Descobrindo como a estrutura física da fibra alimentar sustenta seus benefacios para a saúde
Comer fibra dietanãtica suficiente éimportante para a saúde intestinal e estãoassociado a um menor risco de doenças cardaacas, diabetes tipo 2 e derrame.

Imagem microsca³pica mostrando diferentes estruturas de fibra alimentar no endosperma do trigo e cotilanãdone do gra£o de bico. Crédito: Cathrina Edwards, Quadram Institute
Um novo estudo mostrou como o processamento de alimentos altera a estrutura da fibra alimentar e, portanto, afeta o valor nutricional dos alimentos.
Comer fibra dietanãtica suficiente éimportante para a saúde intestinal e estãoassociado a um menor risco de doenças cardaacas, diabetes tipo 2 e derrame. A maioria dos adultos do Reino Unido precisa comer mais fibra alimentar para atingir a meta de ingestãode 30 g por dia.
A fibra dietanãtica éencontrada em alimentos vegetais, incluindo vegetais, gra£os de cereais e leguminosas, onde a parede celular da planta éa principal fonte de fibra alimentar. A maioria dos adultos do Reino Unido obtanãm grande parte de sua fibra alimentar de alimentos processados ​​que também contem muito amido, que pode ser facilmente digerido em glicose. Comer em excesso de formas altamente digestaveis de amido causa grandes picos nos naveis de açúcar no sangue (glicose) e estãoassociado ao aumento do risco de diabetes tipo 2, obesidade e outras doena§as.
A incorporação de alimentos que liberam amido muito mais lentamente na dieta tem maior probabilidade de ajudar a manter a saúde e reduzir o risco de doena§as.
Para tanto, pesquisadores do Quadram Institute e King's College London realizaram um estudo detalhado de como diferentes fontes de amido são digeridas quando fazem parte de tecidos vegetais complexos.
Os pesquisadores compararam tecidos de gra£o de bico e trigo duro , plantas que representam dois manãtodos diferentes de armazenamento de reservas de amido em suas sementes ou gra£os. No trigo, o tecido denominado endosperma fornece a nutrição para a planta em germinação. No gra£o-de-bico, uma leguminosa, o amido éarmazenado em uma estrutura de folha chamada cotilanãdone. As paredes celulares do gra£o de bico são estruturadas de maneira diferente e também são mais espessas e, portanto, contem mais fibra alimentar do que o trigo.
Em seu estudo, publicado na revista Nature Food , a equipe combinou técnicas de microscopia com modelos avana§ados de digestãohumana para rastrear os efeitos do processamento de alimentos nas diferentes estruturas da parede celular e avaliar como isso mudou sua digestibilidade.
Eles descobriram que o trigo e o gra£o-de-bico tinham perfis de digestãonotavelmente diferentes. Isso se deveu principalmente a s diferenças na estrutura da parede celular. As paredes celulares do trigo eram permea¡veis ​​a alfa-amilase, principal enzima responsável pela digestãodo amido. Mas no gra£o-de-bico, o amido dentro das células não foi digerido, exceto nas células próximas a s bordas do tecido que foram danificadas durante a moagem.
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As técnicas de processamento de alimentos que preservam as paredes celulares levam a uma 'barreira da parede celular' que reduz muito o acesso do amido a digestão. Isso foi confirmado em estudos posteriores que analisaram a digestibilidade de mingaus feitos com gra£os de gra£o em pa³ preparados de maneiras diferentes. A moagem por congelamento, que danificou as paredes celulares, levou a quebra do amido mais rapidamente do que no mingau, onde as células do gra£o-de-bico foram deixadas intactas, retendo assim uma barreira na parede celular.
Os estudos de digestibilidade foram realizados por meio de simulações avana§adas das condições de processamento oral, gástrico e do intestino delgado. Para a fase de digestãogástrica, foi usado um Modelo Ga¡strico Dina¢mico de última geração, que não apenas imita a maneira como o esta´mago usa enzimas para decompor os alimentos, mas também simula de forma realista os processos fasicos que misturam e manipulam os alimentos. Isso significa que os pesquisadores estãoconfiantes de que asmudanças na digestibilidade do amido observadas nesses experimentos seriam de releva¢ncia fisiola³gica em humanos.
Essas percepções fornecem uma base racional para o desenvolvimento de novos ingredientes ou técnicas de processamento de alimentos que proporcionam mais benefacios dos alimentos ricos em fibras. A equipe desenvolveu o PulseON, um novo ingrediente feito de gra£o de bico usando diferentes tipos de processos de moagem e secagem que, ao contra¡rio da moagem normal de farinha, preservam a estrutura celular e, portanto, a resistência do amido a digestão. Os resultados de um estudo humano recentemente publicado mostraram que a substituição parcial da farinha de trigo, feita de carboidratos refinados, por PulseON em alimentos ba¡sicos como o pa£o branco, reduziu a resposta da glicose no sangue em 40%.
Este último estudo da estrutura da fibra alimentar destaca uma deficiência sanãria de confiar apenas na análise química para caracterizar diferentes tipos de fibra, já que o estado fasico écrucial para determinar o encapsulamento da fibra ou os efeitos de 'barreira da parede celular'. Isso éde particular importa¢ncia para nutricionistas e para interpretar os resultados de experimentos mecanicistas ou estudos em humanos.
O estudo também levanta questões sobre a eficácia dos suplementos de fibra, já que parte da atividade da fibra pode ser perdida se a integridade estrutural das paredes das células não for mantida após o processamento dos alimentos e durante a digestão.
A autora principal, Dra. Cathrina Edwards, do Instituto Quadram, disse: "Mostramos como uma melhor compreensão da estrutura da fibra pode ajudar a projetar ingredientes e produtos alimentacios ricos em fibras que provavelmente sera£o muito mais eficazes no controle da glicose no sangue, e assim manter a saúde e reduzir o risco de doena§as, como diabetes tipo 2. "