O evento tem como objetivo tornar visaveis os perfis das mulheres negras na segurança cibernanãtica, expandir as oportunidades e inspirar aliadas
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Muitas empresas de tecnologia insistem que adorariam contratar mais mulheres negras, mas simplesmente não sabem onde encontra¡-las. Camille Stewart , chefe de polatica de segurança para Google Play e Android no Google, e Lauren Zabierek , diretora executiva do Projeto Cyber do Belfer Center na Harvard Kennedy School , não estãocomprando, então eles decidiram tornar essa pesquisa muito, muito fa¡cil. Na sexta-feira (19 de mara§o), eles apresentara£o o #ShareTheMicInCyber, uma campanha de um dia inteiro no Twitter e LinkedIn projetada para impulsionar os perfis e compartilhar as experiências de mulheres negras que trabalham em segurança cibernanãtica e privacidade, domanios hámuito dominados por homens brancos. O objetivo éexpandir as oportunidades para profissionais negras do sexo feminino e inspirar aliadas a promovermudanças em suas empresas e no campo. O evento éinspirado no #ShareTheMicNow do ano passado, uma “aquisição†do Instagram cofundada pelo executivo saªnior da Netflix, Bozoma Saint John. Stewart e Zabierek falaram recentemente sobre por que a indústria de tecnologia continua tão atrasada na diversificação de sua força de trabalho.
Perguntas & Respostas
Camille Stewart e Lauren Zabierek
Além da justia§a ba¡sica, por que étão importante ter mais mulheres negras, e mais negros em geral, no campo?
STEWART: Harvard Business Review fez um estudo sobre isso. Vimos que diversas empresas tem melhores resultados, resultados financeiros mais sãolidos [e] diversos pontos de vista geram resultados inovadores. Na segurança cibernanãtica, um desafio que estãoenraizado nas pessoas, entender não apenas a psicologia humana das pessoas que vocêbusca proteger, mas dos atores maliciosos éessencial para ser eficaz. Se vocênão entende as comunidades nas quais estãoimplementando tecnologia ... não hácomo entender efetivamente o risco que estãotentando mitigar ou atéque ponto sua mitigação vai para mitigar esse risco. Portanto, émuito importante, como profissionais, entender as comunidades em que estamos operando e nos abrir para sermos inovadores e entender atéque ponto nossas mitigações de risco realmente limitam a vulnerabilidade ou mudam o curso do problema.
ZABIEREK: Isso também éalgo que temos observado na comunidade de inteligaªncia.
Vemos o treinamento, as ferramentas e os dados como sendo muito necessa¡rios para o nega³cio de inteligaªncia. Mas a diversidade também anã, porque se não podemos entender os problemas de segurança de diferentes populações, não são internamente, mas também internacionalmente, então como vamos ser capazes de fazer a análise e fazer as operações e falar com as fontes e entender a segurança ambiente no qual operamos para nossa maior segurança nacional?
O que vocêespera alcana§ar com a campanha?
ZABIEREK: Muitas pessoas falam sobre “o pipelineâ€, mas hámuitas pessoas aqui já fazendo o trabalho. Portanto, queremos nos concentrar neles porque hátão poucas mulheres, e especialmente praticantes negros, mulheres e homens, em posições de liderana§a. Queremos ajudar a criar esse caminho, da maneira que pudermos, para colocar mais pessoas em posições de liderana§a.
STEWART: Os objetivos são maºltiplos: contratar, se for preciso, mas também [deixar claro] que tem gente negra trabalhando nesse Espaço. Tambanãm existe essa linha de discurso que diz: “Eu teria colocado uma pessoa de cor neste painel, mas não conhea§o ninguanãm que trabalhe com ciberEspaçoâ€. Isso não éverdade. Além disso, surpreendentemente, vocêrealmente precisa ser bastante paºblico para subir na escada; plataforma éuma grande parte da ascensão neste campo. Portanto, estamos dando a s pessoas uma plataforma. As pessoas já trabalham hámuito tempo neste espaço e já fizeram o trabalho, mas não tem as redes, nem a proximidade, nem a plataforma para continuar a crescer, por isso estamos a ajudar nessa parte. Estamos expandindo as redes de pessoas em ambos os lados: os ciberaliados e os profissionais agora se conhecem de maneiras que não conheciam antes e podem convocar uns aos outros, podem compartilhar oportunidades. Quando as pessoas falam sobre “Eu tinha um cargo para contratar e o enviei para literalmente todo mundo que conhea§oâ€, se “todo mundo que vocêconhece†significa ninguanãm de cor, isso éum problema. E para o ponto de Lauren sobre “pipelineâ€, para realmente afetar “o pipelineâ€, eles precisam ver as pessoas que se parecem com eles para se sentirem fortalecidas e entusiasmadas, para sentir que podem crescer dentro do Espaço. Se eu olho para cima e não vejo ninguanãm que se parea§a comigo na liderana§a, no primeiro momento de desa¢nimo, estou fora. a‰ um caminho difacil se vocêsentir que não háoportunidade de crescer. Então, também estamos dando uma cara a isso. “Eles precisam ver pessoas que se parecem com eles para se sentirem fortalecidos e animados, para sentir que podem crescer dentro do Espaço. Se eu olho para cima e não vejo ninguanãm que se parea§a comigo na liderana§a, no primeiro momento de desa¢nimo, estou fora. a‰ um caminho difacil se vocêsentir que não háoportunidade de crescer. Então, também estamos dando uma cara a isso. “Eles precisam ver pessoas que se parecem com eles para se sentirem fortalecidos e animados, para sentir que podem crescer dentro do Espaço. Se eu olho para cima e não vejo ninguanãm que se parea§a comigo na liderana§a, no primeiro momento de desa¢nimo, estou fora. a‰ um caminho difacil se vocêsentir que não háoportunidade de crescer. Então, também estamos dando uma cara a isso.
