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Os cientistas desenvolvem uma nova maneira minimamente invasiva de descobrir mais sobre o que os tubaraµes comem
A análise de DNA de coca´ écomumente usada para animais terrestres , porque os cientistas podem seguir um lea£o ou elefante e simplesmente pegar o coca´ do solo.
Por Angela Nicoletti - 03/02/2021


Infogra¡fico criado por van Zinnicq Bergmann.

Acontece que o coca´ pode dizer muito sobre a dieta de um tubara£o.

Os manãtodos tradicionais para determinar a dieta de um tubara£o não são muito agrada¡veis. Com um tubara£o vivo, seu esta´mago pode ser parcialmente puxado para fora pela boca para um rápido exame visual - que éfeito principalmente em tubaraµes mais jovens e menores. Mas, mesmo assim, isso nem sempre funciona e a s vezes o esta´mago estãovazio. Tambanãm não revela todas as espanãcies de presas que foram comidas.

Cientistas do Instituto de Meio Ambiente da Universidade Internacional da Fla³rida (FIU) desenvolveram uma nova forma minimamente invasiva de revelar exatamente o que um tubara£o comeu. Tudo o que énecessa¡rio éum rápido cotonete de, bem, vocêsabe de onde.

A cientista de pa³s-doutorado da FIU Judith Bakker e Ph.D. o candidato Maurits van Zinnicq Bergmann usa um cotonete para coletar fezes da cloaca de um tubara£o (sim, que éo que vocêpensa que anã). O DNA da amostra éanalisado para identificar as espanãcies que um tubara£o comeu - informações cra­ticas que podem ser usadas para informar as decisaµes de conservação e manejo.

A análise de DNA de coca´ écomumente usada para animais terrestres , porque os cientistas podem seguir um lea£o ou elefante e simplesmente pegar o coca´ do solo. Essa tarefa émuito mais difa­cil, senão impossí­vel, com tubaraµes.

Então, em vez de tentar coletar coca´ de tubara£o da a¡gua, que também pode estar contaminado com DNA na águado mar de outras espanãcies, Bakker e van Zinnicq Bergmann queriam ver se uma amostra direto da fonte funcionaria. Eles fizeram um experimento de alimentação controlada com tubaraµes-lima£o bebaªs para testar sua ideia e testar se o que entrou foi o que saiu - e se poderia ser detectado nas amostras de DNA.

Bakker - que trabalhou extensivamente com DNA ambiental ou eDNA - e van Zinnicq Bergmann estavam confiantes de que o manãtodo funcionaria. Mas eles não tinham certeza se os tubaraµes faziam coca´ o suficiente ou mesmo se alguma coisa foi deixada para trás na cloaca que pudesse ser coletada por um cotonete.

Crédito: Florida International University

“Quando os primeiros resultados apareceram, eu fiquei tipo 'uau!' e realmente fiquei surpreso com o quanto bem funcionou ", disse Bakker.

Em seguida, eles experimentaram com tubaraµes na selva. Bradly Strickland - que recentemente recebeu seu Ph.D. da FIU - estava conduzindo estudos de rastreamento com tubaraµes-touro juvenis em Everglades. Bakker e van Zinnicq Bergmann trabalharam com ele para coletar cotonetes de 21 tubaraµes.
 
"O que espera¡vamos ver, vimos na maior parte", disse Bakker. "Eles comem muito bagre, mas havia alguns tubaraµes que comiam outras espanãcies marinhas , como as raias, o que significa que provavelmente eles estavam se movendo e comendo em diferentes locais dos Everglades."

A dieta éuma chave que revela muitas informações cra­ticas sobre como um animal estãoconectado ao seu habitat - como e por que eles usam uma determinada área, para onde va£o e suas interações gerais dentro de uma determinada teia alimentar. Se uma espanãcie desaparecer ou sua população for drasticamente reduzida, essa perda serásentida em todo o resto da cadeia alimentar. Quanto mais dados os cientistas tem, mais informações eles tem para orientar as decisaµes de conservação e gerenciamento.

“Mudanças na teia alimentar tem enormes implicações para a estrutura e função do ecossistema, e esta informação éespecialmente importante para o manejo da pesca, porque éusada para criar modelos preditivos focados nos efeitos da pesca para certas espanãcies”, disse van Zinnicq Bergmann. "Quanto mais dados temos sobre a dieta, mais precisos esses modelos podem ser - e mais precisas as previsaµes sera£o."

Bakker e van Zinnicq Bergmann dizem que seu manãtodo pode ser facilmente combinado com outros projetos de pesquisa, como estudos de rastreamento, para pintar um quadro mais completo de como os tubaraµes usam seu ambiente. Os pesquisadores destacam ainda que o manãtodo tem aplicações mais amplas e pode ser usado não são com tubaraµes, mas outras espanãcies como peixes, ranãpteis e, atanã, pa¡ssaros.

A pesquisa recebeu financiamento e apoio da Paul G. Allen Family Foundation e do Shark Conservation Fund . Os resultados foram publicados em Recursos de Ecologia Molecular

 

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