Mundo

Morcegos vampiros se distanciam socialmente quando ficam doentes
A equipe de pesquisa já havia visto esse comportamento no laboratório e usou um experimento de campo para confirma¡-lo na natureza.
Por Oxford University Press - 27/10/2020


Um novo artigo da Behavioral Ecology descobriu que os morcegos vampiros selvagens que estãodoentes passam menos tempo perto de outras pessoas de sua comunidade, o que retarda a rapidez com que uma doença se espalha. A equipe de pesquisa já havia visto esse comportamento no laboratório e usou um experimento de campo para confirma¡-lo na natureza. Crédito: Sherri e Brock Fenton / Ecologia Comportamental

Um novo artigo na Behavioral Ecology , publicado pela Oxford University Press, descobriu que morcegos vampiros selvagens que estãodoentes passam menos tempo perto de outros de sua comunidade, o que retarda a rapidez com que uma doença se espalha. A equipe de pesquisa já havia visto esse comportamento no laboratório e usou um experimento de campo para confirma¡-lo na natureza.

Amedida que um pata³geno se espalha pela população, asmudanças no comportamento social podem alterar a forma como a doença se espalha. As taxas de transmissão podem aumentar quando os parasitas mudam o comportamento do hospedeiro ou diminuir quando indivíduos sauda¡veis ​​evitam os doentes. Em certos insetos sociais , os doentes podem se isolar voluntariamente ou ser exclua­dos por seus companheiros de cola´nia. Um mecanismo mais simples que causa a redução da transmissão éque os animais infectados geralmente apresentam comportamento doentio, que inclui aumento da letargia e do sono, e redução do movimento e da sociabilidade. Este distanciamento social induzido pela doença não requer a cooperação de outras pessoas e éprovavelmente comum entre as espanãcies.

"Os sensores nos deram uma janela nova e surpreendente de como o comportamento social desses morcegos mudava de hora em hora e mesmo de minuto a minuto durante o dia e a noite, mesmo enquanto eles estavam escondidos na escurida£o de uma a¡rvore oca," disse o principal autor do estudo, Simon Ripperger. "Passamos da coleta de dados todos os dias para poucos segundos."


Os pesquisadores aqui conduziram um experimento de campo para investigar como o comportamento doentio afeta os relacionamentos ao longo do tempo usando uma rede social dina¢mica criada a partir de dados de proximidade de alta resolução. Depois de capturar 31 morcegos vampiros faªmeas adultas de um poleiro dentro de uma a¡rvore oca em Lamanai, Belize, os pesquisadores simularam morcegos "doentes" injetando uma metade aleata³ria de morcegos com a substância imune desafiadora, lipopolissacara­deo, enquanto o grupo de controle recebeu injeções de solução salina.

Nos três dias seguintes, os pesquisadores colaram sensores de proximidade aos morcegos, os soltaram de volta em sua a¡rvore oca e acompanharam asmudanças ao longo do tempo nas associações entre todos os 16 morcegos "doentes" e 15 morcegos controle em condições naturais.

Comparados aos morcegos de controle, os morcegos "doentes" se associavam a menos companheiros de grupo, passavam menos tempo com os outros e eram menos ligados socialmente a companheiros de grupo sauda¡veis ​​ao considerar as conexões diretas e indiretas. Durante as seis horas do período de tratamento, um morcego "doente" associou-se em média a quatro associados a menos do que um morcego de controle. Um morcego controle tinha, em média, 49% de chance de se associar a cada morcego controle, mas apenas 35% de chance de se associar a cada morcego "doente". Durante o período de tratamento, os morcegos "doentes" gastaram 25 minutos a menos associando-se por parceiro. Essas diferenças diminua­ram após o período de tratamento e quando os morcegos estavam dormindo ou forrageando fora do poleiro.

"Os sensores nos deram uma janela nova e surpreendente de como o comportamento social desses morcegos mudava de hora em hora e mesmo de minuto a minuto durante o dia e a noite, mesmo enquanto eles estavam escondidos na escurida£o de uma a¡rvore oca," disse o principal autor do estudo, Simon Ripperger. "Passamos da coleta de dados todos os dias para poucos segundos."

 

.
.

Leia mais a seguir