantias integrais para a vida das mulheres, em meio a  pandemia de covid-19. 

As cientistas destacam que a pandemia atinge de forma mais drama¡tica as populações vulnera¡veis, em especial, as  mulheres, e háusaªncia de políticas públicas voltadas a apoia¡-las, neste momento de crise. “O agravamento das condições sociais, econa´micas e psa­quicas decorrentes da ausaªncia de políticas públicas adequadas para a contenção da covid-19 tem esgara§ado o tecido social e lana§ado milhares de brasileiros e brasileiras a  própria sorte”, afirmam, em carta conjunta.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econa´mica Aplicada (Ipea), a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho caiu para 45,8% em 2020, a menor em 30 anos. Além disso, as mulheres sofrem com a sobrecarga de tarefas domésticas. Dados do Datafolha apontam que 57% das mulheres que passaram a trabalhar remotamente disseram ter acumulado a maior parte dos cuidados domanãsticos.

“A iniciativa éum chamado a s autoridades de todo o Brasil, queremos mostrar que estamos aqui dispostas a ajudar. Temos conhecimento, dados e capacidade para construir esse dia¡logo.”

As cientistas afirmam que épreciso pensar em políticas públicas com recorte de gaªnero, do contra¡rio, as desigualdades nesse sentido podem se acirrar em razãoda pandemia de coronava­rus.

“A iniciativa éum chamado a s autoridades de todo o Brasil, queremos mostrar que estamos aqui dispostas a ajudar. Temos conhecimento, dados e capacidade para construir esse dia¡logo.”


A rede visa a atuar nos campos da saúde, violência, educação, assistaªncia social, segurança alimentar, trabalho e emprego, moradia e mobilidade. Dentro de cada uma dessas áreas, as cientistas estãomapeando as frentes em que cada uma pode atuar para identificar a granularidade que a rede tera¡ em todo o Brasil. A intenção éorganizar por Estados e munica­pios.

As propostas para essas políticas já estãoprontas. Ha¡ muito acaºmulo de conhecimento, produção e experiências em torno desses seis temas. O objetivo élevar essas respostas para o centro do debate paºblico, buscando uma abordagem integrada em torno das necessidades cotidianas das mulheres.

“A iniciativa éum chamado a s autoridades de todo o Brasil, queremos mostrar que estamos aqui dispostas a ajudar. Temos conhecimento, dados e capacidade para construir esse dia¡logo”, explica ao Jornal da USP uma das participantes, a professora Lorena Barberia, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Ela conclui dizendo que a intenção éajudar a população e salvar vidas, e que o governo que estiver interessado recebera¡ a colaboração do projeto, não importa o posicionamento pola­tico.

A Rede Brasileira de Mulheres Cientistas éum projeto aberto e estãorecebendo assinaturas de cientistas de todo o Brasil. Para participar épreciso entrar no site oficial da Rede.

 

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