Humanidades

Crise alimentar devido a  guerra na Ucra¢nia exige ação do lado da demanda: menos produtos de origem animal, menos desperda­cio e agricultura verde
Em uma declaraça£o assinada por mais de 250 especialistas de váriospaíses, os cientistas propaµem três alavancas para lidar com os choques de curto prazo e, ao mesmo tempo, garantir a saúde humana e o desenvolvimento sustenta¡vel de longo prazo
Por Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático - 18/03/2022


Doma­nio paºblico

O sistema alimentar global éimpactado pela guerra na Ucra¢nia, somando-se a  crise humanita¡ria e de segurança direta causada pela agressão russa. A Ucra¢nia e a Raºssia são grandes produtores de gra£os e fertilizantes, mas suas exportações correm o risco de serem interrompidas. No entanto, os formuladores de políticas agra­colas oscomo os ministros da UE reunidos na segunda-feira osnão devem abandonar as prática s agra­colas sustenta¡veis ​​apenas para aumentar a produção de gra£os, argumenta uma equipe de cientistas. Eles propaµem três medidas-chave para lidar com os choques. Em um comunicado publicado hoje, eles destacam que, em vez de se concentrar apenas no lado da oferta, por exemplo, ração animal, estãomudando o lado da demanda, o que pode levar a um sistema alimentar global mais resiliente e mais sustenta¡vel.

"A insegurança alimentar global não écausada pela escassez de alimentos. a‰ causada pela distribuição desigual. Ha¡ alimentos mais do que suficientes para alimentar o mundo, também agora durante esta guerra. No entanto, os gra£os são fornecidos aos animais, usados ​​como biocombusta­veis, ou desperdia§ado em vez de alimentar pessoas famintas." diz Sabine Gabrysch do PIK, um dos coautores. "Reverter a regulamentação ambiental para aumentar a produção de alimentos não resolveria a crise. Isso nos afastaria ainda mais de um sistema alimentar confia¡vel que seja resiliente a choques futuros e fornea§a dietas sauda¡veis ​​e sustenta¡veis".

Em uma declaração assinada por mais de 250 especialistas de váriospaíses, os cientistas propaµem três alavancas para lidar com os choques de curto prazo e, ao mesmo tempo, garantir a saúde humana e o desenvolvimento sustenta¡vel de longo prazo:

Acelerar a mudança para dietas mais sauda¡veis ​​com menos produtos de origem animal na Europa e em outrospaíses de alta renda, o que reduziria a quantidade de gra£os necessa¡ria para alimentação animal ;

Aumentar a produção de leguminosas e esverdear ainda mais as políticas agra­colas da UE, também para reduzir a dependaªncia de fertilizantes nitrogenados ou gás natural da Raºssia;

Reduzir a quantidade de desperda­cio de alimentos, uma vez que, por exemplo, a quantidade de trigo desperdia§ada são na UE éaproximadamente equivalente a metade da quantidade das exportações de trigo da Ucra¢nia.

Outras ações de curto prazo dos governos europeus devem incluir o fornecimento de fundos ao Programa Mundial de Alimentos para comprar gra£os e manter o comanãrcio aberto, incluindo o comanãrcio de alimentos de e para a Raºssia, de acordo com o comunicado. Os sistemas de segurança social e os bancos alimentares devem ser reforçados em toda a UE para evitar os efeitos prejudiciais do aumento dos prea§os dos alimentos para as fama­lias pobres.

“Esta terra­vel guerra nos obriga a repensar as prática s estabelecidas, especialmente no setor de alimentos, que já experimenta ondas de choque transmitidas pelos mercados e causadas por interrupções na Ucra¢nia e na Raºssia”, diz Marco Springmann, da Universidade de Oxford, também coautor .

“Discutirmudanças na dieta diante da guerra émais significativo do que pode parecer a  primeira vista, na verdade, comer mais vegetais em vez de carne poderia tornar mais alimentos disponí­veis para o mundo, simplesmente porque a produção animal éineficiente. a crise de curto prazo de maneiras que também são adequadas para enfrentar crises de longo prazo do sistema alimentar mundial". 

O relatório foi publicado em Zenodo.

 

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