
Chase Harrison, do Institute for Quantitative Social Science, oferece uma análise detalhada do que as pesquisas presidenciais estãonos dizendo com a aproximação do dia da eleição. Stephanie Mitchell / Fota³grafa da equipe de Harvard
Apesquisa de opinia£o pública vai precisar de uma eleição de 2020 impeca¡vel para reparar sua credibilidade abalada depois de 2016, quando a maioria das pesquisas no dia da eleição tinha Hillary Clinton claramente a frente, se não fugindo com a corrida presidencial. Sera¡ uma eleição especialmente complicada ocorrendo em meio a uma pandemia contanua, economia cambaleante, agitação civil, incaªndios florestais no Ocidente e a morte da juaza Ruth Bader Ginsburg, deixando uma vaga particularmente consequente na Suprema Corte. A votação estãoem andamento em 29 estados, com um recorde de seis em cada 10 eleitores registrados dizendo que desejam votar antes de 3 de novembro. Que visão as urnas podem oferecer sobre esta eleição sem precedentes? Chase H. Harrison épreceptor saªnior em pesquisa de opinia£o no Departamento de Governo e diretor associado do Programa de Pesquisa em Pesquisa do Institute for Quantitative Social Science. Chase H. Harrison falou o que as pesquisas sugerem sobre a corrida deste ano atéagora e no que ele estara¡ prestando atenção durante as semanas finais das campanhas.
Perguntas & Respostas
Chase Harrison
Muitos eleitores se tornaram muito canãticos desde 2016, quando as pesquisas em estados como Wisconsin, Michigan e Pensilva¢nia, onde a eleição foi decidida, falharam em prever fatores-chave como a grande participação pra³-Trump ou que os eleitores indecisos pararam esmagadoramente atrasados ​​para Trump. O que édiferente desta vez?
HARRISON: A maior mudança éque, em 2016, muitas pesquisas em todo o estado não estavam ponderando seus dados por educação, portanto, não estavam ajustando as diferenças nonívelde educação dos entrevistados. Pessoas com diploma universita¡rio, quase em geral, tem taxas de resposta mais altas a s pesquisas do que pessoas sem diploma universita¡rio. Antes de 2016, não havia grandes diferenças na votação com base no diploma universita¡rio e no grau não universita¡rio. As pesquisas que não pesavam pela educação superestimaram sistematicamente o voto de Clinton. Tambanãm éum problema que vocêestãotentando fazer uma análise por estado, e muitas das pesquisas emnívelestadual são de qualidade mediana. Ha¡ um pequeno número de boas pesquisas. O que édiferente éque a maioria das pesquisas agora estãopesando para a educação. As pessoas acham que aprenderam as lições de 2016, então devemos esperar que as pesquisas sejam pelo menos um pouco melhores.
Quais são algumas das linhas de tendaªncia interessantes que vocêestãovendo agora?
HARRISON: Em 2016, os eleitores com 65 anos ou mais foram um dos grupos com maior probabilidade de apoiar Trump. A pesquisa agora mostra que esses eleitores estãodivididos de maneira mais equilibrada ou atémesmo que preferem Biden ligeiramente. E como este éum grupo tão grande e estãoespecialmente concentrado em alguns estados indecisos como Fla³rida, Pensilva¢nia e Arizona, ele tem o potencial de mover o voto popular e também o Colanãgio Eleitoral em direção a Biden. Acho que éa tendaªncia mais interessante que estou seguindo agora. Tambanãm éverdade que o Biden não parece estar indo tão bem entre os eleitores afro-americanos e hispa¢nicos quanto [Hillary] Clinton, e isso se reflete na diferença marginal na votação bipartida¡ria. Isso se deve principalmente a uma maior porcentagem de eleitores dizendo que não sabem em quem va£o votar, em oposição a Trump aumentando seus números reais com esse grupo. Mas, a menos que Biden faz essa diferença, isso seria um problema para ele, a menos que seja contrabalana§ado com um grupo maior, como eleitores com diploma universita¡rio ou eleitores com mais de 65 anos. A outra coisa que sempre me interessa, especialmente lecionar em um ambiente universita¡rio, ése os eleitores mais jovens, que preferem Biden, ira£o realmente votar. Normalmente, os eleitores mais jovens tem baixos naveis de participação. A única exceção a isso nos últimos tempos foi em 2008 votando em Barack Obama. Portanto, seráinteressante ver se a participação eleitoral dos jovens écomo foi em 2008 ou mais como em 2016. A outra coisa que sempre me interessa, especialmente lecionar em um ambiente universita¡rio, ése os eleitores mais jovens, que preferem Biden, ira£o realmente votar. Normalmente, os eleitores mais jovens tem baixos naveis de participação. A única exceção a isso nos últimos tempos foi em 2008 votando em Barack Obama. Portanto, seráinteressante ver se a participação eleitoral dos jovens écomo foi em 2008 ou mais como em 2016. A outra coisa que sempre me interessa, especialmente lecionar em um ambiente universita¡rio, ése os eleitores mais jovens, que preferem Biden, ira£o realmente votar. Normalmente, os eleitores mais jovens tem baixos naveis de participação. A única exceção a isso nos últimos tempos foi em 2008 votando em Barack Obama. Portanto, seráinteressante ver se a participação eleitoral dos jovens écomo foi em 2008 ou mais como em 2016.
