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Novo banco de dados de águadoce conta a história da qualidade da águapara 12 mil lagos em todo o mundo
O estudo, liderado pelo pa³s-doutorado da Faculdade de Ciências Alessandro Filazzola e pela aluna de mestrado Octavia Mahdiyan, coletou dados de lagos em 72países, da Anta¡rtica aos Estados Unidos e Canada¡. Centenas de lagos estãoem Onta¡rio.
Por York University - 22/09/2020


Um pa´r do sol capturado sobre o Lago Boundary no Parque Provincial de Killarney em Onta¡rio. Crédito: Amanda Liczner

Embora menos de um por cento de toda a águado mundo seja doce, éo que bebemos e usamos para a agricultura. Em outras palavras, évital para a sobrevivaªncia humana. Os pesquisadores da Universidade de York acabam de criar um banco de dados de qualidade de águadispona­vel ao paºblico para cerca de 12.000 lagos de águadoce em todo o mundo - quase metade do abastecimento de águadoce do mundo - que ajudara¡ os cientistas a monitorar e gerenciar a saúde desses lagos.

O estudo, liderado pelo pa³s-doutorado da Faculdade de Ciências Alessandro Filazzola e pela aluna de mestrado Octavia Mahdiyan, coletou dados de lagos em 72países, da Anta¡rtica aos Estados Unidos e Canada¡. Centenas de lagos estãoem Onta¡rio.

"O banco de dados pode ser usado por cientistas para responder a perguntas sobre quais lagos ou regiaµes podem estar pior do que outros, como a qualidade da águamudou ao longo dos anos e quais estressores ambientais são mais importantes para impulsionar asmudanças na qualidade da a¡gua", disse Filazzola.

A equipe incluiu uma sanãrie de estudantes de graduação e pós-graduação trabalhando no laboratório da Professora Associada Sapna Sharma, além de uma colaboração com o Professor Assistente Derek Gray da Wilfrid Laurier University, a Professora Associada Catherine O'Reilly da Illinois State University e o Professor Associado da York University Roberto Quinlan.

Os pesquisadores revisaram 3.322 estudos já na década de 1950, juntamente com reposita³rios de dados online para coletar dados sobre os na­veis de clorofila, um marcador comumente usado para determinar a saúde do lago e do ecossistema. A clorofila éum preditor da quantidade de vegetação e algas nos lagos, conhecida como produção prima¡ria, incluindo espanãcies invasoras como o milfoil.

"A atividade humana, o aquecimento do clima , a agricultura, o escoamento urbano e o fa³sforo do uso da terra podem aumentar onívelde clorofila nos lagos. A produção prima¡ria émais representada pela quantidade de clorofila no lago, que tem um impacto em cascata no fitopla¢ncton que coma as algas e os peixes que comem o fitopla¢ncton e os peixes que comem esses peixes ”, diz Filazzola. "Se a clorofila estiver muito baixa, pode ter efeitos negativos em cascata em todo o ecossistema, enquanto o excesso pode causar um crescimento abundante de algas, o que nem sempre ébom."

O aquecimento das temperaturas do vera£o e o aumento da radiação solar da diminuição da cobertura de nuvens no hemisfanãrio norte também contribuem para um aumento da clorofila, enquanto mais tempestades causadas pela mudança climática contribuem para a degradação da qualidade da a¡gua, diz Sharma. “areas agra­colas e bacias hidrogra¡ficas urbanas estãomais associadas a condições de qualidade da águadegradadas por causa da quantidade de nutrientes que são introduzidos nesses lagos”.
 
Os pesquisadores também coletaram dados sobre os na­veis de fa³sforo e nitrogaªnio - muitas vezes um preditor de clorofila -, bem como caracteri­sticas do lago, varia¡veis ​​de uso da terra e dados clima¡ticos para cada lago. Os lagos de águadoce são particularmente vulnera¡veis ​​amudanças nos na­veis de nutrientes, clima, uso da terra e poluição.

Pa³s-doutorado Alessandro Filazzola em péa s margens do Lago David no Parque
Provincial de Killarney em Onta¡rio. Crédito: Amanda Liczner

“Além da águapota¡vel, a águadoce éimportante para o transporte, agricultura e recreação, e fornece habitats para mais de 100.000 espanãcies de invertebrados, insetos, animais e plantas”, diz Sharma. "O banco de dados pode ser usado para melhorar nossa compreensão de como os na­veis de clorofila respondem a smudanças ambientais globais e fornece comparações de linha de base para gestores ambientais responsa¡veis ​​pela manutenção da qualidade da águanos lagos."

Os pesquisadores começam a olhar apenas para os lagos de Onta¡rio, mas rapidamente os expandiram globalmente, pois embora existam milhares de lagos em Onta¡rio, muitos dados não estãodisponí­veis tão prontamente como em outras regiaµes do mundo.

“A criação deste banco de dados éum feito normalmente realizado apenas por equipes muito grandes com milhões de da³lares, não por um aºnico laboratório com algumas pequenas bolsas, e épor isso que estou especialmente orgulhoso desta pesquisa”, disse Sharma.

A pesquisa foi publicada na revista Nature's Scientific Data .

 

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