Humanidades

O que faz uma boa desculpa? Um fila³sofo de Cambridge pode ter a resposta
A Dra. Paulina Sliwa argumenta que as intena§aµes são a chave para dar sentido a  nossa moralidade cotidiana.
Por Emma Shaw - 10/07/2019


Duncan C

Todos nosfizemos isso, oferecemos uma desculpa para o nosso mau comportamento ou reações grosseiras aos outros no calor do momento, depois de um longo trajeto ou um dia difa­cil com as criana§as. Desculpas são comuns, uma tentativa de explicar e justificar comportamentos de que não nos orgulhamos, para escapar das consequaªncias de nossos atos e tornar nosso comportamento indesejável mais socialmente aceita¡vel.

As coisas que atraa­mos quando se inventam desculpas são inaºmeras: cansaa§o, estresse, um iminente prazo de trabalho, um bebaª chora£o, pobreza, uma enxaqueca, ignora¢ncia. Mas o que essas várias desculpas tem em comum que nos permite reconhecaª-las todas como plausa­veis? Eles diferem das desculpas usadas no direito penal, como coação ou coerção? E o que éter uma desculpa para nos expor - realmente nos exonera?

Um pesquisador da Universidade de Cambridge sugeriu que as respostas estãono que todos eles nos dizem sobre nossa motivação subjacente. Quando desculpas são permissa­veis, éporque elas mostram que, enquanto agimos de forma errada, nossas intenções morais subjacentes eram adequadas.

Intenções são planos de ação. Dizer que sua intenção era moralmente adequada édizer que seu plano de ação era moralmente correto. Então, quando vocêda¡ uma desculpa, vocêpleiteia que seu plano de ação era moralmente bom - ésão que algo deu errado ao coloca¡-lo em prática . Talvez vocêtenha tropea§ado, e épor isso que vocêderramou as compras que estava ajudando a carregar. Ou vocêestava estressado ou exausto, o que significava que não poderia executar seu plano bem-intencionado.

Esta pesquisa apresenta pela primeira vez um relato unificado de desculpas - a Conta da Boa Intenção - que argumenta que nossas desculpas cotidianas funcionam da mesma maneira que as oferecidas em um tribunal. Quando os advogados apelam a  coação ou provocação em defesa de seu cliente, eles alegam que a cliente pode ter infringido a lei, mas tinha uma intenção moralmente adequada: ela foi impedida de agir porque o medo ou a raiva a levaram a perder o autocontrole. .

Atéagora pouca luz foi derramada sobre o que unifica o grupo diversificado de razões cotidianas que oferecemos quando inventamos desculpas. O estudo da Dra. Paulina Sliwa, da Faculdade de Filosofia, sugere que uma intenção moralmente adequada éo ingrediente crucial.

Trabalhos recentes em psicologia sugerem que as intenções tem um perfil motivacional distinto, com fila³sofos e psica³logos, ambos argumentando que eles são fundamentais para entender como fazemos escolhas. O Dr. Sliwa argumenta que as intenções são a chave para dar sentido a  nossa moralidade cotidiana.

O Dr. Sliwa continua explicando que apelar para desculpas tem seus limites. “As desculpas bem-sucedidas podem mitigar nossa culpa, mas elas não nos tiram do gancho completamente. Dizer que esta¡vamos cansados ​​ou estressados ​​não nos absolve completamente da responsabilidade moral, embora eles mudem as percepções dos outros sobre o que devemos compensar e como a parte ofendida deve se sentir em relação aos nossos delitos. ”

Isso significa que quando damos desculpas estamos tentando pechinchar, negociar se merecemos raiva e ressentimento, ou punição e quanto precisamos nos desculpar ou compensar. a‰ por isso que pode ser tão irritante se alguém fizer desculpas falsas - e provavelmente também por que continuamos a dar desculpas em primeiro lugar.

O Dr. Sliwa disse: “Uma desculpa bem-sucedida precisa tornar plausa­vel que sua intenção fosse realmente moralmente adequada - mas algo além do seu controle impediu que vocêa traduzisse em ação. a‰ por isso que considerações como as seguintes geralmente funcionam: lamento por ter esquecido a consulta - tive uma enxaqueca terra­vel / não dormi nas últimas três noites / fiquei preocupado com a preocupação com a saúde da minha ma£e; ou eu sinto muito por ter quebrado o seu vaso - eu tropecei no tapete. Todos eles indicam uma motivação moral subjacente adequada que foi frustrada por circunsta¢ncias externas.

“Coisas que nunca va£o funcionar são apelos a  fraqueza da vontade 'Eu simplesmente não pude resistir' ou 'foi muito tentador' não funcionam. Nem apela para coisas que são obviamente imorais.

“O mesmo vale para as justificativas legais: nem todo apelo a  coação, coerção ou provocação serábem-sucedido - dependera¡ dos detalhes do caso.

“A filosofia pode nos dar uma melhor compreensão de nossos fena´menos morais cotidianos. Ha¡ muito mais quebra-cabea§as para pensar em relação a desculpas: qual éa diferença entre explicar o mau comportamento de alguém e desculpa¡-lo? ”

 

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