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Mortalidade por Covid-19 altamente influenciada pela demografia eta¡ria
Um estudo divulgado hoje pela Universidade de Oxford éo primeiro a destacar a importa¢ncia da idade e da ciência demogra¡fica na explicaça£o da diferença de fatalidades entre ospaíses afetados pelo va­rus.
Por Oxford - 18/04/2020

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A pesquisa, de Jennifer Beam Dowd, Melinda Mills e colegas do Leverhulme Center for Demographic Science, Universidade de Oxford e Nuffield College, enfatiza o potencial de taxas de mortalidade dramaticamente mais altas empaíses e localidades com populações mais velhas.

"A pesquisa enfatiza o potencial de taxas de mortalidade dramaticamente mais altas empaíses e localidades com populações mais velhas"


Atualmente, o risco de mortalidade por Covid-19 éaltamente concentrado em idades mais avana§adas, principalmente nas pessoas com mais de 80 anos. A compreensão da demografia eta¡ria de umpaís pode ajudar a prever a carga de casos cra­ticos e ajudar no planejamento mais preciso da disponibilidade de leitos hospitalares, equipe e outros recursos.

'Atéque dados mais sutis sobre comorbidades estejam dispona­veis, a concentração de risco de mortalidade nas idades mais antigas éuma das melhores ferramentas que temos para entender e lidar com o Covid-19 nos na­veis local e nacional' ', explica a principal autora, Jennifer Dowd, Professor Associado de Demografia e Saúde da População.

O estudo foi motivado pela surpreendente gravidade precoce e número de mortes por Covid-19 na Ita¡lia. Em comparação com a Coranãia do Sul, que também teve um aumento precoce de casos, a Ita¡lia tem uma das populações mais antigas do mundo, com 23,3% acima dos 65 anos, em comparação com 14% na Coranãia do Sul.

Usando a atual taxa de mortalidade por casos específicos por idade na Ita¡lia, os pesquisadores ilustram como a estrutura eta¡ria da população interage com altas taxas de mortalidade por Covid-19 em idades mais avana§adas para gerar grandes diferenças no número de mortes. Na Ita¡lia, o número previsto de mortes foi 1,7 vezes maior do que na Coranãia do Sul. 

"Além da demografia eta¡ria, as interações intergeracionais também são importantes para entender a disseminação do Covid-19", diz Melinda Mills, professora de Nuffield e diretora do Leverhulme Center for Demographic Science. «A Ita¡lia éumpaís caracterizado por extensos contatos intergeracionais e proximidade residencial entre filhos adultos e seus pais. As políticas de mitigação da Covid-19 precisam considerar essa interação entre as situações da vida familiar e a concentração de populações vulnera¡veis. 

"Nossa abordagem de previsão da ciência demogra¡fica mostra como o Covid-19 poderia se desenvolver em diferentes lugares e poderia ser uma ferramenta importante para governos e formuladores de políticas".


Projeções demogra¡ficas também podem ser usadas para entender como a estrutura eta¡ria da população pode influenciar fatalidades em diferentespaíses do mundo. Para demonstrar como a estrutura eta¡ria da população pode afetar ospaíses que ainda sofrem um grande aumento no va­rus, os autores simularam taxas de mortalidade em potencial em doispaíses com tamanhos populacionais semelhantes, mas com distribuições eta¡rias muito diferentes: e Niganãria, onde apenas 0,2% da população tem mais de 80 anos. Esse cena¡rio viu mais de três vezes mais mortes no Brasil, apenas com base na estrutura eta¡ria - mas a densidade populacional e a capacidade do sistema de saúde também são importantes.

"Nossa abordagem de previsão da ciência demogra¡fica mostra como o Covid-19 poderia se desenvolver em diferentes lugares e poderia ser uma ferramenta importante para governos e formuladores de políticas", diz Jennifer Dowd. Mantendo outros fatores, como a capacidade médica constante, uma estrutura eta¡ria mais jovem deve fornecer proteção a uma população. Maspaíses e localidades com populações mais velhas precisara£o tomar medidas de proteção mais agressivas para permanecer abaixo do limiar de casos cra­ticos que ultrapassam a capacidade do sistema de saúde.'

 

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