Humanidades

A privação socioecona´mica modifica a influaªncia genanãtica no ensino superior
O artigo ilustra como os genes desempenham um papel maior no desempenho educacional em regiaµes mais carentes socioeconomicamente do Reino Unido. O estudo foi publicado recentemente no American Journal of Psychiatry .
Por Linda Koffmar, - 28/04/2021


Crédito: Pixabay 

Um estudo abrangente da Uppsala University demonstra que a privação socioecona´mica modifica os efeitos genanãticos no ensino superior e no racioca­nio abstrato. O artigo ilustra como os genes desempenham um papel maior no desempenho educacional em regiaµes mais carentes socioeconomicamente do Reino Unido. O estudo foi publicado recentemente no American Journal of Psychiatry .

A educação éum fator importante na vida de um indiva­duo e estãofortemente ligada aos resultados econa´micos e a  qualidade de vida. A probabilidade de concluir o ensino superior éparcialmente determinada por fatores genanãticos. As variantes genanãticas comuns foram estimadas anteriormente como contribuindo com 11–13% da variação na conclusão do ensino superior de um indiva­duo. Essa herdabilidade éuma estimativa de quanto uma caracterí­stica éinfluenciada pelos genes.

No estudo atual, os cientistas da Universidade de Uppsala avaliaram a herdabilidade de realização educacional superior e desempenho em um teste de racioca­nio numanãrico e verbal. A herdabilidade foi comparada em todo o espectro socioecona´mico em mais de 350.000 participantes na coorte do Biobanco do Reino Unido.

Os pesquisadores descobriram que as variantes genanãticas comuns contribua­ram com 13% da varia¢ncia nos indivíduos menos carentes socioeconomicamente, mas quase 26% nos mais carenciados. "Ficamos surpresos ao descobrir que a herdabilidade era maior em participantes de regiaµes mais carentes socioeconomicamente do Reino Unido. Isso éo oposto do que estudos anteriores com gaªmeos descobriram", disse o principal autor do estudo, Dr. Mathias Rask-Andersen. Esse tipo de diferença na herdabilidade em todo o espectro socioecona´mico provavelmente representa uma interação entre os genes e o ambiente, onde a privação socioecona´mica modifica os efeitos genanãticos.

Estudos anteriores na área foram realizados principalmente em pequenas coortes de gaªmeos dos Estados Unidos. De acordo com o Dr. Rask-Andersen, os resultados contrastantes do estudo atual indicam que as diferenças nacionais podem influenciar os efeitos genanãticos. Por exemplo, as diferenças no acesso e na qualidade da educação em todo o espectro socioecona´mico podem desempenhar um papel importante, assim como os sistemas de assistaªncia social e saúde.

O estudo atual ilustra como o ambiente determina como a composição genanãtica de um indiva­duo épropagada. "Mais e mais estudos demonstram que os fatores ambientais influenciam os efeitos genanãticos", explica a Dra. a…sa Johansson, lider do grupo no Departamento de Imunologia, Genanãtica e Patologia da Universidade de Uppsala. "Na³s vimos anteriormente interações gene-ambiente semelhantes para outras caracterí­sticas, como a­ndice de massa corporal, e éprova¡vel que também existam interações para muitas doenças humanas."
 
No longo prazo, as interações gene-ambiente oferecem uma camada adicional de informações sobre a contribuição da genanãtica para as caracteri­sticas e doenças humanas. A identificação dessas interações pode levar a formas mais precisas de intervenção, não apenas para prevenir e tratar doena§as, mas também para aumentar a probabilidade de resultados educacionais bem-sucedidos.

Os resultados deste estudo também tem implicações para as noções de igualdade de resultados e oportunidades. "A maior influaªncia de fatores genanãticos em regiaµes com maior caraªncia socioecona´mica pode refletir maiores desafios para o ensino superior nessas regiaµes", disse o Dr. Rask-Andersen. "Alguanãm que émais vulnera¡vel devido a fatores genanãticos enfrentaria desafios ainda maiores em uma regia£o mais carente socioeconomicamente."

Como o estudo foi conduzido:

UK Biobank éuma coorte transversal de quase meio milha£o de residentes no Reino Unido com idades entre 40–70 anos que foram recrutados em 2006–2010. Os participantes responderam a questiona¡rios extensos e foram testados para racioca­nio abstrato verbal e numanãrico. Onívelde escolaridade foi determinado a partir das qualificações profissionais autorrelatadas de cada participante. Onívelde privação socioecona´mica de cada participante foi avaliado a partir dos dados do censo. Cada participante recebeu, portanto, uma pontuação de privação socioecona´mica com base em seu local de residaªncia. Cada participante foi genotipado e os efeitos das variantes genanãticas no desempenho educacional e no racioca­nio abstrato foram determinados por testes de associação, fornecendo uma estimativa do efeito de cada variante genanãtica no desempenho educacional e no racioca­nio abstrato. Os pesquisadores dividiram a coorte em cinco quintis com base na privação socioecona´mica e realizaram testes de associação em cada quintil. A herdabilidade em cada quintil foi então estimada examinando o quanto os efeitos genanãticos contribua­ram para os resultados. Os pesquisadores então compararam as herdabilidades entre quintis.

 

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