“Uma vez que havera¡ mais pessoas votando mais cedo, isso deve tornar as pesquisas pré-eleitorais mais precisas.â€
Que pergunta revela as informações mais vitais nesta eleição?
HARRISON: Para um presidente em exercacio, a aprovação do cargo presidencial érealmente fundamental. Uma eleição com um titular énormalmente vista como uma votação retrospectiva sobre o desempenho desse titular. O indicador mais pra³ximo que temos disso éa “aprovação do cargo presidencialâ€. Esse éum indicador-chave que vejo, além de algo como a escolha do voto presidencial.
Qual éo número mais importante, aprovação ou reprovação do trabalho? Em média, as pesquisas mostram Trump com aprovações na casa dos 40 anos e reprovações na casa dos 50 anos.
HARRISON: Nãoestãoclaro se éa aprovação que o impulsiona ou a desaprovação que o impulsiona. A ideia éque as pessoas estãoregistrando sua avaliação no titular. a‰ uma dina¢mica diferente quando hádois desafiadores. Mas, para um presidente em exercacio, vocênormalmente deseja que a aprovação do cargo seja alta. Se estiver perfeitamente correlacionado com a votação, acima de 50 por cento resultara¡ na eleição. A aprovação de Trump ficou abaixo de 50 na maior parte de sua presidaªncia, e esse éo fator que normalmente éo mais sugestivo em uma disputa com um titular.
Se houver um aumento drama¡tico na votação por correspondaªncia e / ou votação antecipada, como isso muda a maneira como as campanhas usara£o os dados das pesquisas e como o paºblico também deveria vaª-los?
HARRISON: Uma vez que havera¡ mais pessoas votando mais cedo agora, isso deve tornar as pesquisas pré-eleitorais mais precisas. Com uma pesquisa de saada no dia da eleição, vocêestãodescobrindo como as pessoas votaram cinco ou seis horas ou mais antes da contagem dos votos. Com a votação antecipada ou pelo correio, vocêfica sabendo dias, atésemanas, antes. Isso deve torna¡-los mais precisos. Agora, a advertaªncia que eu tenho aqui éque isso pressupaµe que as canãdulas enviadas sejam recebidas e contadas. Nas prima¡rias, houve uma sanãrie de problemas com canãdulas de correio sendo desqualificadas por diferentes tipos de razaµes. Então, o que vou analisar de perto écomo a correspondaªncia estãofuncionando, mas ainda mais, quantas dessas canãdulas enviadas são desqualificadas quando recebidas. Porque esse éum caso em que vocêpode ver as pesquisas pré-eleitorais ou atémesmo as pesquisas de saada diferem dos resultados das eleições. Uma enquete são pode medir em quem vocêpretendia votar; não mede se aquele voto foi contado.
Que impacto a vaga na Suprema Corte poderia ter nas eleições?
HARRISON: a‰ difacil dizer. Historicamente, os eleitores republicanos tem sido mais apaixonados em traduzir as escolhas dos tribunais em votos, então uma visão simples éque isso beneficiaria Trump, mesmo que apenas para energizar o comparecimento dos eleitores socialmente conservadores. Mas se vocêolhar para os estados específicos em jogo e as coalizaµes em jogo, pode ser mais complexo. Trump já estava indo bem entre os eleitores conservadores que se preocupam com o tribunal. Em contraste, na última eleição, Trump conseguiu alguns votos de eleitores da classe trabalhadora, especialmente no meio-oeste, que são pra³-escolha e que podem se preocupar com o fato de o tribunal ir muito para a direita nas questões sociais. Portanto, não tenho uma visão clara se no final isso afetara¡ a eleição de uma forma ou de outra.
Como as empresas de pesquisa estãose ajustando aos entrevistados que desejam engana¡-los ou engana¡-los ou ter certeza de que não estãoapenas falando com pessoas dispostas a responder a s pesquisas?
HARRISON: Nãohámuitas evidaªncias de que as pessoas mentem para as pesquisas sobre suas escolhas eleitorais nos Estados Unidos. O maior problema éque vocêtem diferentes tipos de pessoas completando a enquete do que a amostra. Vocaª tem uma baixa taxa de resposta e seu diferencial para alguns grupos, sendo a educação o cla¡ssico que atrapalhou as pessoas em 2016. Então o que vocêtenta fazer ése ajustar para todos os fatores que vocêpode medir, para controlar esse diferencial não resposta. Os principais fatores que as pessoas normalmente incluem são regia£o geogra¡fica, a s vezes urbanidade, gaªnero, idade, educação, raça. Depois de controlar por regia£o, urbanidade, sexo, idade, educação e raça, vocêdeve ter um resultado mais preciso. Gostaria de salientar que as pesquisas nacionais em 2016 foram quase notavelmente corretas. Eles superestimaram Clinton em cerca de um ponto percentual e, de fato, a maioria das pesquisas havia saado antes da revelação [ex-diretor do FBI James] Comey [sobre a descoberta de e-mails possivelmente ligados a uma investigação do servidor de e-mail privado de Clinton]. Falou-se muito sobre os “tamidos eleitores de Trump†em 2016. Nãohámuitas evidaªncias emparicas para isso.
