Humanidades

Quais são os melhores modelos para STEM? Pesquisadores oferecem recomendações em novas análises
Conclusaµes fornecem um roteiro para diversificar ciaªncia, tecnologia, engenharia e matemática
Por James Devitt - 26/12/2021


Crédito da foto: FatCamera / Getty Images

Uma análise do efeito que os modelos de papel tem sobre a motivação dos alunos no estudo de disciplinas STEM aponta para novas maneiras de implantar esses lideres a fim de incentivar o aprendizado em diferentes populações. As recomendações fornecem um recurso para pais, professores e formuladores de políticas que buscam maximizar o impacto dos modelos de comportamento na diversificação dos campos da ciaªncia, tecnologia, engenharia e matemática. 

“Os campos STEM não conseguem atrair e reter mulheres, bem como minorias raciais e anãtnicas em números proporcionais a  sua participação na população”, explica Andrei Cimpian, professor do Departamento de Psicologia da Universidade de Nova York e autor saªnior do artigo , que aparece no International Journal of STEM Education . “Um manãtodo popular para diversificar a força de trabalho STEM tem sido apresentar aos alunos modelos de papanãis STEM, mas menos claro éo quanto eficaz essa abordagem é- simplesmente porque não écerto quais modelos de papel ressoam com diferentes populações de alunos.”

“Nossas recomendações, com base em uma análise de mais de 50 estudos, visam garantir que os modelos STEM sejam motivadores para alunos de todas as origens e dados demogra¡ficos”, acrescenta a autora principal Jessica Gladstone, pa³s-doutoranda da NYU na anãpoca do estudo e agora pesquisador da Virginia Commonwealth University. 

Marian Wright Edelman, fundadora e presidente emanãrita do Children's Defense Fund, popularizou a frase “Vocaª não pode ser o que não pode ver”, que enfatizou a importa¢ncia de se ter modelos com os quais diversas populações possam se identificar. 

Embora muitos tenham afirmado que expor os alunos a modelos de comportamento éuma ferramenta eficaz para diversificar os campos STEM, as evidaªncias que apoiam essa posição são confusas. Além disso, observam os pesquisadores, o argumento évago, deixando em aberto questões sobre em que condições e para quais populações os modelos de comportamento podem ser aºteis para esse fim. 

Gladstone e Cimpian procuraram trazer mais clareza a essa importante questãoreformulando a questãoque estava sendo feita. Em vez de perguntar "Os modelos de papel são eficazes?", Eles fizeram uma pergunta mais especa­fica - e potencialmente mais informativa: "Quais modelos de papel são eficazes para quais alunos?"

Ao abordar isso, eles revisaram 55 estudos sobre a motivação dos alunos em STEM como uma função de várias caracterí­sticas-chave dos modelos - sua competaªncia percebida, sua similaridade percebida com os alunos e a capacidade de alcance percebida de seu sucesso. Eles também examinaram como caracteri­sticas dos pra³prios alunos, como gaªnero, raça / etnia, idade e identificação com STEM, modulam a eficácia de modelos de comportamento. 

Com base nessa revisão, a dupla extraiu quatro recomendações projetadas para garantir que os modelos de papel STEM sejam motivadores para alunos de todas as origens e dados demogra¡ficos - um passo importante para diversificar STEM (um infogra¡fico ilustrando as recomendações pode ser baixado deste link ).

As quatro recomendações são as seguintes:

Os modelos devem ser retratados como competentes e bem-sucedidos. 

“A prepondera¢ncia das evidaªncias revisadas sugere que esses recursos são motivadores em um modelo de comportamento”, escrevem os autores. “No entanto, retratar na­veis extremos de competaªncia ou sucesso de modelo de papel pode sair pela culatra, desmotivando os alunos. Embora possa ser tentador fazer o modelo parecer um super-hera³i em termos do que eles conquistaram, mais nem sempre émelhor a esse respeito, porque os alunos podem concluir: 'Eu nunca poderia fazer tudo isso' e procurar outra carreira. ”

Os modelos de papel devem ser retratados como sendo significativamente semelhantes aos alunos. 

“Embora o fato de um modelo pertencer ao mesmo grupo social que eles possam, por si são, ser motivador para alguns alunos”, observam Gladstone e Cimpian, “os efeitos motivacionais do modelo podem ser ampliados destacando outras maneiras pelas quais o modelo ésemelhante aos alunos - por exemplo, o modelo trabalhou muito para seu sucesso, em vez de ser brilhante sem esfora§o, e o modelo gosta de fazer coisas de 'pessoas normais' em seu tempo livre. Pedir aos alunos que reflitam sobre as semelhanças com o modelo também pode ajudar ”.

Priorize a exposição a modelos de papel que pertena§am a grupos que são tradicionalmente sub-representados em STEM, especialmente nos casos em que apenas um pequeno número de modelos de papel pode ser apresentado.

“Os modelos de grupos sub-representados provavelmente tera£o os efeitos positivos mais amplos sobre os alunos, independentemente de suas próprias identidades sociais”, observam os autores. “Para evitar a imposição de uma carga adicional aos cientistas de grupos sub-representados, eles podem ser apresentados aos alunos por meio de va­deos ou materiais impressos - em vez de ao vivo - porque esses materiais podem ser apresentados a um grande número de alunos sem nenhum esfora§o adicional por parte do modelo e são pelo menos tão eficazes quanto as interações ao vivo. ”

O sucesso dos modelos deve ser retratado como alcana§a¡vel. 

“Na medida do possí­vel, as informações devem acompanhar a exposição ao modelo que deixa claro como os alunos também podem alcana§ar o que o modelo alcana§ou”, defendem Gladstone e Cimpian. “Talvez o maior risco de desmotivar os alunos surja quando o sucesso de uma carreira de modelo parece inatinga­vel para os alunos.”

O trabalho foi apoiado por uma bolsa Inclusive Mathematics Environments Early Career da Mindset Scholars Network (agora a Student Experience Research Network), com o apoio da Fundação Bill & Melinda Gates.

 

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