“Vimos que diversas empresas tem melhores resultados, resultados financeiros mais sãolidos [e] diversos pontos de vista geram resultados inovadores.â€
- Camille Stewart
Apesar da preocupação peria³dica por ter “mais trabalho a fazerâ€, o Vale do Silacio quase não fez nenhum progresso na contratação, retenção e promoção de negros desde que a indústria lançou seu último autoexame em 2014. Por que isso?
ZABIEREK: Parte disso écultural. Vocaª ouve muito sobre "adequação cultural". Ha¡ muitos empregos por aa, mas [profissionais negros] não estãoentrando nessas funções. a‰ racismo sistemico ou racismo institucional ou aberto [racismo].
STEWART: Tudo estãoenraizado no racismo sistemico. Vocaª construiu instituições que não foram feitas para pessoas que não as construaram. A cibersegurança e a tecnologia foram construadas por homens brancos que trabalham nas escolas de Stanford e Ivy League e, portanto, construaram uma cultura que não inclui outras perspectivas. Nãointencionalmente, mas épor isso que a parte “sistemica†étão importante. Nãoque necessariamente as pessoas fiquem tipo, “Eu não quero pessoas negras; Eu não quero pessoas de cor; Nãoquero mulheres na minha organização â€. Mas quando eles criam uma “cultura do irmão†ou que se concentra em experiências brancas e não abre espaço para alguém que tem um sotaque ou um sobrenome diferente, éuma profecia que se auto-realiza. Claro, a cultura não se encaixa porque éuma cultura totalmente diferente. Portanto, o racismo sistemico estãosubjacente a ele.
Qua£o receptivas são as pessoas em posições de poder a essa noção de que este éum problema sistemico que precisa ser tratado agora e que elas devem desempenhar um papel fundamental?
ZABIEREK: Tivemos muita sorte em fazer com que essas pessoas se tornassem aliadas e compartilhassem sua plataforma e fornecessem oportunidades para as pessoas, convida¡-las para reuniaµes, convida¡-las para conselhos. Eu vejo alguém como “Mudgeâ€, Peiter Zatko, chefe de segurança do Twitter. Ele éum homem branco mais velho; ele esteve no governo; e ele estãoem tecnologia. Ele éalguém que estãomuito comprometido em compartilhar a plataforma e trazer mais diversidade para o Twitter. O mesmo com Royal Hansen, [vice-presidente de segurança] do Google. Mas então, hálgumas pessoas que provavelmente estãono meio e ainda não chegaram la¡.
STEWART: Ha¡ muitas pessoas que continuam a ter uma mentalidade de escassez e querem dar voz e plataforma para pessoas de cor significa que não háespaço para elas - o que écompletamente estonteante em um espaço onde estamos desesperados para preencher papanãis. A segurança cibernanãtica tem 5.000 empregos não preenchidos nos quais precisamos que as pessoas nos ajudem a resolver esses desafios, e vocêestãopreocupado porque estamos dando voz a s pessoas que já estãoneste espaço e fazendo um bom trabalho ou tentando conseguir que mais pessoas ajudem a tentar e preencher essas funções e pensar de forma diferente do que vocêpara que possamos ser mais inovadores e enfrentar esses desafios? Então, sim, hámuitas pessoas que são abertas, mas hámuitas pessoas que não são. E também, háuma diferença entre ação e ação significativa. Compartilhar sua conta do Twitter e LinkedIn éum a³timo começo,
Acho que muitas empresas de tecnologia tem um coração voltado para essas questões, mas não tem esta´mago para ficar nas lacunas, fazer demandas, fazermudanças que sera£o desconforta¡veis ​​para partes de sua organização, que ira£o questionar como lideramos organizações e como construamos organizações e culturas empresariais. E assim, atéque tenhamos mais pessoas na liderana§a com aquele esta´mago, essa constituição, para fazer o trabalho duro, continuaremos a vermudanças muito lentas, se houver.
As entrevistas foram editadas e condensadas para maior clareza e extensão.