E nesta eleição?
HARRISON: Bem, as pessoas não parecem ter vergonha de anunciar seu apoio a Donald Trump. Usar chapanãu écertamente algo mais paºblico do que dizer a um pesquisador que vocêapa³ia um candidato. Se houvesse um efeito de “Trump tamidoâ€, vocêesperaria ver pesquisas autoadministradas, como as da Internet, mostrando margens mais altas para Trump do que as pesquisas por telefone administradas por entrevistadores. Vocaª não vaª isso.
“A corrida pode depender de Michigan, Wisconsin ou Pensilva¢nia. Se Trump ganhar a Fla³rida, ele provavelmente podera¡ disputar a eleição com qualquer um desses três estados, e todos sera£o estados de contagem lenta. â€
Com o Colanãgio Eleitoral, apenas cerca de oito estados decidira£o esta eleição. Qual grupo demogra¡fico de eleitores nesses estados épotencialmente o mais decisivo?
HARRISON: O que mais estou observando são os eleitores com mais de 65 anos, porque esse éum grupo grande. a‰ um grupo que já apoiou Trump antes. E assim, como os dados sugerem atualmente que eles não estãoapoiando Trump, édifacil ver como Trump pode conseguir uma reeleição sem uma vantagem em eleitores de 65 ou mais, mesmo se Trump melhorar suas margens com os eleitores hispa¢nicos. Na Fla³rida, se vocêcomparar o voto hispa¢nico com o voto de mais de 65, embora ambos sejam grandes, não hárealmente nenhuma comparação em termos de influaªncia na eleição.
Em geral, os estados de oscilação são os mesmos da última vez. A única exceção real parece ser o Arizona, que tem feito pesquisas consistentemente bem para, na verdade, possivelmente melhor para Biden do que alguns dos estados do meio-oeste superior. … Então, esse seráum estado interessante de assistir.
Um número recorde de votos para uma eleição de meio de mandato em 2018. A forte participação eleitoral favorece um candidato em detrimento do outro?
HARRISON: Os dados atuais tendem a mostrar que Biden se sai ligeiramente melhor entre todos os eleitores do que entre os prova¡veis ​​eleitores. Quanto menos entrevistados forem considerados prova¡veis ​​eleitores, mais os resultados tendem a se deslocar um pouco na direção de Trump. Nãoérealmente pronunciado, mas éo suficiente para fazer a diferença em uma eleição acirrada. Então, eu diria que uma eleição de alto comparecimento beneficiaria Biden. a‰ uma das razões pelas quais estou olhando tanto para aquela votação de mais de 65, são porque não éo que eu esperava. E, se for o caso, tornaria todos os outros fatores menos relevantes porque éum grande grupo demogra¡fico, com altos naveis de participação, que apoiou Trump em 2016.
Mesmo que a maioria dos estados não termine a contagem dos votos na noite da eleição, qual estado poderia ser um terma´metro confia¡vel em 3 de novembro para os eventuais vencedores?
HARRISON: O estado a ser observado na vanãspera da eleição éa Fla³rida, porque a Fla³rida permite a contagem antecipada de votos ausentes, eles tem um hista³rico de grande votação pelo correio e provavelmente divulgara£o os resultados na noite da eleição. Portanto, se a Fla³rida for para Biden, saberemos na noite da eleição que éextremamente improva¡vel que Trump consiga vencer a eleição.
Este ano, o que não tivemos no passado éque poderaamos ter algum suspense por alguns dias após a eleição, onde os votos não foram contados de forma que pudesse impactar o Colanãgio Eleitoral de uma forma ou de outra. A corrida pode depender de Michigan, Wisconsin ou Pensilva¢nia. Se Trump ganhar a Fla³rida, ele provavelmente podera¡ disputar a eleição com qualquer um desses três estados, e todos sera£o estados de contagem lenta.
O que vocêprocurara¡ nas pesquisas para ver como as preocupações do paºblico sobre o COVID-19 podem estar influenciando quem estãovotando e quem não esta¡?
HARRISON: Na verdade, existem duas inca³gnitas com as quais não temos experiência para fazer qualquer avaliação. Um deles éo comparecimento aos eleitores em uma pandemia. E a outra équanto bem funciona a votação por correio em massa na maioria dos estados. E assim, com esses dois itens, isso vai inserir mais variabilidade nos resultados eleitorais e nas diferenças entre as pesquisas e a eleição em comparação com qualquer coisa que as pesquisas possam nos dizer. Portanto, não sei os fatores que examinaria este ano, porque não são os fatores que examinaria em outros anos. Mas seriam coisas como que porcentagem das canãdulas éenviada mais cedo ou que porcentagem delas édesqualificada? As taxas COVID estãosubindo ou diminuindo? As pessoas estãomais dispostas a sair ou menos dispostas a sair? Todos os tipos de fatores assim.
A entrevista foi editada para maior clareza e extensão.