Projeto da Unicamp em parceria com outras universidades éselecionado pela BRICS Covid-19
Iniciativa envolve trabalho conjunto com andia, Raºssia e áfrica do Sul e propaµe o uso de recursos de inteligaªncia artificial no controle da pandemia

Pesquisa vai auxiliar na avaliação de políticas públicas e estratanãgias adotadas para conter a pandemia nospaíses envolvidos (foto: Auranãlio Pereira / Fotos Paºblicas)
Um projeto da Unicamp, desenvolvido em parceria com a Unesp, USP e Insper e também com universidades da andia, Raºssia e áfrica do Sul, foi um dos 12 selecionados pela Chamada Paºblica BRICS Covid-19 (CNPq/MCTI/BRICS-STI nº 19/2020), realizada pelo Ministanãrio da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio do CNPq. A iniciativa tem o objetivo de desenvolver nopaís ferramentas de inteligaªncia artificial que possam fazer a leitura de diferentes dados a respeito da Covid-19, como informações obtidas de prontua¡rios médicos, exames de laboratório e de imagem, informações geogra¡ficas, dados de movimentação de pessoas, entre outros, para ampliar e agilizar a capacidade de diagnóstico e de ca¡lculo da incidaªncia da doena§a. O projeto recebera¡ o investimento de R$ 700 mil em recursos destinados pelo MCTI e pelos Fundos Nacional de Saúde (FNS) e Nacional de Desenvolvimento Cientafico e Tecnola³gico. Â
A coordenação do projeto nopaís éda professora Esther Colombini, do Instituto de Computação (IC) da Unicamp. Da Universidade, integram também a equipe os professores Mauracio Perroud Junior e Andrei Sposito, da Faculdade de Ciências Manãdicas (FCM). Da Unesp, participam os professores Alexandre Simaµes, do Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba (ICTS) e Carlos Magno Fortaleza, da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Já da USP, atuam Fa¡tima Nunes Marques, professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (USP Leste) e Joa£o Eduardo Ferreira, docente do Instituto de Matema¡tica e Estatastica (IME). Além dos pesquisadores das três universidades estaduais paulistas, integra o grupo também o professor Danilo Carlotti, do Insper. Â
Segundo Esther Colombini, a vantagem de formar essa parceria entre várias instituições, espalhadas pelo Estado de Sa£o Paulo, éa possibilidade de envolver no projeto várias fontes de dados de onde podem ser extraadas informações relevantes para a determinar a prevalaªncia da Covid-19. a‰ o caso, por exemplo, dos dados que podem ser obtidos dos hospitais universita¡rios do Estado. "Nossa proposta éusar dados multimodais, tanto imagens médicas quanto dados de sintomatologia do paciente, disponíveis em prontua¡rios médicos, usando o processamento de linguagem natural, e exames diversos. Temos vários indacios de que, com alguns exames de sangue corriqueiros, associados a outros aspectos e a localização geogra¡fica, cruzando informações com andices de infecção nas regiaµes, podemos aumentar a acura¡cia dos modelos para detectar se as pessoas estãoinfectadas ou não, e também se elas estãocom uma infecção mais leve ou mais grave", explica a coordenadora do projeto.Â
Dessa forma, a iniciativa pode contribuir não apenas para diagnósticos mais rápidos e precisos da doena§a, mas também encontrar novas relações entre sintomas, fatores de risco e de ambiente, o que pode favorecer o diagnóstico de outras doena§as. "A mineração de dados e o uso de inteligaªncia artificial são essenciais para detecção de sinais precoces de doenças emergentes, permitindo a atuação coordenada dospaíses nos termos do Regulamento Sanita¡rio Internacional. Iniciativas como esta podem controlar infecções antes que se tornem pandaªmicas", analisa Carlos Magno Fortaleza, professor da FMB/Unesp.Â
Outro objetivo do projeto éque ele oferea§a aos pesquisadores das diversas áreas do conhecimento e ao poder paºblico instrumentos que aprimorem os processos de tomada de decisaµes de gestores paºblicos e também contribuam com a elaboração de políticas eficientes no combate a pandemia. "A ideia éintegrar a inteligaªncia artificial na ponta do problema, que consegue identificar o espalhamento da doena§a, com as decisaµes de políticas públicas que são tomadas em últimonívele que nos impactam em tudo", comenta Esther Colombini.Â
Cooperação internacional e novas parcerias de pesquisa
A iniciativa dos pesquisadores não se esgota na elaboração desse sistema que utiliza a inteligaªncia artificial na análise dos dados a respeito do coronavarus. Ela inclui desdobramentos relacionados ao controle da pandemia e avaliação de políticas públicas que sera£o executados por outrospaíses dos BRICS, no caso a andia, a áfrica do Sul e a Raºssia.Â
Tambanãm com base em recursos de inteligaªncia artificial, pesquisadores na andia pretendem combinar dados de movimentação de pessoas, obtidos pelo uso de aplicativos em celulares, com as informações de saúde, para mapear focos de espalhamento do coronavarus e apontar locais que precisam de maior atenção. Os sul-africanos va£o se debrua§ar sobre esse mapeamento de áreas com maior risco sanita¡rio para construarem modelos e sistemas logasticos para distribuição de suprimentos médicos, profissionais da saúde e vacinas, de forma que sejam evitados colapsos nos sistemas de saúde. Já na Raºssia os pesquisadores podera£o fazer uma análise da qualidade das políticas públicas adotadas para contenção do varus, verificando em quais cenários lockdowns e aberturas foram efetivos e como boas decisaµes podem ser replicadas em outros locais.Â
"a‰ importante lembrar que estamos falando depaíses como o Brasil, andia e Raºssia, que são trêspaíses comDimensões continentais, com caracteristicas bem diversas. a‰ uma questãomuito importante para o projeto o fato de essespaíses teremDimensões continentais. No momento em que elaboramos o projeto, eram ospaíses mais afetados pelo coronavarus, fora os Estados Unidos. E a áfrica do Sul, em particular, tem desafios em termos logasticos", detalha Esther Colombini.Â
A professora também esclarece que o objetivo principal dessa cooperação éque os resultados obtidos por cadapaís em seus projetos específicos sirvam de subsadios para os demais membros, ao mesmo tempo em que a expertise de cada um seja compartilhada com os demais. No fim, cadapaís contribui construindo parte de um grande projeto que édesenvolvido por completo nos quatropaíses. Ela também enfatiza a importa¢ncia do estabelecimento de novas redes de pesquisas para iniciativas do futuro: "Esse arranjo com essas instituições foi montado para esse projeto, mas isso éinteressante porque traz uma colaboração com instituições que não necessariamente nosjá copera¡vamos".