Mudanças na química do oceano mostram como oníveldo mar afeta o ciclo global do carbono
Os pesquisadores foram capazes de reconstruir um registro robusto e detalhado das variaa§aµes dos isãotopos de estra´ncio na águado mar, com base em uma análise de barita marinha extraada de núcleos de sedimentos do fundo do mar.
A barita marinha extraada de núcleos de sedimentos do fundo do mar, vista aqui em uma imagem de microsca³pio eletra´nico de varredura, fornece um registro das variações na química do oceano ao longo do tempo geola³gico. Crédito: Adina Paytan
Uma nova análise de isãotopos de estra´ncio em sedimentos marinhos permitiu aos cientistas reconstruir as flutuações na química dos oceanos relacionadas a smudanças nas condições climáticas nos últimos 35 milhões de anos.
Os resultados, publicados em 26 de mara§o na Science , fornecem novos insights sobre o funcionamento interno do ciclo global do carbono e, em particular, os processos pelos quais o carbono éremovido do meio ambiente por meio da deposição de carbonatos.
"O estra´ncio émuito semelhante ao ca¡lcio, por isso éincorporado a s conchas de carbonato de ca¡lcio dos organismos marinhos", explicou a autora principal Adina Paytan, professora pesquisadora do Instituto de Ciências Marinhas da UC Santa Cruz.
Paytan e seus coautores analisaram as proporções de diferentes isãotopos de estra´ncio, incluindo isãotopos radiogaªnicos (produzidos por decaimento radioativo) e isãotopos esta¡veis , que fornecem informações complementares sobre processos geoquamicos. Eles descobriram que a proporção de isãotopos esta¡veis ​​de estra´ncio no oceano mudou consideravelmente nos últimos 35 milhões de anos, e ainda estãomudando hoje, implicando em grandesmudanças na concentração de estra´ncio na águado mar.
"Nãoestãoem um estado esta¡vel, então o que estãoentrando no oceano e o que estãosaindo não combinam", disse Paytan. "A composição do estra´ncio da águado mar muda dependendo de como e onde os carbonatos são depositados, e isso éinfluenciado pelasmudanças noníveldo mar e no clima."
As flutuações nas razões de isãotopos de estra´ncio analisadas neste estudo refletem o efeito combinado demudanças no equilabrio global dos processos geola³gicos, incluindo intemperismo de rochas na terra, atividade hidrotanãrmica e a formação de sedimentos carbona¡ticos em ambientes marinhos profundos e rasos, pra³ximos a costa .
Essas ilustrações mostram como asmudanças noníveldo mar afetam
a deposição de carbonato e outros processos no ciclo global do carbono.
Crédito: Maddison Wood
A deposição de carbonato no oceano aberto vem do pla¢ncton marinho como coccolita³foros e foraminaferos, que constroem suas conchas de calcita mineral de carbonato de ca¡lcio. Em a¡guas rasas nas plataformas continentais, os corais duros são mais abundantes e constroem seus esqueletos de um mineral diferente de carbonato de ca¡lcio, a aragonita, que incorpora mais estra´ncio do que a calcita.
"Quando os corais se formam, eles removem o estra´ncio e, quando são expostos, esse estra´ncio éremovido e volta ao oceano", disse Paytan. "Com asmudanças noníveldo mar, mais ou menos da plataforma continental onde os corais crescem fica exposta, de modo que impacta a composição de estra´ncio da águado mar."
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A deposição de carbonato também realimenta o sistema clima¡tico, porque o oceano absorve dia³xido de carbono da atmosfera, e a deposição de carbonato em escalas de tempo geola³gicas remove o carbono do sistema. O ciclo global do carbono e o dia³xido de carbono atmosfanãrico estãointimamente ligados a mudança climática, tanto no longo prazo quanto durante os altos e baixos recorrentes dos ciclos recentes da era do gelo.
"O novo tipo de informação que podemos ler dos isãotopos de estra´ncio esta¡veis agora nos permite dar uma olhada de perto no final do ciclo global do carbono, quando o carbono éremovido do meio ambiente e depositado em leitos marinhos de carbonato ", disse o coautor Mathis Hain, professor assistente de ciências terrestres e planeta¡rias na UCSC.
"Essas descobertas abrem uma nova janela para nos permitir ver como o ciclo global do carbono se ajustou aoníveldo mar e a smudanças climáticas ao longo do tempo geola³gico", acrescentou. “Precisaremos desses insights para orientar nossa resposta a nossa atual emergaªncia climática e para mitigar os piores efeitos da acidificação dos oceanosâ€.
Os pesquisadores foram capazes de reconstruir um registro robusto e detalhado das variações dos isãotopos de estra´ncio na águado mar, com base em uma análise de barita marinha extraada de núcleos de sedimentos do fundo do mar.
"Registros como esse são essenciais para entender como nossa Terra opera ao longo dos tempos geola³gicos", disse a coautora Elizabeth Griffith, da Ohio State University. "Nossa equipe internacional trabalhou em conjunto para criar este registro aºnico e explicar seu significado por meio de modelagem matemática, para que possamos reconstruir asmudanças no passado, quando as condições climáticas eram diferentes. A esperana§a éobter insights sobre como nosso planeta azul pode operar no futuro."