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Novo aplicativo da web classifica o risco de transbordamento de va­rus recanãm-detectados
SpillOver , um novo aplicativo da web desenvolvido por cientistas da Universidade da Califa³rnia, Davis, e com a contribuia§a£o de especialistas de todo o mundo, classifica o risco de transbordamento de animais selvagens para humanos para va­rus recï
Por UC Davis - 05/04/2021


Primatas e gado exploram o terreno do lado de fora de uma residaªncia em Gana. Crédito: Terra Kelly, UC Davis

O SARS-CoV-2 mostrou ao mundo com clareza devastadora a ameaça que os va­rus não detectados podem representar para a saúde pública global. SpillOver , um novo aplicativo da web desenvolvido por cientistas da Universidade da Califa³rnia, Davis, e com a contribuição de especialistas de todo o mundo, classifica o risco de transbordamento de animais selvagens para humanos para va­rus recanãm-descobertos.

O SpillOver éa primeira ferramenta de avaliação de risco de ca³digo aberto que avalia os va­rus da vida selvagem para estimar seu spillover zoona³tico e potencial pandaªmico. Ele cria efetivamente uma lista de observação de va­rus recanãm-descobertos para ajudar os formuladores de políticas e cientistas da saúde a prioriza¡-los para posterior caracterização, vigila¢ncia e intervenções de redução de risco.

A ferramenta estãovinculada a um estudo publicado na revista PNAS, no qual os autores identificaram os fatores de risco viral, hospedeiro e ambiental mais relevantes para o spillover do va­rus. Em seguida, a equipe classificou o risco de 887 va­rus de vida selvagem usando dados coletados de uma variedade de fontes, incluindo va­rus detectados pelo projeto USAID Emerging Pandemic Threats PREDICT , liderado pelo One Health Institute da UC Davis de 2009 a 2020.

Coronava­rus tem alta classificação

No topo da lista estavam 12 patógenos humanos conhecidos, o que era esperado e valida a utilidade da ferramenta. Curiosamente, o SpillOver classificou vários coronava­rus recanãm-descobertos como de maior risco de transbordamento do que alguns va­rus já conhecidos por serem zoona³ticos. Esta lista de observação inclui um novo coronava­rus provisoriamente denominado PREDICT_CoV-35, que se classificou entre os 20 primeiros.

O poder da ferramenta reside no fato de ser de ca³digo aberto - quanto mais dados forem inseridos, mais robusta seráa classificação. O SARS CoV-2 atualmente ocupa o segundo lugar entre os 887 va­rus analisados, entre os va­rus Lassa e Ebola.

Isso pode parecer contra-intuitivo, observam os autores, dada a atual devastação global da pandemia. Eles explicam que a ferramenta estãoclassificando o potencial para outro transbordamento além do que aconteceu historicamente. Além disso, informações importantes permanecem desconhecidas sobre o SARS CoV-2 e seu risco de transbordamento, como o número e a extensão de suas espanãcies hospedeiras. Amedida que os cientistas aprendem mais sobre esse va­rus, épossí­vel que o SARS CoV-2 passe para o primeiro lugar.
 
"O SARS-CoV-2 éapenas um exemplo de muitos milhares de va­rus que tem o potencial de se espalhar de animais para humanos", disse a autora principal Zoa« Grange, que liderou o desenvolvimento de SpillOver como pesquisadora de pa³s-doutorado no UC Davis One. Instituto de saúde. "Precisamos não apenas identificar, mas também priorizar as ameaa§as virais com maior risco de contaminação antes que outra pandemia devastadora acontea§a. Nossa ferramenta de classificação de risco viral SpillOver éo ponto de partida para a construção de soluções proativas."

Va­rus 'pontuação de cranãdito'

O SpillOver foi inspirado em avaliações de risco usadas por bancos e seguradoras. Ele cria uma pontuação "semelhante a cranãdito" para va­rus, observando os principais fatores de risco e usando-os para priorizar os va­rus que representam as maiores ameaa§as potenciais a  saúde humana para uma lista de observação. Os usuários podem personalizar a lista de observação de acordo com suas próprias circunsta¢ncias, como opaís de interesse.

As ferramentas anteriores de classificação de va­rus eram limitadas no número ou tipos de va­rus analisados, com fatores de risco ma­nimos considerados. O SpillOver considera 32 fatores de risco sobre o va­rus e os hospedeiros, incluindo ambiente associado e comportamentos humanos. Tambanãm inclui 25 fama­lias virais diferentes, desde coronava­rus atéa familia viral que causa os ebolava­rus.

Classifique o seu va­rus

O SpillOver produz um relatório de risco detalhado para cada va­rus e sua ferramenta de 'Comparação de risco' permite aos usuários comparar e contrastar va­rus classificados, bem como filtrar va­rus em uma seleção de atributos principais, incluindo espanãcies de va­rus , espanãcies de hospedeiros epaís de detecção.

Como uma ferramenta de ca³digo aberto, o SpillOver fornece uma plataforma viva para a classificação conta­nua de risco de transbordamento. Os cientistas podem contribuir com dados para va­rus existentes ou avaliar o risco de novos va­rus usando o aplicativo 'Classifique seu va­rus'.

"Esta ferramenta tem como objetivo iniciar uma conversa global que nos permitira¡ ir muito além de como pensa¡vamos sobre a classificação de va­rus no passado e permitir a colaboração cienta­fica em tempo real para identificar novas ameaa§as com antecedaªncia", disse a autora correspondente Jonna Mazet, professora da a Escola de Medicina Veterina¡ria da UC Davis, diretor fundador do One Health Institute e ex-diretor global do PREDICT. "O SpillOver pode ajudar a avana§ar nossa compreensão das ameaa§as virais a  saúde e nos permitir agir para reduzir o risco de transbordamento antes que as pandemias possam pegar fogo."

O SpillOver envolve e permite que os cientistas que estãodescobrindo va­rus colaborem em uma estrutura One Health que se concentra não apenas nas caracteri­sticas virais, mas também em todas as circunsta¢ncias presentes em áreas de alto risco para o surgimento de doena§as. Isso permite que a ferramenta seja um catalisador para identificar e classificar rapidamente os va­rus recanãm-descobertos e suas interfaces de transmissão humano-animal.

Essa mudança de paradigma pode facilitar a colaboração desde o ina­cio, além das fronteiras disciplinares e nacionais. Identificar e classificar va­rus para riscos a  saúde humana pode ajudar os cientistas a identificar pontos de controle cra­ticos e lidar com comportamentos humanos que colocam humanos e animais em risco de novas infecções virais.

 

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