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arvores fa³sseis no Planalto Andino Central do Peru contam uma história de drama¡tica mudança ambiental
A anatomia da madeira petrificada (permineralizada) que os pesquisadores descobriram émuito parecida com a anatomia da madeira nas florestas tropicais de baixa altitude hoje.
Por Smithsonian Tropical Research Institute - 29/08/2020


O paleonta³logo Edwin Cadena posa ao lado de uma a¡rvore gigante fossilizada (permineralizada) no Planalto Central do Peru. Crédito: Carlos Jaramillo, Smithsonian Tropical Research Institute

Em uma expedição ao Planalto Andino Central, pesquisadores do Smithsonian Tropical Research Institute (STRI) e colegas ficaram surpresos ao encontrar uma enorme a¡rvore fa³ssil enterrada na plana­cie fria e gramada. O registro fa³ssil da planta deste local de grande altitude no sul do Peru contanãm lembretes drama¡ticos de que o ambiente nas montanhas dos Andes mudou drasticamente durante os últimos 10 milhões de anos, mas não da maneira que os modelos clima¡ticos do passado sugerem. Os resultados da expedição são apresentados na revista Science Advances .

"Esta a¡rvore e as centenas de amostras fa³sseis de madeira, folhas e pa³len que coletamos na expedição revelam que quando essas plantas estavam vivas o ecossistema era mais aºmido - ainda mais aºmido do que os modelos clima¡ticos do passado previam", disse Camila Martinez, bolsista do STRI, que recentemente concluiu seu doutorado na Cornell University. "Provavelmente não existe um ecossistema moderno compara¡vel, porque as temperaturas eram mais altas quando esses fa³sseis foram depositados há10 milhões de anos."

A anatomia da madeira petrificada (permineralizada) que os pesquisadores descobriram émuito parecida com a anatomia da madeira nas florestas tropicais de baixa altitude hoje. Na verdade, a altitude então era provavelmente de apenas 2.000 metros acima doníveldo mar.

Mas esse ecossistema não durou muito. Hoje, o planalto a¡rido intermediário estãoa 4.000 metros acima doníveldo mar.

Fa³sseis de cinco milhões de anos nos mesmos locais confirmaram que o ecossistema Puna, que agora domina os planaltos das montanhas dos Andes, havia nascido: as amostras de pa³len mais jovens provinham principalmente de grama­neas e ervas, em vez de a¡rvores. O material foliar era de samambaias, ervas e arbustos, indicando que o planalto já havia subido a  altitude atual.

Da esquerda para a direita: Florentino Tunquipa que descobriu e escavou a a¡rvore fa³ssil
em suas terras, Rodolfo Salas Gismondi, Carlos Jaramillo, Julia Tejada, Federico Moreno,
Camila Marta­nez. Comunidade San Miguel, Munica­pio de Espinar, Departamento de Cusco,
Peru. 2014. Crédito: Rodolfo Salas Gismondi

"O registro fa³ssil na regia£o nos diz duas coisas: tanto a altitude quanto a vegetação mudaram dramaticamente em um período relativamente curto de tempo, apoiando uma hipa³tese que sugere que a elevação tecta´nica desta regia£o ocorreu em pulsos rápidos", disse Carlos Jaramillo, STRI cientista da equipe e lider do projeto.

“A elevação andina desempenhou um papel importante na formação do clima da Amanãrica do Sul, mas a relação entre a ascensão dos Andes, climas locais e vegetação ainda não bem compreendida”, disse Martinez. “No final deste século, asmudanças na temperatura e nas concentrações de dia³xido de carbono atmosfanãrico ira£o novamente se aproximar das condições de 10 milhões de anos atrás. Entender as discrepa¢ncias entre os modelos clima¡ticos e os dados baseados no registro fa³ssil nos ajuda a elucidar as forças motrizes que controlam o clima atual do Altiplano e, em última análise, do clima em todo o continente sul-americano.

 

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