Humanidades

Fora da caverna: estudo de isolamento francaªs termina após 40 dias
Vocaª já se perguntou como seria se desconectar de um mundo hiperconectado e se esconder em uma caverna por algumas semanas? Quinze pessoas na Frana§a descobriram.
Por Renata Brito - 24/04/2021


Doma­nio paºblico

Vocaª já se perguntou como seria se desconectar de um mundo hiperconectado e se esconder em uma caverna por algumas semanas? Quinze pessoas na Frana§a descobriram.

Apa³s 40 dias de isolamento volunta¡rio em uma caverna escura, aºmida e vasta , oito homens e sete mulheres que participaram de um experimento cienta­fico emergiram no sa¡bado de sua autossegregação nos Pirineus.

Com grandes sorrisos em seus rostos pa¡lidos, os 15 participantes saa­ram da caverna de Lombrives sob uma salva de palmas e se aqueceram a  luz do dia usando a³culos especiais para proteger os olhos depois de tanto tempo no escuro.

"Esta¡ muito quente!" disse um.

Por 40 dias e 40 noites, o grupo viveu e explorou a caverna sem noção do tempo. Nãohavia rela³gios nem luz solar dentro, onde a temperatura era de 10 graus Celsius (50 F) e a umidade relativa do ar era de 100%. Os habitantes das cavernas não tinham contato com o mundo exterior, nenhuma atualização sobre a pandemia ou qualquer comunicação com amigos e familiares nasuperfÍcie.

Cientistas do Instituto de Adaptação Humana liderando o projeto "Tempo Profundo" de 1,2 milha£o de euros e US $ 1,5 milha£o dizem que o experimento os ajudara¡ a entender melhor como as pessoas se adaptam amudanças dra¡sticas nas condições de vida e ambientes, algo com que grande parte do mundo pode se relacionar por causa de pandemia do coronava­rus.

Em parceria com laboratórios na Frana§a e na Sua­a§a, os cientistas monitoraram os padraµes de sono , interações sociais e reações comportamentais do grupo de 15 membros por meio de sensores. Um dos sensores era um minaºsculo terma´metro dentro de uma ca¡psula que os participantes engoliram como uma pa­lula. As ca¡psulas medem a temperatura corporal e transmitem dados para um computador porta¡til atéque sejam expelidas naturalmente.

Os membros da equipe seguiram seus rela³gios biola³gicos para saber quando acordar, dormir e comer. Eles contavam seus dias não em horas, mas em ciclos de sono.

Na sexta-feira, cientistas que monitoravam os participantes entraram na caverna pela primeira vez desde o ini­cio do experimento. Eles disseram que muitas das pessoas no grupo de pesquisa calcularam mal háquanto tempo estavam na caverna e pensaram que tinham mais uma semana a 10 dias pela frente.

“a‰ realmente interessante observar como esse grupo se sincroniza”, disse o diretor do projeto, Christian Clot, em uma gravação feita de dentro da caverna. Trabalhar juntos em projetos e organizar tarefas sem ser capaz de definir um hora¡rio para as reuniaµes foi especialmente desafiador, disse ele.

Embora os participantes parecessem visivelmente cansados, dois tera§os deles expressaram o desejo de permanecer no subsolo um pouco mais para concluir os projetos de grupo iniciados durante a expedição, disse Benoit Mauvieux, um cronobia³logo envolvido na pesquisa, a  Associated Press.

 

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