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Armadilhas fotogra¡ficas revelam relação de biodiversidade recanãm-descoberta
Os pesquisadores também compilaram as caracteri­sticas funcionais conhecidas para cada espanãcie, como tamanho do corpo, hábitos reprodutivos e dieta alimentar.
Por Jade Boyd, - 03/03/2021


Uma análise de dados de armadilhas fotogra¡ficas de 15 florestas tropicais encontradas caracteri­sticas únicas pode ser mais benanãfica para mama­feros como o elefante africano em áreas onde as plantas são altamente produtivas e geram grandes quantidades de biomassa. Crédito: Daniel Gorczynski

Em um dos primeiros estudos desse tipo, uma análise de dados de armadilhas fotogra¡ficas de 15 reservas de vida selvagem em florestas tropicais revelou uma relação atéentão desconhecida entre a biodiversidade de mama­feros e as florestas em que vivem.

As florestas tropicais abrigam metade das espanãcies do mundo , mas com as espanãcies se extinguindo em um ritmo rápido em todo o mundo, édifa­cil para os conservacionistas acompanhar de perto a saúde geral dos ecossistemas, mesmo em locais onde a vida selvagem éprotegida. Os pesquisadores descobriram que os dados observacionais de armadilhas fotogra¡ficas podem ajudar.

"Em geral, os ecossistemas da floresta tropical são extremamente diversos, e nosso estudo mostra que as comunidades de mama­feros nas florestas podem ser previsivelmente diferentes, e essas diferenças podem ser controladas, em parte, por diferenças na produtividade das plantas nas florestas", disse Daniel Gorczynski, graduado do Rice. aluno em ciências biológicas e autor correspondente de um estudo apresentado na capa da principal revista de pesquisa biológica da Royal Society, Proceedings da Royal Society B .

Gorczynski e mais de uma dezena de coautores, incluindo seu Ph.D. A consultora, a ecologista de Rice Lydia Beaudrot, analisou fotos de armadilhas fotogra¡ficas da Rede de Avaliação e Monitoramento de Ecologia Tropical (TEAM), que usa ca¢meras ativadas por movimento para monitorar tendaªncias de espanãcies em florestas tropicais na asia, áfrica e Amanãrica do Sul.

Beaudrot, um professor assistente de biociências, disse que as contribuições cienta­ficas do estudo demonstram a importa¢ncia de ter a mesma coleta de dados replicada no solo em florestas de todo o mundo.

"Os dados do TEAM são um recurso incra­vel para ecologia e conservação ba¡sicas e aplicadas", disse ela. "Dado o ritmo da perda da floresta tropical, émais importante do que nunca usar dados padronizados de armadilhas fotogra¡ficas para entender os efeitos ambientais e antropogaªnicos sobre a vida selvagem."

Para cada local, os pesquisadores coletaram dados sobre todas as espanãcies de mama­feros terrestres com massa corporal média superior a 1 quilograma. Todas as espanãcies de mama­feros estudadas em cada local foram tratadas como uma única comunidade, e os dados foram compilados para comunidades com até31 espanãcies e apenas cinco. Os pesquisadores também compilaram as caracteri­sticas funcionais conhecidas para cada espanãcie, como tamanho do corpo, hábitos reprodutivos e dieta alimentar. Os traa§os funcionais combinados das espanãcies em uma comunidade foram usados ​​para calcular a "diversidade funcional" da comunidade, ou a variedade de papanãis no ecossistema geral da floresta que eram preenchidos pelas espanãcies daquela comunidade.
 
"Descobrimos que espanãcies com caracteri­sticas únicas - por exemplo, espanãcies que são muito grandes ou comem alimentos aºnicos - são relativamente mais comuns em florestas com alta produtividade", disse Gorczynski, referindo-se a  medida que os ecologistas usam para caracterizar a taxa geral de crescimento das plantas dentro de uma floresta. A pesquisa também mostrou que espanãcies com caracteri­sticas únicas são menos comuns em locais com baixa produtividade.

"Acredita-se que uma produtividade mais alta torne recursos raros, como certos tipos de alimentos que espanãcies únicas frequentemente comem, mais prontamente dispona­veis, os quais espanãcies únicas podem capitalizar", disse ele. "E porque são aºnicos, não precisam competir tanto com outras espanãcies por recursos raros e podem persistir em abunda¢ncias mais altas."

As espanãcies consideradas únicas variam de acordo com o local, disse ele. Os exemplos incluem elefantes, antas e macacos que vivem no solo.

Gorczynski disse que essa relação entre a diversidade funcional dos mama­feros e a produtividade não havia sido mostrada anteriormente.

"A maioria dos estudos sobre mama­feros da floresta tropical depende de mapas de alcance, que não da£o uma ideia de quanto comuns são as diferentes espanãcies", disse ele. "Fomos capazes de encontrar essa relação porque usamos observações de armadilhas fotogra¡ficas. Os dados observacionais nos da£o uma ideia de como as diferentes espanãcies são comuns, o que nos permite comparar as abunda¢ncias relativas de espanãcies com caracteri­sticas diferentes."

O coautor do estudo Jorge Ahumada, cientista da vida selvagem da Conservation International, disse que o estudo também mostra que as atividades humanas destrutivas, como o desmatamento, diminuem a diversidade de caracteri­sticas das espanãcies em áreas protegidas.

"Descobrimos que em áreas onde extinções de espanãcies locais foram documentadas devido ao desmatamento significativo ou caça ilegal, como no Parque Nacional Korup em Camaraµes, grandes carna­voros como leopardos e gatos dourados são os primeiros a morrer", disse Ahumada. "Sem esses predadores de ponta, cadeias alimentares inteiras podem ser desequilibradas. Eventualmente, as populações de herba­voros menores va£o disparar, forçando mais competição pelos mesmos recursos limitados."

Ele disse que "simplesmente contar o número de espanãcies em uma floresta tropical não fornece uma imagem completa" da biodiversidade ou da saúde do ecossistema.

Os pesquisadores disseram que mais estudos de ciência de dados são necessa¡rios para entender as ramificações das extinções de espanãcies locais e abordar outras questões fundamentais na conservação, ecologia e biologia da vida selvagem.

Os dados do TEAM foram fornecidos pela TEAM Network, uma colaboração entre a Conservation International, o Smithsonian Institute e a Wildlife Conservation Society.

 

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