Uma nova descoberta feita por uma equipe de paleontólogos, liderada pelo Dr. Mathieu Boisville (Universidade de Tsukuba, Japão), revelou uma nova espécie do extinto gênero Ontocetus dos depósitos do Pleistoceno Inferior no Atlântico Norte. Esta espécie, chamada Ontocetus posti, exibe semelhanças surpreendentes em adaptações alimentares com a morsa moderna (Odobenus rosmarus), destacando um caso intrigante de evolução convergente. A pesquisa foi publicada no periódico PeerJ.

Essas características incluem a presença de quatro dentes pós-caninos, um canino inferior maior e uma sínfise mandibular curta e fundida. Tais características anatômicas sugerem que o Ontocetus posti era bem adaptado à alimentação por sucção, um tanto semelhante ao seu parente moderno, a morsa.

Originário do Oceano Pacífico Norte, o gênero Ontocetus se espalhou para o Atlântico durante a transição Mio-Plioceno. Essa migração foi provavelmente facilitada pela Via Central Americana, uma passagem oceânica crucial antes do fechamento do Istmo do Panamá.

O resfriamento global resultante, iniciado durante o Plioceno Superior, impactou significativamente a vida marinha , contribuindo para a extinção do Ontocetus posti durante o Pleistoceno Inferior e permitindo que o Odobenus rosmarus, adaptado ao frio, emergisse e eventualmente dominasse.

A descoberta lança luz sobre a história evolutiva das morsas, enfatizando como as mudanças ambientais moldaram as adaptações e a sobrevivência dos mamíferos marinhos. A convergência de adaptações alimentares entre o Ontocetus posti e a morsa moderna ilustra os processos evolutivos dinâmicos que ocorrem em diferentes eras e ambientes.