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Pesquisadores encontram precursor não voador fossilizado de pterossauro no Brasil
Uma equipe de paleontólogos do Brasil, Argentina e Estados Unidos encontrou os restos fossilizados de uma criatura que eles descrevem como um precursor do pterossauro em um sítio de escavação no Rio Grande do Sul, Brasil.
Por Bob Yirka - 17/08/2023


Reconstrução de esqueleto e escamas de Venetoraptor gassenae. Crédito: Caio Fantini

Uma equipe de paleontólogos do Brasil, Argentina e Estados Unidos encontrou os restos fossilizados de uma criatura que eles descrevem como um precursor do pterossauro em um sítio de escavação no Rio Grande do Sul, Brasil. Em seu artigo publicado na revista Nature , o grupo descreve características do fóssil, onde foi encontrado, sua condição e onde se encaixa com outras criaturas antigas.

Pesquisas anteriores mostraram que durante o final do Triássico médio, os dinossauros se tornaram a forma de vida dominante na terra, enquanto os pterossauros dominaram os céus. Nesse novo esforço, os pesquisadores encontraram um fóssil anterior a essa época, quando os precursores dos pterossauros terrestres vagavam por partes do que hoje é o Brasil. O fóssil foi datado de aproximadamente 230 milhões de anos atrás.

A equipe descreve o fóssil como um esqueleto parcial bem preservado – foi encontrado embutido em uma camada de rocha. Eles também observaram que era um lagerpetídeo que não havia sido identificado antes. Deram-lhe o nome de Venetoraptor gassenae.

O fóssil revelou uma pequena criatura bípede, de quatro patas, habitante da terra – provavelmente com não mais de 0,3 metros nos quadris e provavelmente não mais do que um metro de comprimento. Ele também tinha um bico sem dentes que lembrava os dos raptores modernos.

Ele também tinha mãos grandes com garras semelhantes a cimitarras. Os pesquisadores sugerem que V. gassenae provavelmente era uma criatura especializada. Suas garras parecem ter sido usadas para escalar árvores ou talvez para capturar presas. E provavelmente usava o bico da mesma forma que os raptores modernos – para alimentar, vocalizar ou até mesmo como parte de encontros sexuais.

O fóssil foi encontrado em uma camada rochosa da Formação Santa Maria, localizada na Bacia do Paraná – local que abriga um grande número de fósseis antigos. Sua idade, observa a equipe, sugere que viveu ao lado dos primeiros dinossauros.

A descoberta acrescenta mais evidências às teorias de que os lagerpetídeos estão mais relacionados aos pterossauros do que aos dinossauros. Tais teorias sugerem que, eventualmente, surgiu um ancestral comum entre os lagerpetídeos e os pterossauros, levando os últimos a dominar os céus.


Mais informações: Rodrigo T. Müller et al, Novo réptil mostra dinossauros e pterossauros evoluídos entre diversos precursores, Nature (2023). DOI: 10.1038/s41586-023-06359-z

Informações da revista: Nature 

 

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