Humanidades

Estudo sobre intermitaªncia de membros de gangues ressalta o valor de evitar que os jovens voltem a participar de gangues
O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade do Texas em San Antonio e da Universidade de Maryland, aparece na Criminology , uma publicaça£o da American Society of Criminology.
Por American Society of Criminology - 21/05/2021


Doma­nio paºblico

A pesquisa mostrou que ingressar em uma gangue estãoassociado a um aumento do comportamento criminoso. Um novo estudo examinou se a natureza intermitente da participação em gangues afeta o crime. Os pesquisadores procuraram determinar se a associação com o aumento da ofensa era um atributo consistente ou, uma vez que as pessoas entram e saem e reentram em gangues, se a natureza intermitente da associação afetava a probabilidade de os membros ofenderem. O estudo descobriu que a adesão pela primeira vez estava associada a aumentos no comportamento criminoso a partir de quando os membros de gangues não estavam em gangues, e que entrar pela segunda vez aumentou significativamente a probabilidade de ofender, incluindo comportamento mais violento.

O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade do Texas em San Antonio e da Universidade de Maryland, aparece na Criminology , uma publicação da American Society of Criminology.

Os resultados sugerem que a participação em uma gangue, seja como uma experiência nova ou repetida, éum evento de vida saliente e que a intermitaªncia pode interromper os perfis de agressores dos indiva­duos, de acordo com as coautoras Megan Bears Augustyn, professora associada de criminologia e justia§a criminal na Universidade do Texas em San Antonio e Jean McGloin, professor de criminologia e justia§a criminal na Universidade de Maryland.

Augustyn e McGloin afirmam que, com base em sua documentação demudanças no comportamento ofensivo que acompanham asmudanças na autoidentificação dos indivíduos como membros de gangue, as intervenções devem levar em consideração a intermitaªncia da participação na gangue.

Embora o pesquisador anterior tenha reconhecido a intermitaªncia da participação em gangues, os estudos não investigaram se diferentes esta¡gios de participação em gangues estãoassociados a diferentes padraµes de crimes. Neste estudo, os pesquisadores usaram dados do Rochester Youth Development Study, que examinou o desenvolvimento do comportamento antissocial entre 1.000 jovens que eram representativos da população de escolas públicas de 7ª e 8ª sanãries de Rochester, NY, em 1988. Os 177 jovens inclua­dos neste estudo autorreferiu associação a gangues; destes, 53 disseram que se juntaram a uma gangue pela segunda vez.

Os jovens eram predominantemente negros (67 por cento), bem como hispa¢nicos (17 por cento) e brancos (16 por cento). A maioria dos jovens (73 por cento) era do sexo masculino, apenas 36 por cento viviam com ambos os pais biola³gicos no ini­cio do estudo e a maioria era economicamente desfavorecida. A idade média dos participantes no ini­cio do estudo era de 13,9 anos. Os jovens foram entrevistados aténove vezes ao longo de cerca de quatro anos e meio.

Ingressar em uma gangue pela primeira vez foi associado a aumentos no comportamento ofensivo geral, bem como violência, crime contra a propriedade e venda de drogas, em comparação com períodos anteriores a  gangue. Ingressar em uma gangue pela segunda vez também foi associado a aumentos significativos em crimes gerais, violência e venda de drogas (embora não em crimes contra a propriedade ), quando comparado ao tempo fora da gangue após a primeira associação.

O estudo também descobriu que entrar em uma gangue pela segunda vez tinha um caminho indireto para a ofensa por meio de colegas delinquentes, mas não valores desviantes ou uso de drogas. Os valores desviantes foram medidos como onívelde concorda¢ncia do jovem com 10 ofensas (por exemplo, roubar algo no valor de $ 100 ou mais). Esse caminho não foi observado na primeira vez em uma gangue. Isso levou os pesquisadores a concluir que hámudanças significativas no comportamento ofensivo dos indiva­duos, tanto quando eles se juntam a uma gangue, quanto quando se juntam a ela posteriormente.

Os autores observam que os membros de gangue que estudaram vieram de uma jurisdição urbana e ingressaram em gangues durante a adolescaªncia, levantando questões sobre a generalização para outras áreas e outras idades. Além disso, o estudo carecia de informações de todas as nove entrevistas sobre uma sanãrie de fatores que poderiam explicar as razões dos indivíduos para ingressar em gangues. Finalmente, o estudo não foi capaz de desconstruir o ingresso em uma gangue pela segunda vez pelo fato de um indiva­duo ter voltado para a mesma gangue ou se unido a uma diferente.

Os autores dizem que sua pesquisa ressalta a importa¢ncia de não apenas apoiar a decisão dos jovens de deixar uma gangue em primeiro lugar, mas também evitar que os jovens se juntem a uma gangue enquanto navegam no processo de desligamento, uma vez que isso tem implicações significativas para o comportamento criminoso e as armadilhas associadas.

 

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