Humanidades

Porta aberta, coração aberto: em novo livro, capela£o mua§ulmano de Yale compartilha sua história
a‰ o primeiro livro desse tipo a testemunhar as experiências dos capela£es mua§ulmanos, tanto os desafios que enfrentam quanto a alegria que derivam de seu trabalho, disse Bajwa.
Por Mike Cummings - 04/04/2022


Omer Bajwa (Foto de Dan Renzetti)

A porta do escrita³rio do capela£o Omer Bajwa estãosempre aberta. Ele nunca sabe quem ira¡ visita¡-lo ou qual preocupação ele precisara¡ abordar. E éassim que ele gosta.

“ Adoro não saber o que cada dia trara¡â€, disse Bajwa, diretora de vida mua§ulmana do Gabinete do Capela£o de Yale. “Os capela£es estãoaqui para fornecer uma presença calma e sem julgamentos para ajudar as pessoas a resolver vários problemas. Desempenhamos uma variedade de papanãis, desde a prestação de cuidados pastorais, servindo como ligação com a administração da universidade, para promover o dia¡logo inter-religioso. Tudo faz parte do trabalho.”

Bajwa, que veio para Yale em 2008, recanãm-saa­do de seu treinamento de capelania no Semina¡rio Hartford, coeditou “ Mantle of Mercy: Islamic Chaplaincy in North America (Templeton Press)”, um novo volume de ensaios pessoais de capela£es mua§ulmanos que trabalham em uma variedade de de contextos nos Estados Unidos e Canada¡.

"Decidimos que a melhor forma de esclarecer as pessoas sobre nosso trabalho éfazer com que capela£es de diferentes esferas compartilhem suas histórias."

omer bajwa

A capelania, uma vocação que surgiu de uma estrutura crista£, érelativamente nova na féisla¢mica. Em 32 ensaios, os colaboradores do livro oferecem insights sobre o papel do capela£o na tradição da féisla¢mica e na comunidade mua§ulmana atravanãs de suas variadas experiências de trabalho em prisaµes, hospitais, universidades, militares e outros ambientes. a‰ o primeiro livro desse tipo a testemunhar as experiências dos capela£es mua§ulmanos, tanto os desafios que enfrentam quanto a alegria que derivam de seu trabalho, disse Bajwa.

“ Ao conceber este projeto, meus coeditores e eu discutimos como um dos aspectos mais importantes da capelania éser detentor das histórias das pessoas”, disse ele. “Na³s sentamos com as pessoas, as ouvimos e guardamos suas histórias. Quando apropriado, compartilhamos essas histórias. Decidimos que a melhor maneira de esclarecer as pessoas sobre nosso trabalho éfazer com que capela£es de diferentes esferas compartilhem suas histórias.”

As origens do projeto estãoenraizadas nas experiências de Bajwa no Semina¡rio Hartford. Ingrid Mattson, sua professora e mentora, pediu a ele e seu colega de classe, o falecido Sohaib Sultan, que era capela£o da Universidade de Princeton, que colaborassem em um livro para avana§ar em seu campo. Focados nos desafios do dia a dia de seus empregos, eles nunca conseguiram lana§ar um projeto de livro atéque Mattson os confrontou em uma conferaªncia em janeiro de 2020. Foi la¡, disse Bajwa, que ela lembrou seus ex-alunos de seu dever de compartilhar seus conhecimentos e experiências com os outros.

Eles tinham acabado de comea§ar a discutir o projeto a sanãrio quando a pandemia começou. Pouco depois, Sultan foi diagnosticado com câncer avana§ado e faleceu em abril de 2021.

“ Sohaib me pediu para não abandonar o projeto”, disse Bajwa.

Bajwa cumpriu sua promessa ao amigo e completou o projeto com os co-editores Muhammad A. Ali, capela£o em ambientes universita¡rios e prisionais; Sondos Kholaki, capela£o de saúde; e Jaye Starr, também capela£o de saúde. De forma pungente, o livro inclui duas pea§as de Sultan: uma reflexa£o sobre como a féo guiou no processo de morrer e um epa­logo que funciona como uma carta de despedida aos colegas, lembrando-os de que são companheiros, não concorrentes.

Embora cada um dos ensaios do livro oferea§a uma perspectiva única sobre a capelania, temas comuns são recorrentes, disse Bajwa.

“ Muitos dos ensaios abordam o fato de que os capela£es trabalham na linha de frente da crise global de saúde mental”, disse ele. “Nãosomos terapeutas ou profissionais de saúde mental, mas trabalhamos ao lado deles e servimos como uma ponte que conecta as pessoas aos cuidados e servia§os de que precisam.”

Um segundo tema diz respeito a s crena§as e ensinamentos religiosos que sustentam o trabalho dos capela£es mua§ulmanos, disse Bajwa.

Como explica o ensaio introduta³rio do volume, a maioria dos capela£es mua§ulmanos se baseia em duas fontes religiosas prima¡rias: o Alcora£o, o texto central do Isla£ considerado pelos crentes como a palavra revelada de Deus, e a Sunnah, que éo exemplo e a prática do profeta Maomanã. .

“ Apontamos para o exemplo profanãtico do profeta Muhammad”, disse Bajwa. “Sua vida e seus ensinamentos foram fortemente focados no cuidado espiritual isla¢mico. Va¡rios dos ensaios se aprofundam no que podemos extrair dos ensinamentos profanãticos em um contexto moderno para melhor servir uma variedade de pessoas em luto e sofrimento ou apenas em suas vidas dia¡rias.”

O ensaio de Bajwa, “Porta Aberta, Coração Aberto”, descreve como os ensinamentos do Profeta influenciam o que ele vaª como os cinco papanãis fundamentais de um capela£o: conselheiro espiritual, advogado, interlocutor inter-religioso, professor e ministro.

Em qualquer dia, Bajwa pode aconselhar um estudante por meio de tristeza ou crise de fanã, planejando uma viga­lia em resposta a eventos atuais ou aconselhando a administração sobre observa¢ncias de feriados e outros assuntos relacionados a acomodação religiosa. Sua abordagem, ele escreve, éconstante, independentemente da tarefa em ma£os: procure nutrir a mente, o corpo e a alma por meio de cuidados espirituais, orientação e capacitação.

“ Meu aconselhamento pastoral ose cuidado com as almas de minha comunidade ossão inspirados e conduzidos por dois conselhos atemporais do profeta Muhammad: 'Todos vocaªs são pastores e cada um de vocaªs éresponsável por seu rebanho' e 'Faa§a as coisas fa¡cil, não dificulte as coisas. Daª boas novas e não os espante.'”

No ensaio, Bajwa credita o capela£o de Yale, Sharon Kugler, por ensina¡-lo que os capela£es devem ser acessa­veis para que os membros da comunidade se sintam a  vontade para serem abertos com eles.

“ Embora eu nunca saiba quem vai entrar pela minha porta ou em que função eu sou necessa¡rio, minha porta estãosempre aberta, literal e figurativamente”, conclui.

 

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